SANA Hotels: “Serra da Estrela tem um potencial enorme e pode ser uma prioridade de análise”
O grupo SANA vai investir 400 milhões de euros em 10 novos projetos. Carlos Silva Neves admite interesse no interior e revela que o grupo está na corrida a um novo projeto do Revive e deslinda ainda os planos para o Quartel da Graça.

Rute Simão
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Grupo hoteleiro vai investir 400 milhões de euros em 10 novos projetos nos próximos cinco anos.
O grupo SANA Hotels está de olho no interior do país e entrou na corrida à concessão de um novo imóvel que integra o portefólio do Revive, programa que visa a recuperação de património do Estado para fins turísticos, “Há mais um projeto do Revive. Vamos começar a olhar para o interior do país. Queremos explorar Portugal mas queremos fazê-lo à nossa maneira, com bons projetos, com diferenciação”, revelou Carlos Silva Neves à Publituris Hotelaria, à margem do 31º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorreu em Viana do Castelo, na passada semana.
Sem querer deslindar pormenores, o administrador do grupo SANA Hotels admitiu interesse na região centro. “A Serra da Estrela tem um potencial enorme e pode ser uma prioridade de análise. Hoje este tipo de natureza é cada vez mais apreciado, não pela minha geração, mas pela geração mais nova e Portugal tem coisas lindíssimas no interior”, revelou.
Conforme o administrador indicou durante um painel do Congresso organizado pela AHP, no qual interveio como convidado, durante os próximos cinco anos o grupo SANA Hotels vai investir mais de 400 milhões de euros em 10 projetos hoteleiros que contemplam novas aberturas e remodelações.
Na Rua do Ouro, em Lisboa, aguardam licenciamento duas novas unidades, num investimento de 140 milhões de euros. Um hotel no edifício da antiga sede da Caixa Geral de Depósitos e um outro no edifício do BCP. Este último pressupõe a oferta de um produto de long term rental.
Também a aguardar luz verde está o futuro cinco estrelas que irá ocupar dois edifícios na Avenida Fontes Pereira de Melo, também na capital.
Uma fatia do investimento global anunciado diz ainda respeito à ampliação do SANA Lisboa Hotel, que irá ver a sua capacidade de alojamento aumentada em 140 quartos e cuja intervenção deverá estar concluída no próximo ano.
Evolution de Norte a Sul
O conceito tecnológico que sustentou a marca Evolution, que se estreou no Saldanha, em Lisboa, é uma das grandes apostas nos próximos projetos de expansão do grupo hoteleiro. “Fomos pioneiros na disrupção no que é um hotel tradicional mais tecnológico. É um hotel completamente desprendido dos formalismos. Hoje, quando se copia conceitos, é sinal que estamos no bom caminho”, atesta Carlos Silva Neves.
A marca vai expandir-se para o Estoril e dará nova vida ao antigo SANA Classic Paris Hotel e deverá abrir portas no primeiro trimestre de 2021. A Norte, Vila Nova de Gaia irá também acolher uma unidade da marca, na Avenida da República encontrando-se a aguardar o licenciamento.
“Queremos avançar para outras cidades de Portugal. O conceito Evolution é uma boa aposta para determinadas áreas de Portugal como Coimbra ou Viana do Castelo”, admite o responsável. Também o Algarve integra esta equação. “No Algarve pode fazer sentido um conceito Evolution na cidade de Faro, mas não mais [projetos] do que isso”, acrescenta
Quartel da Graça: “Fizemos as nossas contas e fizemos uma proposta para ganhar”
Recentemente o grupo ganhou a adjudicação do Quartel da Graça, em Lisboa, o imóvel mais cobiçado do programa Revive, até agora. A unidade, que está ainda em fase de conclusão contratual, será alvo de um investimento de 30 milhões de euros e uma renda anual de 1,79 milhões de euros anuais, o triplo do valor estipulado inicialmente. “Fizemos as nossas contas e fizemos uma proposta para ganhar. Hoje as unidades hoteleiras são caras. O Myriad by Sana, o Epic Sana Lisboa Hotel, o Epic SANA Algarve Hotel, foram investimentos altos do ponto de vista financeiro mas que têm o seu retorno porque quisemos apostar e trazer o chamado turismo de qualidade, o turismo que se pague e que consiga suportar este valor”, justifica o administrador.
Sobre os planos para o cinco estrelas, Carlos Silva Neves explica que este será mais do que um hotel e irá apostar em atividades culturais complementares à unidade. “No Quartel da Graça queremos fazer um produto completamente diferenciado e no qual consigamos trazer dignidade ao espaço. A componente histórica e cultural vai estar muito presente, queremos fazer mais do que um hotel. Vamos tirar partido da inserção do bairro da Graça e criar um produto que seja completamente disruptivo em termos de criação de produto e valor do que temos vindo a fazer. Uma das coisas que vamos promover são os conteúdos, sejam musicais ou teatro”, enumera.
Focado nos investimentos nacionais, o grupo tem ainda dois projetos fora de portas, em Marraquexe, na cidade de Casablanca, das marcas Evolution e Epic.