António Costa e Silva: “Precisamos de usar o exemplo do turismo para desenvolver outros setores da economia”
A afirmação foi feita esta sexta-feira, 14 de outubro, pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, que demonstrou o seu apoio a este setor na sessão de abertura do Congresso da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.
Carla Nunes
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Esta sexta-feira, 14 de outubro, arrancou o Congresso da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal no Convento de São Francisco, em Coimbra, sob o tema “Sustentabilidade: Utopia ou Sobrevivência”.
A sessão de abertura contou com a presença de Carlos Moura, presidente da direção da AHRESP, Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal (TCP), Francisco Veiga, vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra e António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou presença através de um vídeo, onde deixou um agradecimento à AHRESP pelo seu trabalho “em tempos tão difíceis”
Nesta primeira sessão, António Costa e Silva demonstrou o seu apoio ao setor, defendendo que, ao invés de criticar o turismo, é necessário “usar o [seu] exemplo para fomentar e desenvolver todos os outros setores da economia”.
A afirmação foi feita depois do ministro enumerar que este setor “cresceu cerca de 60% em quatro anos, até 2019”, ano em que registou “27 milhões de visitas de hóspedes, com receitas de 18.4 mil milhões de euros”.
Apesar de em 2020 e 2021 o setor turístico ter sido “profundamente afetado pela pandemia”, tendo recuado “em dois anos 24 anos ao nível das dormidas, e 11 anos ao nível das receitas”, o ministro acredita que os valores acima descritos são “a demonstração clara de que conseguimos fazer as coisas”, além do setor ter dado “uma resposta extremamente positiva” em 2022 – lembrando que este ano está esperado que a economia portuguesa cresça “cerca de 6,5%”.
Na sua intervenção, o ministro referiu ainda “um desafio gritante” do futuro, o dos recursos humanos, defendendo que “sem reforçarmos a nossa força produtiva, o país não vai ser capaz de crescer de forma consistente”.
Garantir a sustentabilidade ambiental e dos negócios
Sobre o tema do congresso, Pedro Machado referiu nesta sessão de abertura que espera que o congresso possa esclarecer vários pontos, nomeadamente como é que o setor pode contribuir para a “mitigação das alterações climáticas sem travar o crescimento”.
“A questão central e estratégica deste congresso, do meu ponto de vista, é como a sustentabilidade vai mudar o mundo e como é vai impactar os negócios”, afirmou o presidente do TCP.
Um dos outros pontos referidos nesta sessão de abertura esteve relacionado com a aplicação de taxas turísticas nalguns municípios, com Pedro Machado a referir a presença da AHRESP junto do Turismo Centro nesta discussão: “a preocupação foi sempre perceber se o Estado suporta, comporta o impacto que uma implementação de uma taxa, se é ou não compaginada com aquilo que é a sua atratividade”, referiu.
Sobre este ponto, o vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Francisco Veiga, em representação do autarca da cidade, aproveitou a sua intervenção para referir que relativamente à implementação da taxa turística a partir de janeiro de 2023 “não há nenhuma intenção deliberada de prejudicar o sector, muito pelo contrário”.
“Toda a receita gerada pela aplicação da taxa turística no setor de hotelaria e alojamento local será integralmente aplicada para promover o desenvolvimento da atividade económica e turística numa vertente social e sustentável, criando mais e melhores condições. Será cobrada sobre as dormidas remuneradas até um máximo de três noites por pessoas e por estadia, estando, no entanto, previstas várias situações de exceção, isenção”, assegurou.
O congresso da AHRESP, que reúne mais de 60 oradores em duas sessões plenárias e 12 sessões paralelas, decorre até este sábado, 15 de outubro.