No ano em que celebra 90 anos de atividade, a Bensaude Hotels aposta num rebranding com uma nova identidade visual, mas também em remodelações.
Este ano, o grupo hoteleiro tem em vista um investimento de 12,5 milhões para remodelar cinco unidades do seu portefólio, nomeadamente o Terra Nostra Garden Hotel; Grand Hotel Açores Atlântico; Terceira Mar Hotel; Hotel do Canal e São Miguel Park Hotel.
No Terra Nostra Garden Hotel, a renovação visa a Casa de Chá, enquanto no Grand Hotel Açores Atlântico será remodelada toda a área de wellness. Já no Terceira Mar Hotel, a intervenção visa a piscina interior e bar exterior.
No caso do Hotel do Canal e do São Miguel Park Hotel, será realizada uma remodelação total de ambos os hotéis.
O valor foi indicado à Publituris Hotelaria por Jorge Aguiar, administrador-executivo da Bensaude Turismo, na BTL– Better Tourism Lisbon Travel Market, onde o grupo apresentou a sua nova identidade visual inspirada nas rotas marítimas que unem os Açores a Portugal Continental, à Europa e ao Continente Americano.
Este rebranding constituiu “o maior investimento feito até hoje” pelo grupo neste segmento, de acordo com Nuno Pavão Borges, diretor de comunicação e marketing do grupo Bensaude.
“Precisávamos que a marca fosse mais conhecida. E são 90 anos. Somos das cadeias mais antigas a nível nacional, e a verdade é que isso não é muito percecionado a nível nacional”, refere Nuno Pavão Borges.
2024 com melhorias “em todos os indicadores”
Do balanço da atividade em 2024, Jorge Aguiar refere que o grupo “melhorou em todos os indicadores”, com resultados acima de 2023.
No ano passado, o preço médio registou melhorias, com subidas entre os 10% e os 15%.
“Não só nos Açores, mas em Portugal inteiro, os nossos preços antigamente estavam muito depreciados. Merecíamos mais, com o que disponibilizamos a quem nos visita”, defende o administrador-executivo da Bensaude Turismo.
Já nas taxas de ocupação, o aumento foi entre os 2% e os 3%. Não sendo “proporcional” ao aumento do preço médio, Jorge Aguiar aponta para a necessidade de não degradar o nível de serviço com ocupação excessiva. Com a “shoulder season” a “melhorar”, o administrador indica que os hotéis do grupo registaram ocupações entre os 70% e os 75% em outubro, “fruto de congressos e reuniões”.
O ano de 2024 trouxe uma “intensificação do mercado norte-americano” para os hotéis da Bensaude Hotels, com este a tornar-se no principal mercado. Seguiram-se os mercados nacional, alemão e francês.
Apesar do crescimento, Jorge Aguiar vê o ano de 2025 como um período de “consolidação”.
“Não acreditamos em crescimentos até infinito. Estamos com algum receio pelo mercado norte-americano, que é um dos nossos principais mercados. As medidas políticas que estão a ser tomadas vão ter impacto real na vida das pessoas e a nossa expectativa é que pelo menos mantenham os fluxos atuais”, admite.
Possibilidades de expansão
Com mais duas unidades hoteleiras a integrar o portefólio da Bensaude em sistema de arrendamento desde o ano passado – nomeadamente o Hotel do Caracol e o Caloura Hotel – o grupo admite “olhar para outras oportunidades que possam surgir nos Açores, mas nunca em produtos de volume”, como refere Jorge Aguiar.
“Não vamos fazer hotéis de 150 quartos. O caminho para os Açores, na nossa opinião, sobretudo em São Miguel, não é esse, mas produtos de valor acrescentado, que resultem de reabilitação urbana e que qualifiquem o destino”.
Já a nível nacional, o administrador afirma estarem “ativamente atentos” a oportunidades a nível nacional, olhando com preocupação para o número de aberturas hoteleiras na capital.
“Preocupa-nos o que se está a passar em Lisboa. A oferta está a crescer, de grande qualidade. Mas se alguém acha que vai correr bem aumentar a oferta desta forma e não aumentar a concetividade e a porta de entrada, alguma coisa neste raciocínio vai falhar”.
Por esse motivo, um segundo hotel em Lisboa, “só se for uma boa oportunidade”. Contudo, o administrador acredita que “vai ser difícil”.