Futuro Liberdade Clubhouse | Créditos: Ando Living Group
Cushman & Wakefield antecipa abertura de mais 110 hotéis até 2027
De acordo com a consultora a futura oferta hoteleira está maioritariamente concentrada nas regiões da Grande Lisboa (35%) e do Norte (34%). Para Lisboa, a previsão da Cushman & Wakefield é a de que sejam inaugurados 30 novos hotéis até 2027. Já no Porto, é esperada a abertura de dez novas unidades hoteleiras nos próximos três anos.
Carla Nunes
A 43ª edição do Marketbeat Portugal, elaborado pela Cushman & Wakefield, dá conta de que neste momento existem mais de 110 novos projetos hoteleiros com abertura prevista até 2027 em fase de projeto e/ou construção.
No estudo, a consultora indica que estes projetos somam um total de 11.100 quartos, maioritariamente inseridos na categoria de quatro e cinco estrelas (39% e 42%, respetivamente).
A futura oferta está maioritariamente concentrada na Grande Lisboa (35%) e na região Norte (34%), de acordo com os dados da Cushman & Wakefield. Seguem-se as regiões do Algarve (12%), Açores (5%), Alentejo (4%), Madeira e Centro (ambos com uma percentagem de 3%) e as zonas de Oeste e Vale do Tejo e Península de Setúbal (também ambas com 2%).
Em Lisboa, e até 2027, está prevista a abertura de 30 novos hotéis, num total de 3.300 camas. Nesta região, a consultora destaca a “forte aposta na hotelaria de luxo, com 51% dos quartos previstos” categorizados como unidades de cinco estrelas. Dos projetos em linha a Cushman & Wakefield destaca o Meliá Lisboa (cinco estrelas, 240 quartos) e o Moxy Alfragide Lisbon (três estrelas, 220 quartos).
No Porto, a estimativa para os próximos três anos é a de que sejam inaugurados mais de dez novos hotéis, com uma oferta de 840 quartos predominantemente no segmento de quatro estrelas (44%). Dentro destas aberturas a consultora destaca o B&B Hotel Madalena (180 quartos) e o Meliá São João da Madeira (quatro estrelas, 100 quartos).
Aberturas em 2024
Em relação a este ano, a consultora dá conta da abertura de cerca de 50 novas unidades até setembro de 2024, num total de 2.950 quartos. Mais de 20 destes hotéis abriram portas nos concelhos de Lisboa e do Porto, de acordo com a consultora, que aponta que de entre as maiores aberturas destacaram-se unidades de três estrelas como o Locke de Santa Joana, em Lisboa (370 quartos), o B&B Hotel Porto Gaia, em Vila Nova de Gaia (210 quartos), e o Icon Apartments, no Porto (170 quartos).
Até ao terceiro trimestre de 2024 foram inaugurados dez novos estabelecimentos hoteleiros em Lisboa, totalizando 750 quartos, mais de metade dos quais em unidades de três estrelas. Já no Porto, e até à mesma data, a consultora contabilizou a abertura de outras dez novas unidades hoteleiras num total de 630 quartos, maioritariamente em categorias de três estrelas.
Nas restantes regiões do país, a Cushman & Wakefield atribui destaque às aberturas do B&B Hotel Leiria Fátima (três estrelas, 120 quartos); B&B Hotel Viana do Castelo (três estrelas, 120 quartos); Holiday Inn Braga (quatro estrelas, 120 quartos); INNSIDE Braga Centro (qautro estrelas, 110 quartos), DoubleTree by Hilton Lagoa Azores (cinco estrelas, 100 quartos) e do Holiday Inn Beja (quatro estrelas, 100 quartos).
Tendências
Para este setor de atividade, a Cushman & Wakefield aponta para uma maior diversificação de produtos e destinos, com uma oferta hoteleira “direcionada a um tipo de procura com elevado poder de compra” e o “crescimento de novos conceitos de alojamento”, com a conciliação de estadias de curta, média e longa duração”. O “aumento da competitividade de novos destinos turísticos, alicerçados em programas de oferta de natureza, gastronomia e cultura”, é outra das tendências indicadas.
A consultora reporta-se ainda à exposição a novos mercados, com crescimentos “consistentes do mercado norte-americano com sinais de continuidade”. A “abertura a novos mercados emissores, nomeadamente asiáticos”, é também apontada como uma das tendências na hotelaria nacional pela consultora, que afirma que este mercado tem “um potencial de crescimento e contribuição superior aos mercados de proximidade”. Ainda no capítulo dos mercados, é referida a tendência recorrente “de ligações aéreas diretas para aeroportos nacionais na base da diversificação de mercados emissores de médio-longo curso”.
Por fim, a Cushman & Wakefield afirma existir um maior capital disponível para investimento no setor, além da consolidação de plataformas operativas, aquisições de projetos independentes e investidores dispostos a pagar prémios para projetos alinhados com políticas no âmbito ambiental, social e governança (ESG, na sua sigla em inglês).