INE: Viagens dos residentes ultrapassam 2019 no 1.º trimestre
Além de já terem viajado mais neste primeiro trimestre do que em igual período de 2019, os residentes realizaram também mais viagens em território nacional, de acordo com os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Inês de Matos
Mercado nacional regista principal descida de ocupação hoteleira no Algarve em agosto
Recorde de receitas: Europeus deverão gastar 114 mil milhões de dólares em hotéis em 2024
Agosto histórico impulsiona turismo para mais de 21 milhões de hóspedes e 55 milhões de dormidas nos primeiros oito meses de 2024
Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos
AHP: Açores e Madeira lideram taxa de ocupação hoteleira no verão de 2024
Alojamento e restauração foi o setor com maior subida da faturação em 2023
Turismo cresce em setembro à custa dos não residentes
Pipeline hoteleiro mundial em rota ascendente à exceção da Europa
Nos três primeiros meses do ano, os residentes em Portugal realizaram 4,7 milhões de viagens, número que traduz um aumento de 195,6% face a igual período do ano passado e uma subida de 0,3% face ao primeiro trimestre de 2019, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os números divulgados esta quarta-feira, 27 de julho, pelo INE mostram que, além de já terem viajado mais neste primeiro trimestre do que em igual período de 2019, os residentes realizaram também mais viagens em território nacional, indicador que subiu 3,6%, em detrimento das viagens ao estrangeiro, que desceram 23%.
O INE detalha que as subidas foram registadas em todos os meses deste primeiro trimestre do ano, tendo crescido 179,3% em janeiro, 266,0% em fevereiro e 156,8% em março em comparação com iguais meses de 2021, ainda que, face a 2019, apenas se tenha registado um crescimento em fevereiro, quando houve um acréscimo de 8,5%, enquanto em janeiro e março foram identificadas descidas de 2,8% e 4,6%, respetivamente.
As viagens em território nacional corresponderam a 90,5% das deslocações efetuadas, enquanto as 443,4 mil viagens turísticas com destino ao estrangeiro representaram 9,5% do total, naquela que, segundo o INE, foi “a proporção mais elevada desde o 1.º trimestre de 2020”.
Quanto à motivação, a “visita a familiares ou amigos” foi o principal motivo de viagens no primeiro trimestre do ano e originou 2,2 milhões de viagens, o que representa 46,1% do total, traduzindo um crescimento de 187,7% face a igual período do ano passado e a 4,4% em comparação com período homólogo de 2019.
Já o “lazer, recreio ou férias”, que motivou 1,8 milhões de viagens e representou 39,2% do total, foi, segundo o INE, “o motivo que registou o maior acréscimo”, apresentando aumentos de 342,2% face ao primeiro trimestre de 2021 e 3,0% em relação ao mesmo período de 2019.
Por sua vez, as viagens por motivos “profissionais ou de negócios”, que somaram 431,8 mil deslocações e representaram 9,2% do total, aumentaram 90,0% face aos três primeiros meses de 2021, ainda que continuem a apresentar uma descida de 31,1% face ao mesmo período de 2019.
As viagens de “visita a familiares ou amigos” mantiveram-se, no primeiro trimestre, como “principal motivo nas viagens nacionais”, indica o INE, que diz também que o “lazer, recreio ou férias” continuou a ser o segundo motivo mais frequente das viagens em território nacional, tendo ainda dado “origem a 49,3% do total das viagens ao estrangeiro”.
“As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” foram as únicas que perderam representatividade, nas viagens nacionais (-5,0 p.p.) mas principalmente com destino ao estrangeiro (-47,5 p.p.), dado que no 1ºT 2021 predominaram as deslocações ao estrangeiro por motivos profissionais (72,1%)”, acrescenta o INE.
Em 20,4% das deslocações, a viagem foi organizada através da internet, num aumento de 15,4 pontos percentuais, ainda que tenha sido nas deslocações ao estrangeiro que o recurso à internet mais tenha crescido, aumentando 29,5 pontos percentuais, para 67,5%. Nas deslocações em território nacional, a internet foi o meio escolhido em 15,4% das viagens, num aumento de 11,7 pontos percentuais.
Já os “hotéis e similares” concentraram 21,9% das dormidas resultantes das viagens turísticas do primeiro trimestre do ano e apresentaram “um ganho na sua representatividade”, totalizando 2,9 milhões de dormidas, depois de um aumento de 16,3 pontos percentuais, o que traduz uma subida de 647,2% face a igual período de 2021, mas uma descida de 6,9% em comparação com os três primeiros meses de 2019.
O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento, representando 71,0% do total, o que correspondeu a 9,5 milhões de dormidas, ainda que se tenha registado uma diminuição no seu peso total de 17,6 pontos percentuais. Face a igual período de 2021, houve uma subida de 51,4%, e de 9,9% em comparação com o mesmo período de 2019.
No primeiro trimestre de 2022, “cada viagem teve uma duração média de 2,85 noites”, indica o INE, que aponta uma descida face às 4,46 de duração média de igual período de 2021, mas uma subida em comparação com as 2,70 noites do primeiro trimestre de 2019.
“Em janeiro e março a duração média foi 3,05 noites, enquanto fevereiro registou uma duração de 2,49 noites”, acrescenta o INE na informação divulgada.
O INE diz ainda que, nos primeiros três meses de 2022, a “proporção de turistas residentes aumentou”, uma vez que, entre os residentes, 19,0% realizaram pelo menos uma deslocação turística entre janeiro e março, o que traduz um acréscimo de 12,9 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior e uma ligeira descida face aos 19,2% de residentes que, em período homólogo de 2019, tinham realizado pelo menos uma viagem turística.
“Neste trimestre, a percentagem de residentes que viajaram registou acréscimos em todos os meses, face ao mesmo período de 2021”, destaca ainda o INE, que diz que houve subidas de 6,5 pontos percentuais, 8,7 pontos percentuais e 7,0 pontos percentuais, respetivamente, de janeiro a março. Face a igual período de 2019, apenas em janeiro houve uma descida de 0,8 pontos percentuais, já que fevereiro e março trouxeram subidas de 1,1 pontos percentuais e 0,1 pontos percentuais, respetivamente.