INE: Dormidas de residentes voltam a cair e descem 2,9% em julho
As unidades de alojamento nacionais registaram 3,2 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas em julho, traduzindo crescimentos de 4,1% e 1,3% face a igual mês de 2022, respetivamente, ainda que se esteja a assistir a uma descida das dormidas dos residentes.

Inês de Matos
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Em julho, as unidades de alojamento nacionais registaram 3,2 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas, traduzindo crescimentos de 4,1% e 1,3% face a igual período de 2022, respetivamente, ainda que se esteja a assistir a uma descida das dormidas dos residentes, que voltaram a descer 2,9% em julho, depois de já terem caído 6,9% em junho, avança a estimativa rápida da atividade turística, divulgada esta quinta-feira, 31 de agosto, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados do INE mostram que, em comparação com julho de 2019, o total de hóspedes e dormidas também apresentou crescimentos, que chegam aos 10,7% nos hóspedes e 6,7% nas dormidas.
No sétimo mês do ano, o mercado interno foi responsável por 2,8 milhões de dormidas, valor que ficou 2,9% abaixo do apurado no mesmo mês do ano passado e que se soma à quebra que já tinha sido registada no mês anterior, que foi de 6,9%. Apesar da descida face a igual período do ano passado, em comparação com julho de 2019, registaram-se aumentos de 11,5% nas dormidas de residentes.
“No período acumulado de janeiro a julho de 2023, as dormidas aumentaram 14,7%, +5,2% nos residentes e +19,4% nos não residentes. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas cresceram 9,8%, +12,7% nos residentes e +8,6% nos não residentes”, resume o INE.
Já os mercados externos foram responsáveis por 6,0 milhões de dormidas, número que apesar de representar um “abrandamento”, traduz um aumento de 3,4% face ao mesmo mês do ano passado e de 4,6% comparativamente a mês homólogo de 2019.
Por mercados externos, o INE destaca o Canadá e os Estados Unidos como aqueles que mais cresceram entre os principais 17 mercados estrangeiros emissores de turistas para Portugal, apresentando subidas de 31,4% e 14,2%, respetivamente.
Em sentido contrário estiveram mercados como a Finlândia e a Bélgica, que registaram os maiores decréscimos nas dormidas, apresentando, em julho, quebras de 23,9% e 14,6%, respetivamente.
“Os mercados norte americano e canadiano continuaram a destacar-se, com crescimentos de 58,0% e 42,4%, respetivamente, face a julho de 2019. Os maiores decréscimos, que se acentuaram face a junho, observaram-se nas dormidas de hóspedes finlandeses (-30,6%) e brasileiros (-27,4%)”, refere o INE.
Já as dormidas de turistas provenientes do Reino Unido aumentaram 4,7% em julho, representando 18,9% do total das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico nacionais em julho.
O mercado espanhol, que representa 11,7% das dormidas de não residentes, diminuiu 0,6%, tendo sido, tal como no ano anterior, o segundo principal mercado no mês de julho, à frente do alemão, que diminuiu 3,3%, representando agora 9,1% do total de dormidas de estrangeiros. Já no caso do mercado francês, cuja quota é de 8,0%, também houve uma diminuição das dormidas, que chegou aos 0,3%.
Por regiões, foi no Alentejo (+8,6%), no Norte (+6,4%) e no Centro (+4,8%) que se registaram os maiores crescimentos de dormidas, enquanto na RA Açores e no Algarve este indicador diminuiu, pela primeira vez, desde março de 2021, apresentando descidas de 2,8% e 1,8%, respetivamente.
O INE especifica que, na RA Madeira, as dormidas diminuíram pelo segundo mês consecutivo, caindo 1,3% em julho, depois de um período de crescimento que tinha tido início em abril de 2021.
No total, avança o INE, “o Algarve concentrou 32,0% das dormidas, seguido da AM Lisboa (22,7%) e do Norte (16,2%)”, o que quer dizer que, no seu conjunto, estes três regiões registaram 70,9% das dormidas nos estabelecimentos nacionais em julho.
No entanto, uma comparação com o mesmo mês de 2019, mostra que “o Algarve continuou a registar um decréscimo (-6,0%, -7,4% em junho)”, enquanto as restantes regiões apresentaram crescimentos, que tiveram maior expressão no Norte (+21,7%) e na RA Madeira (+21,1%).
Já as dormidas de residentes desceram, face a julho de 2019, na RA Açores (-13,3%), o que aconteceu pela primeira vez desde agosto de 2022, assim como no Algarve (-4,1%), enquanto a RA Madeira continuou a destacar-se com um crescimento de 41,5%, seguindo-se o Centro (+24,4%) e o Norte (+23,4%).
“O Algarve foi a única região onde as dormidas de não residentes continuaram a registar decréscimos face a 2019 (-6,8%). Os maiores crescimentos registaram-se no Norte (+20,7%), na RA Açores (+18,0%) e na RA Madeira (+17,6%)”, acrescenta o INE.
Os dados do INE mostram também que as dormidas na hotelaria, que representaram 80,4% do total, diminuíram 0,2% em julho, naquele que foi o “primeiro decréscimo desde março de 2021”. Ainda assim, houve um aumento de 4,7% face a julho de 2019.
Já as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 15,0% do total) cresceram 8,0% (+8,6% face a julho de 2019) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 4,6%) aumentaram 8,5% (+46,1%, comparando com julho de 2019).
Já a estada média foi de 2,78 noites, o que indica uma retração de 2,7%, tendo este indicador diminuído em todas as regiões, com exceção do Norte e da RA Açores, que foram “as únicas regiões com aumentos, ainda que ligeiros, da estada média (+0,4% e +0,1%, respetivamente)”.
No caso dos residentes, a estada média foi de 2,29 noites, descendo 4,3% face ao mesmo mês do ano passado, enquanto a dos não residentes somou 3,09 noites, evidenciando uma descida de 2,3%.
“Os valores mais elevados deste indicador verificaram-se na RA Madeira (4,81 noites) e no Algarve (4,24 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,95 noites) e no Norte (2,05 noites)”, aponta o INE.
A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico foi de 59,2%, descida de 1,9 p.p. em julho, tendo ficado, segundo o INE, “pelo segundo mês consecutivo, abaixo do valor observado em 2019 (-0,7 p.p.)”.
“Em julho, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (71,8%), no Algarve (68,5%) e na AM Lisboa (63,9%). Todas as regiões registaram reduções, que foram mais expressivas na RA Açores e na AM Lisboa (-6,7 p.p. e -3,1 p.p., respetivamente)”, resume ainda o INE, que diz que também a taxa líquida de ocupação-quarto, que foi de 67,0%, diminuiu 1,4 p.p., ainda que tenha ficado acima do valor observado em 2019 (+1,5 p.p.).
Em julho, 11,2% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (15,2% em junho).