Não existem muitas diferenças entre a 9.ª edição dos Prémios AHRESP, em 2025, cujas inscrições terminam a 15 de março, e a edição do ano anterior, a não ser o “querer premiar os melhores dentro a área de atuação da AHRESP”, afirmou a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Ana Jacinto. Até porque a grande alteração foi introduzida na 8.ª edição, em 2024, tendo-se revelado, segundo Ana Jacinto, “de maior interesse e grande efeito”, já que levou a AHRESP a todo o território, com Teresa Vivas, consultora e especialista gastronómica, a percorrer o país de ponta a ponta para divulgar os prémios e encontrar novos projetos nomeáveis.
“No ano passado notámos, de facto, que a maioria dos candidatos/inscritos era sobretudo das grandes zonas urbanas. Ou seja, os nossos prémios não conseguiam abranger todo o território, apesar dos nossos esforços de comunicação”. Portanto, as zonas mais turísticas tinham participação, mas o resto do território ficava por participar.
“A AHRESP, que tem uma missão e uma preocupação muito grande com o território, até porque temos delegações espalhadas por todo o país”, refere Ana Jacinto para acrescentar que “a nossa ambição e desejo passa por ter projetos, entidades, profissionais e iniciativas de todo o território. Por isso, percebemos que tínhamos de ir para o terreno, além do que fazemos com as nossas delegações”.
A secretária-geral da AHRESP reconhece, também, que, com a pandemia “cada vez mais as entidades concentram os seus serviços em locais mais centrais e fazem tudo online. O que a associação tem feito é exatamente o contrário, já que notamos que o nosso tecido empresarial continua a precisar muito da nossa presença. E da pro-atividade das nossas delegações”.
À semelhança do que aconteceu o ano passado, o objetivo da AHRESP é ter inscrições de norte a sul do país, incluindo Ilhas, “com projetos, iniciativas e profissionais totalmente desconhecidos dos grandes media e do público em geral”.
Assim, a inovação para a 9.ª edição dos prémios AHRESP assenta muito em “mais e melhor comunicação e promoção. Uma comunicação mais próxima. Vivemos muito nas nossas ‘bolhas’ e achamos que tudo é como se passa connosco, mas a verdade é que existem sítios onde nem sequer wifi há e onde descobrimos restaurantes, hotéis, iniciativas que não conhecemos, nem essas iniciativas e projetos se dão a conhecer pelos canais normais que achamos normais e onde todos estão. Mas a verdade é que ainda existe muita gente que não está nesses canais”.

Com a máxima de que os prémios “não são apenas o reconhecimento para o premiado, mas também o enaltecer de tudo o que há de bom no setor, incentivando a réplica destas boas práticas”, a Publituris Hotelaria perguntou a Ana Jacinto se, de facto, não se criam propostas de valor ou esse reconhecimento da criação de propostas de valor não é reconhecida? A resposta: “Não, não são visíveis, ou melhor, têm de ser mais visível”. E adianta: “para darmos visibilidade a esses projetos, iniciativas e pessoas, o trabalho. Não é só feito dentro e pela AHRESP, já que nos articulamos com Entidades Regionais de Turismo (ERT) que conhecem como ninguém os seus territórios, com as câmaras municipais, e são estas entidades que nos têm estado a ajudar nesta procura de projetos e iniciativas que estão muitas das vezes escondidas”
Assim, admite Ana Jacinto, o papel da AHRESP passa por chamar a atenção para projetos, iniciativas, pessoas menos conhecidas em todo o Portugal, continental e ilhas. “Estamos a falar de pessoas extraordinárias, que fazem coisas extraordinárias, projetos sustentáveis e preocupados com a sustentabilidade, e queremos que, de certa forma possam ter um efeito de contágio, de dominó, para que outros sigam estes exemplos e a AHRESP conseguir dar visibilidade aos mais desconhecidos”.
Não tendo havido mexidas nas categorias, com um total de 10 a votação, existem ainda mais três da responsabilidade e proposta da direção e de uma Comissão de Honra.
Ana Jacinto faz um apelo à apresentação e inscrição de projetos, entidades e pessoas. “O português gosta de deixar tudo muito para a última”.
No que diz respeito ainda às inscrições, estas podem contemplar projetos, entidades ou pessoas que se tenham inscrito em anos anteriores. Só os vencedores é que estão impossibilitados de nova inscrição, tal como membros da direção da AHRESP, algo que “gera alguma confusão, mas que esclarecemos desde o início”, diz Ana Jacinto.
“Temos muitos projetos novos a surgir e coisas verdadeiramente diferenciadoras e inovadoras”. Além disso, “há os que, não tendo ganho em edições anteriores, voltam a tentar e fazem muito bem, porque o facto de não terem conseguido vencer não significa que não sejam projetos tão bons quanto aqueles que venceram”, destaca a secretária-geral da AHRESP.
“Até porque, quando o júri fica com os cinco finalistas em cada categoria, todos eles são vencedores. A questão está em quem é que gera depois mais ruído no online para poder receber mais votos. O ano passado, à semelhança dos outros anos, tivemos candidaturas fantásticas, só que depois quem ganha quem partilhar mais e quem fizer mais barulho no online”.
Quanto à performance do setor do turismo e, especialmente, nas áreas que a AHRESP abrange, Ana Jacinto volta a frisar que, ao contrário do alojamento, “nós não temos dados tão assertivos, tudo está devidamente registado. No caso da restauração não é bem assim, temos um perfil de empresas muito micro, empresários em nome individual, Temos um cadastro previsto legalmente há anos que ainda não existe, não está visível para ninguém.”
“O que fazemos, permanentemente, é ouvir os empresários através das nossas delegações, permitindo-nos perceber. O que sabemos é que o setor tem enormes assimetrias, temos estabelecimentos que estão com uma procura extraordinária, que acompanham o movimento dos dados do alojamento e outros segmentos da restauração que têm uma procura diminuta, sobretudo aqueles que se encontram mais dependentes do mercado interno, do residente. Talvez pela perda de poder de compra, independentemente de algumas notícias dizerem que não temos propriamente uma perda de poder de compra e de rendimento, mas a verdade é que se sente nas escolhas que os portugueses fazem, algo notório pelos estudos que a AHRESP tem vindo a realizar com a Nielsen”.
A secretária-geral da AHRESP salienta ainda que, após um período de quebra, “já temos uma estabilidade na procura, mas continuamos a gastar menos, continuamos a fazer opções que não fazíamos anteriormente, isto é, a procura dos restaurantes mais caros e com um ticket mais elevado não é para o dia-a-dia, mas sim para alturas de comemorações ou festas. Temos assimetrias enormes”.
Voltando aos prémios AHRESP 2025, deixamos aqui as categorias sujeitas a inscrição:
Embaixador Gastronómico
Melhor Restaurante
Melhor Alojamento Turístico
Estabelecimento Solidário
Sustentabilidade Ambiental
Turismo nos Media
Jovem Empreendedor
Destino Revelação
Marcas à Mesa e Marcas na Cama
Profissional do Ano
Além destas, ainda existem as categorias nomeadas:
Portugueses Lá Fora
Personalidade do Ano
Prémio Mário Pereira Gonçalves
As inscrições continuam até dia 15 de março em https://premiosahresp.com.pt