Sindicato alerta para salários baixos na hotelaria e restauração
Estrutura sindical que representa trabalhadores do Norte desmente AHP e CTP.
Patricia Afonso
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Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte alerta para salários baixos.
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte alertou esta segunda-feira para os salários bacios praticados no sector, afirmando que cerca de 60% dos profissionais na hotelaria e 80% dos trabalhadores da restauração auferem o salário mínimo.
O comunicado da estrutura sindical vem desmentir as declarações da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) e da Confederação de Turismo Português (CTP). A associação indica que o salário médio pago na indústria hoteleira, em 2016, era de 1035 euros, excluindo subsídios e prémios; enquanto a CTP refere que são pagos salários entre os 1000 e os 1500 euros, “alegando subsídios da noite e ao sábado e domingo”, lê-se na nota.
“Estes valores nada têm a ver com a realidade. Os salários na hotelaria e na restauração são muitos baixos. Cerca de 80% dos trabalhadores da restauração e cerca de 60% dos trabalhadores da hotelaria recebem apenas o salário mínimo nacional”, afirma o sindicato, salientando que “o sector não paga subsídios de noite nem de fim de semana, há apenas o subsídio noturno que na hotelaria é pago das 00 às 7 horas com um acréscimo de 50%, mas que abrange muito poucos trabalhadores”. Também o “trabalho ao sábado e domingo na restauração e hotelaria não é pago com qualquer acréscimo, embora seja uma reivindicação sindical de há muitos anos”.
O sindicato indica, também, que o salário médio mensal “de 632 euros só pode ter cabimento se estiver incluído o subsídio de alimentação, que no sector ou é pago em espécie ou pelo valor pecuniário, que vai de 32 euros a 122 euros”.
Para reverter esta situação, a estrutura sindical reitere que que só haverá uma “evolução assinalável” nesta questão “quando for desbloqueada a contratação coletiva” e acusa a AHP de que “recusa negociar salários desde 2009 e insiste na retirada total de direitos do contrato coletivo de trabalho”, tal como a AHPORT cujas negociações sofrerem, inclusive, um “recuo patronal”. Nesta associação, a tabela salarial em vigor remonta a 2011, precisa o sindicato. “Também esta associação recusa assinar qualquer tabela salarial sem haver cedências sindicais no clausulado de retirada de direitos, e a proposta de salários em cima da mesa, para muitos trabalhadores, é do salário mínimo nacional.”
Por fim, o sindicato aponta o dedo ao Grupo Pestana, que “não negoceia tabelas salariais para os trabalhadores das Pousadas de Portugal desde 2009”.