Mensagem Restaurante. Créditos: Fernando Bagnola
Alojamento e restauração foi o setor com maior subida da faturação em 2023
Segundo a consultora Informa D&B, o aumento do volume de negócios, em 2023, foi “transversal à maioria dos setores de atividade” e os setores ligados ao turismo “registam os crescimentos mais significativos no volume de negócios em 2023”.
Inês de Matos
Mercado nacional regista principal descida de ocupação hoteleira no Algarve em agosto
Recorde de receitas: Europeus deverão gastar 114 mil milhões de dólares em hotéis em 2024
Agosto histórico impulsiona turismo para mais de 21 milhões de hóspedes e 55 milhões de dormidas nos primeiros oito meses de 2024
Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos
AHP: Açores e Madeira lideram taxa de ocupação hoteleira no verão de 2024
Turismo cresce em setembro à custa dos não residentes
Pipeline hoteleiro mundial em rota ascendente à exceção da Europa
O setor do alojamento e restauração foi o que, no ano passado, registou a maior subida da faturação, que cresceu 18%, avança a consultora Informa D&B, que analisou o volume de negócios de 371 empresas nacionais ao longo do ano passado.
“Entre os setores com maior crescimento do volume de negócio agregado das respetivas empresas, destacam-se o alojamento e restauração (+18%), serviços gerais (+14%) e serviços empresariais (+13%)”, indica a consultora em comunicado.
Os resultados, publicados no relatório Informa Business by Data, que foi divulgado no passado sábado, 26 de outubro, indicam que o aumento do volume de negócios foi “transversal à maioria dos setores de atividade”, no ano passado, e que os setores ligados ao turismo “registam os crescimentos mais significativos no volume de negócios em 2023”.
“Alojamento de curta duração (+25,5%), serviços turísticos (+21%), transportes aéreos (+20,6%) e hotelaria e turismo rural (+19,8%) estão entre as atividades com maiores crescimentos no volume de negócios”, lê-se na informação divulgada.
O relatório da Informa D&B mostra que, em 2023, o volume de negócios agregado do tecido empresarial cresceu 2,5% face ao ano anterior, o que representa um acréscimo na faturação de 10,6 mil milhões de euros, num registo que surge “após dois anos consecutivos de forte crescimento neste indicador”.
A Informa D&B sublinha que “mais de metade das empresas (57%) viram a sua faturação aumentar”, com destaque para as pequenas e as médias empresas, que constituíram os segmentos com o maior crescimento no volume de negócios, registando aumentos de 8,6% e 7,0%, respetivamente.
Já nas microempresas o aumento da faturação foi de 2,3%, no ano passado, com a Informa D&B a destacar ainda que, “ao contrário da tendência dos últimos dois anos, o volume de negócios das grandes empresas desceu 1,2% em 2023”.
Apesar dos bons resultados, houve, no entanto, setores com desempenhos negativos, a exemplo da energia e ambiente, grossista e indústrias, que apresentaram quedas no volume de negócios em 2023.
Exportações descem mas emprego sobe
Os dados divulgados pela Informa D&B mostram também que, no ano passado, volume agregado das exportações recuou 1,7% face a 2022, sendo afetado sobretudo “pelo decréscimo da exportação de bens e pelos negócios no mercado comunitário”.
“Apesar desta queda ligeira, mais de metade das empresas exportadoras (51%) viram crescer o seu volume de negócios com o exterior. Em 2023, as exportações representaram 20% do total do negócio das empresas nacionais. O decréscimo nas exportações foi compensado pelo crescimento de 3,6% do mercado interno, que contribuiu assim para o crescimento de 2,5% na faturação agregada das empresas”, indica o comunicado divulgado.
Em sentido contrário está o emprego, que tem vindo a crescer e novamente com destaque para o alojamento e restauração, com a Informa D&B a constatar que, à semelhança dos dois últimos anos, “quase dois terços das empresas manteve os números do emprego em 2023”.
“O total do emprego nas empresas cresceu 4,7% nesse ano, um crescimento que está mais concentrado nos setores dos serviços empresariais, alojamento e restauração e construção. Em 2023, os custos com o pessoal cresceram em 60% das empresas, apesar de apenas 21% ter aumentado o número de empregados”, acrescenta a Informa D&B.
O desempenho globalmente ascendente levou a que, no ano passado, dois terços das empresas tenham atingido resultados positivos, uma realidade que, segundo a Informa D&B, “é transversal à maioria dos setores de atividade”.
“Os resultados líquidos agregados do tecido empresarial cresceram 12,2% face ao ano anterior. Metade das empresas regista um crescimento neste indicador, dando continuidade aos aumentos expressivos de 2021 e 2022. Esta subida foi também transversal a quase todos os setores de atividade, destacando-se as Energias, Serviços Empresariais e Indústrias”, indica ainda a consultora.
O crescimento dos resultados líquidos, lê-se na informação divulgada, “refletiu-se numa melhoria da rentabilidade das empresas”, pois a “margem líquida evoluiu de forma positiva em 2023, atingindo os 8,2% (+0,7pp)”, o que é “fruto do efeito conjunto do crescimento dos negócios e de uma maior otimização das estruturas de custos, traduzindo-se numa maior criação de valor e riqueza para a economia nacional”.