Mouco Hotel aposta em eventos corporativos após integração com a Outsite
Depois de integrar o portefólio da Outsite, o M.Ou.Co. Hotel – agora designado como Outsite Mouco – alarga a sua atividade dedicada a uma agenda cultural própria para passar também a abarcar o segmento de eventos corporativos. O objetivo passa por também oferecer novas valências a um público já trabalhado pela Outsite: o de trabalhadores remotos com estadias longas.

Carla Nunes
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Em julho de 2023, o M.Ou.Co. Hotel, no Porto, foi integrado na marca Outsite, uma rede global de espaços de coliving e coworking presente em Portugal com oito propriedades. Desde dezembro desse ano, a unidade hoteleira de quatro estrelas tem reunido esforços para se posicionar nesta nova vertente.
Após um 2024 “desafiante” na integração da rede da Ousite, o hotel apresenta-se na sexta-feira, a 28 de fevereiro, num Open Day onde convida os locais a conhecer “a versão 2.0 do Mouco”, mais focado em “eventos corporativos e team retreats”, como explica Inês Castro, diretora-geral do Outsite Mouco.
“O Mouco é a maior propriedade da Outsite, e [2024] foi um ano em que a empresa esteve a descobrir como encontrar um equilíbrio entre um conceito de coliving e cowork com o de hotel tradicional. Não estivemos fechados, mas acho que estivemos um bocadinho escondidos. Agora queremos voltar a colocarmo-nos neste panorama local, tanto cultural como corporativo”, afirma a diretora-geral.
Para o efeito, o hotel pretende fazer uso dos espaços existentes para lhes dar novas utilizações, como é o caso da Sala Mouco. Desenhada originalmente para receber concertos, a sala com lugar para 150 pessoas sentadas em plateia apresenta agora a possibilidade de acolher workshops e conferências, sem perder a vertente cultural. Aliás, o hotel tem já em vista uma programação com seis concertos para março, entre artistas nacionais e internacionais.

Musicoteca do Outsite Mouco
Acrescem duas salas de reuniões e uma nova sala para a gravação de podcasts, complementadas por espaços públicos como a musicoteca e o café cowork – com passes diários, mensais e anuais – que podem ser privatizados para eventos.
O antigo restaurante tradicional passa a dar lugar a um café, aberto todos os dias das 08h00 às 23h00, com uma oferta de refeições ligeiras ao almoço e jantar.
Públicos
Com estes espaços, o hotel vai agora “abrir as portas à cidade”, não só aos públicos corporativos locais, como também internacionais. As empresas tecnológicas com trabalhadores remotos, e que procuram locais onde possam fazer retiros, workshops e reuniões, são um dos públicos-alvo da unidade para esta vertente. De acordo com Inês Castro, as empresas que procuram locais para sessões de fotografia são outro dos segmentos que costumam acorrer à unidade.
“O que procuramos é mais o conceito do que o segmento. Temos tanto empresas de cosmética, como empresas de marketing e comunicação. É sempre um segmento mais jovem que se identifica muito com o estilo do hotel, e estas empresas tecnológicas tem esse lado mais jovem”, refere.
Indicadores
Com 62 quartos e estúdios, o Outsite Mouco teve uma taxa de ocupação média “a rondar” os 65% em 2024, esperando que esta evolua acima dos 70% no final de 2025.
“A expectativa é muito positiva. Mesmo estes dois primeiros dois meses do ano já estão a exceder as expectativas: tanto a nível de ocupação com de preço médio já estamos acima do ano passado”, afirma a diretora do hotel.
No ano passado, o preço médio foi de 85 euros, sendo que a expectativa é a de que suba para os 102 euros.

Outsite Mouco
Relativamente aos mercados que procuram a unidade hoteleira, Inês Castro refere que “todos têm crescido”, nomeadamente o espanhol e o norte-americano. A maior ênfase é atribuída aos mercados alemão e inglês, que não só têm procurado “bastante [o hotel] para retiros de equipa corporativos”, como também para “reservas independentes, de lazer”.
A direção do hotel
Inês Castro integrou o projeto como diretora-geral em outubro de 2024, tendo como objetivo “encontrar um caminho em que se conseguisse caminhar”.
Como refere, “ainda não se tinha encontrado bem um equilíbrio, e como venho de uma hotelaria mais clássica, foi esse o objetivo da Outsite, conseguir um caminho híbrido entre o hotel e coliving, [bem como] a parte de eventos corporativos”.
Após quatro anos de percurso no The Yeatman Hotel, Inês Castro transitou para a coordenação do centro de visitas das Caves da Croft. Fez ainda parte da equipa de abertura do The House of Sandeman, tendo passado os últimos anos no Monumental Palace como Head Concierge e Front-Office Manager.
“Quando estamos em hotéis de cinco estrelas, cada função é muito dentro da sua caixa, temos muitas caixinhas. Já procurava há algum tempo um desafio que tivesse uma caixinha maior, por isso, este desafio tem sido muito interessante”, termina.