Carla Salsinha atribui “sucesso do turismo em Portugal” à “forte ligação entre público e privado”
A presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Carla Salsinha, defende que o “sucesso do turismo em Portugal tem sido a forte ligação entre público e privado, essencialmente por em todo o turismo promovermos Portugal”. Como refere, “passam governos, ideologias políticas, mas o turismo definiu uma estratégia da qual não nos desvinculamos”.

Carla Nunes
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A profissional falou esta sexta-feira, 21 de março, no XXI Congresso da ADHP, que este ano teve lugar no INATEL Caparica, no município de Almada.
Num painel dedicado às “Estratégias e Vendas para o Sucesso Hoteleiro”, Carla Salsinha referiu que dos 18 municípios que compõem a Entidade Regional de Turismo de Lisboa, 88% do turismo concentra-se apenas em quatro municípios – Lisboa, Sintra, Cascais e Oeiras – apontando por isso para a necessidade de descentralização na região.
“O problema é de coesão territorial. Como podemos fazer com que a própria hotelaria se possa interessar por abrir algumas unidades [em determinados] municípios? Temos de ajudar a que os hotéis sintam interesse em investir, e o que a entidade pode fazer é ter um papel ativo nesta coesão, através da gestão de fluxos”, defende Carla Salsinha.
Para isso, a presidente refere ser essencial trabalhar com duas ferramentas: novos produtos e melhoria da mobilidade entre os vários municípios de Lisboa.
“O turista que chega à região de Lisboa é exigente e quer experiências diferentes, mais do que visitar a cidade, porque muitos já vêm duas ou três vezes a Lisboa”, afirma Carla Salsinha, que aponta para a necessidade de “desenvolver uma nova oferta turística” descentralizada, promovida “de uma forma diferente”, dando como exemplos o caso do Amadora BD, um festival na Amadora dedicado à banda desenhada, e os festivais gastronómicos que decorrem em Almada e no Seixal.
Para desenvolver esta oferta fora da cidade de Lisboa, Carla Salsinha indica que a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa conta com “um produto que só a região de Lisboa tem”, o Programa de Comercialização e Venda (PCV).
Através deste programa, a entidade regional apoia empresas de alojamento e de experiências turísticas “nos territórios menos desenvolvidos turisticamente” com até 30.000 euros a fundo perdido. Até à data, já foram investidos 2,5 milhões de euros através do PCV fora dos grandes munícipios, de acordo com Carla Salsinha.
“Apostamos no surf, golfe e enoturismo. Tudo o que sejam desportos náuticos estamos a tentar promover, tal como a gastronomia”, explica a presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa.
Na lista dos principais desafios, Carla Salsinha destaca a gestão de fluxos, mas também aquilo que designa como uma “perceção anti-turismo na região de Lisboa”.
Sobre este último ponto, a presidente relembra que, de acordo com um estudo feito pela Deloitte, “o contributo do turismo para a região de Lisboa é de 26% e, para a cidade, de 39%. Já o contributo do turismo no emprego é de 22% na região de Lisboa, e 43% na cidade de Lisboa.
“São números que nos fazem pensar na relevância [do setor] e no que seria a cidade de Lisboa em termos de emprego sem turismo”, termina.