O setor do alojamento turístico registou 1,9 milhões de hóspedes e 4,2 milhões de dormidas em dezembro de 2024, correspondendo a variações de +3,6% e +2,9%, respetivamente (+14% e +9,6% em novembro de 2024, pela mesma ordem), avançam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As dormidas de residentes registaram, no último mês do ano, um aumento de 0,6% (+22,2% em novembro), correspondendo a 1,6 milhões, enquanto as dormidas dos não residentes registaram um crescimento de 4,4% (o mesmo crescimento que em novembro), totalizando 2,6 milhões.
Já no 4.º trimestre de 2024, as dormidas aumentaram 4,7% (+3% no 3.º trimestre), com as dormidas de residentes a crescerem 6,8% (+1% no 3.º trimestre) e as de não residentes a aumentarem 3,7% (+4% no trimestre anterior).
No que diz respeito ao número de hóspedes no último trimestre de 2024, Portugal somou mais de 7 milhões (mais 400 mil que em igual período de 2023), com os residentes a contabilizarem 2,9 milhões (contra os 2,7 milhões de período homólogo) e os não residentes 4,1 milhões (contra os 3,9 milhões de igual período de 2023).
Em dezembro, os maiores aumentos nas dormidas ocorreram na Madeira (+8,8%) e nos Açores (+4,4%), tendo os únicos decréscimos sido registados no Oeste e Vale do Tejo (-3,0%) e no Centro (-0,3%).
As dormidas de residentes registaram decréscimos na maioria das regiões, tendo sido mais expressivos nos Açores (-11,1%). Em sentido contrário, destacaram-se os crescimentos registados na Madeira (+28,7%) e na Península de Setúbal (9,1%).
Já as dormidas de não residentes registaram crescimentos em todas as regiões, com exceção da Península de Setúbal (-5,6%) e do Oeste e Vale do Tejo (-4,5%). Os aumentos mais expressivos foram observados nos Açores (+28,2%) e no Alentejo (+11,2%).
Os 10 principais mercados emissores, em dezembro, representaram 72,3% do total de dormidas de não residentes neste mês, com o mercado britânico a manter-se com o maior peso (13,7% do total das dormidas de não residentes em dezembro) e a registar um ligeiro decréscimo de 0,2% face ao mês homólogo.
As dormidas do mercado espanhol, o segundo principal mercado emissor em dezembro (13,2% do total), diminuíram 10%. Seguiu-se o mercado alemão, na 3.ª posição (quota de 11,3%), com um crescimento de 9,2%.
No grupo dos 10 principais mercados emissores em dezembro, o mercado polaco foi o que registou o maior crescimento (+13,9%), seguindo-se os Países Baixos (+10,4%) e o Canadá (9,9%).
2024: Ano histórico
O ano de 2024, como se estimava, ultrapassou todos os recordes no turismo, com os dados preliminares do INE a indicarem que os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas, refletindo aumentos anuais de 5,2% e 4%, respetivamente.
No conjunto do ano de 2024, as dormidas de residentes aumentaram 2,4% (+1,9% em 2023) e as de não residentes 4,8% (15,1% em 2023). As dormidas de não residentes predominaram (70,3% do total) e atingiram 56,4 milhões, enquanto as realizadas por residentes (29,7% do total) totalizaram 23,9 milhões.
Face a 2023, “acentuou-se a dependência dos mercados externos (69,8% em 2023), atingindo-se o peso mais elevado desde 2018, quando estes mercados representaram 70,4% do total”, revelam os dados do INE.
Nas dormidas, a região do Algarve totalizou 20,7 milhões (+1,9%), seguindo-se Lisboa com 19,4 milhões (+3,7%) e o Norte com 14,1 milhões (+6,4%).
De resto, no conjunto do ano de 2024, todas as regiões registaram crescimento nas dormidas, com os maiores aumentos a ocorrerem nos Açores (+9,3%), no Norte (+6,4%) e na Península de Setúbal (+6,1%).
O Algarve concentrou 25,8% do total das dormidas em 2024, seguindo-se a Grande Lisboa (24,2% do total) e o Norte (17,6%). O principal destino em termos de dormidas dos residentes foi o Norte (21,8% do total das dormidas de residentes), seguido do Algarve (19,6% do total), da Grande Lisboa (14,6% do total) e do Centro (14,5% do total).
As dormidas de não residentes concentraram-se, essencialmente, no Algarve (28,5% do total de dormidas de não residentes) e na Grande Lisboa (28,3% do total).
No Centro e no Alentejo, em 2024, predominaram as dormidas de residentes (67,1% e 66,5%, respetivamente), enquanto nas restantes regiões as dormidas de não residentes foram dominantes. A RA Madeira e Grande Lisboa foram as regiões mais dependentes dos mercados externos (85,3% e 82,0% do total de dormidas em 2024, pela mesma ordem).
Em termos de hóspedes, dos 31,6 milhões, 12,2 milhões foram residentes (+3,5%), e 19,4 milhões foram não residentes (+6,3%). Aqui, a liderança pertence a Lisboa, com 8,5 milhões de hóspedes (+4,9%), seguindo-se o Norte com 7,4 milhões (+6,9%) e o Algarve com 5,3 milhões (+2,6%). Tal como nas dormidas, todas as regiões registaram aumentos no número de hóspedes, com as maiores subidas a acontecerem na Península de Setúbal (+8%), Açores (+7,8%) e Centro (+7,2%).
No conjunto do ano de 2024, o mercado britânico manteve-se como o principal (18,1% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,7% para 10,2 milhões. Seguiram-se os mercados alemão (11,3% do total) com 6,3milhões, espanhol (9,7% do total) com 5,4 milhões, norte americano (9,2% do total) com 5,2 milhões, e francês (+8% do total) com 4,5 milhões. Ainda entre os principais mercados, o canadiano (+17,1%), o norte-americano (+12,1%) e dos Países Baixos (+8,7%) destacaram-se pelos crescimentos expressivos.
Estada média contradiz crescimento
Em dezembro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,24 noites) continuou a diminuir (-0,7%, após -3,8% em novembro). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,72 noites) e no Algarve (3,35 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Oeste e Vale do Tejo (1,61 noites) e no Centro (1,62 noites).
Na globalidade de 2024, a estada média recuou 1,1%, para 2,54 noites, tendo registado aumentos apenas nas Regiões Autónomas dos Açores (+1,5%) e da Madeira (+1%). A Península de Setúbal e o Centro foram as regiões onde a estada média mais decresceu (-1,7% e -1,4%, respetivamente).
Em dezembro, a estada média dos residentes (1,71 noites) diminuiu 0,2% e a dos não residentes (2,76 noites) decresceu 2,0%.
A estada média dos não residentes foi mais longa que a dos residentes em todas as regiões. A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas, quer dos não residentes (5,23 noites) quer dos residentes (3,26 noites).