AHP e Booking.com debateram a reconstrução de “um turismo mais resiliente”
Na passada segunda-feira, 17 de abril, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e a Booking.com organizaram um evento onde foram apresentados pela primeira vez os resultados do “European Accommodation Barometer 2022”, um estudo da Booking.com em colaboração com a Statista, e o relatório “Economic impact of online travel agencies in Europe”, pela Oxford Economics.
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Na passada segunda-feira, 17 de abril, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e a Booking.com organizaram um evento onde foram apresentados pela primeira vez os resultados do “European Accommodation Barometer 2022”, um estudo da Booking.com em colaboração com a Statista, e o relatório “Economic impact of online travel agencies in Europe”, pela Oxford Economics.
Estes foram apresentados no evento privado “Reconstruir um turismo mais resiliente”, sendo que “ambos os estudos analisam a situação dos negócios, identificam desafios e avaliam o sentimento económico e o crescimento do setor do turismo”, como indicado em comunicado.
No caso concreto do estudo “European Accomodation Barometer 2022” é revelado “um sentimento generalizado de cautela quanto ao futuro por parte dos hoteleiros europeus, embora muitos deles se mostrem otimistas e considerem que a retoma vai continuar”.
Online Travel Agencies com “papel crucial na expansão da escolha do consumidor”
Dentro da amostra de portugueses inquiridos, 85% afirmaram que a evolução dos últimos seis meses foi “boa ou muito boa”, bem como o aumento das taxas de ocupação, sobretudo no último semestre ano. Refira-se que este valor é “superior à média europeia”, que se situou nos 70%.
Adicionalmente, de um modo geral, “o mercado português manifestou uma perspetiva positiva para o futuro: mais de um terço (58%) espera que a sua situação financeira evolua positivamente”.
Em nota de imprensa, a AHP aponta que estes resultados “estão genericamente em linha com os obtidos no inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal, “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”, realizado em março pela AHP, junto dos seus associados”.
No entanto, quanto à retoma, 54% dos inquiridos dizem que já atingiram os níveis de 2019, mas 46% afirmam que só irão retomar os valores pré-pandemia entre o primeiro semestre de 2023 e o segundo semestre de 2024. Quanto aos três indicadores em análise – Taxa de Ocupação (TO), Receita Recorrente Anual (ARR) e Receitas –, a maioria dos hoteleiros prevê que, em todos os trimestres, 2023 será melhor do que 2019 e 2022.
Relativamente aos mercados emissores, Portugal, Espanha e Estados Unidos da América são os mais apontados pelos hoteleiros para 2023, seguidos pelo Reino Unido, França, Alemanha e Brasil, de acordo com o inquérito AHP “Balanço 2022 & Perspetivas 2023”.
Em relação à situação atual, a pesquisa independente da Oxford Economics revelou ainda que “as Online Travel Agencies desempenham um papel crucial na expansão da escolha do consumidor, proporcionando um efeito descendente nas tarifas e aumentando a relação custo-benefício do consumidor”.
Crise energética e desafios económicos na lista de preocupações dos hoteleiros
No curto prazo, os hoteleiros estão preocupados com a crise energética causada pela guerra na Ucrânia e os desafios económicos. A grande maioria (89%) dos hoteleiros portugueses indicou que o custo da energia é um dos maiores desafios que enfrentam. Preocuparam-se também com a situação económica geral (59%), e embora em menor grau, com os impostos (39%) e com a grande concorrência que existe com outros alojamentos (33%).
Novamente, a AHP aponta que esta avaliação “está em linha com o Inquérito ‘Balanço 2022 & Perspetivas 2023’”. Neste, foram apontados como principais desafios para o setor em 2023 a inflação (88% dos inquiridos), os custos com a energia (73%) e a instabilidade geopolítica/guerra na Ucrânia (56%).
O caminho a percorrer na transformação digital e sustentável dos negócios hoteleiros
Os resultados dão ainda conta de que a preparação dos hoteleiros portugueses para a transformação digital é moderada. Quase metade dos entrevistados (49%) indicou que sua preparação para a transformação digital era “boa ou muito boa”, enquanto 13% estavam “insatisfeitos” com seu esforço de digitalização, sendo que os websites foram a ferramenta mais importante apontada pelos hoteleiros.
Já no âmbito da sustentabilidade, os dados apontam que “os hoteleiros europeus não estão tão atualizados quando se trata deste domínio”, com apenas 30% dos entrevistados a afirmarem que estão preparados para os desafios da sustentabilidade e da descarbonização, e 18% a consideram que tal preparação foi insuficiente.
Políticas governamentais com “influência considerável” nas empresas hoteleiras
Numa nota final é indicado que “os hoteleiros esperam que os governos continuem a apoiar a recuperação da pandemia global, pois as políticas governamentais são essenciais para proteger a indústria de viagens da pressão do aumento dos custos com a energia e da incerteza macroeconómica”.
Em Portugal, 69% dos hoteleiros inquiridos consideraram importantes as políticas governamentais, referindo que estas medidas têm uma influência considerável nas empresas hoteleiras. Além disso, 38% destacaram o impacto esperado de tais políticas como benéfico.
A pesquisa do “European Accomodation Barometer 2022” foi realizada entre 15 de agosto e 21 de outubro de 2022, através de entrevistas por telefone a 1.000 executivos e gerentes do setor de hospedagem na área de turismo europeu. Foram entrevistadas 80 pessoas da Áustria, França, Alemanha, Grécia, Itália, Holanda, países nórdicos (Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia), Portugal, Espanha e Suíça, bem como 200 pessoas da Polónia, Roménia, Bélgica, Chéquia, Hungria, Bulgária, Eslovênia, Eslováquia, Irlanda e Croácia.