Portugal ultrapassa 30 milhões hóspedes e 77 milhões dormidas em 2023. Receitas somam recorde de 6 MM€
Os números já tinham sido avançados, mas agora chega a confirmação. Em 2023, o alojamento turístico, em Portugal, recebeu mais de 30 milhões de hóspedes e as dormidas ultrapassaram as 77 milhões. Quanto às receitas, o turismo português atingiu novo recorde: mais de seis mil milhões de euros.
Victor Jorge
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Em dezembro de 2023, o setor do alojamento turístico registou 1,8 milhões de hóspedes (+10,9%) e 4 milhões de dormidas (+8,2%), gerando 289 milhões de euros de proveitos totais (+13,9%) e 204,2 milhões de euros de proveitos de aposento (+15%). Comparando com dezembro de 2019, continuam a registar-se aumentos mais expressivos, +40,8% nos proveitos totais e +44,9% nos relativos a aposento, revelam os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os resultados preliminares de 2023 apontam para 30 milhões de hóspedes (+13,3%) e 77,2 milhões de dormidas (+10,7%), que terão permitido gerar mais de 6 mil milhões de euros de proveitos totais (+20,1%) e 4,6 mil milhões de euros de proveitos de aposento (+21,3%). Comparando com 2019, observaram-se aumentos mais expressivos, +40,2% e +43,0%, respetivamente.
Em dezembro, Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (36,3% dos proveitos totais e 38,2% dos proveitos de aposento, respetivamente), seguida pelo Norte (18,7% e 19%) e pela Madeira (15,6% e 14,9%).
Os maiores crescimentos ocorreram no Centro (+21,2% nos proveitos totais e +23% nos de aposento), no Alentejo (+18,5% e +20%) e no Algarve (+16,6% e +19,4%). Face a dezembro de 2019, destacou-se a Madeira, com +64,9% nos proveitos totais e +75,1% nos de aposento, seguida pelo Alentejo, com +54,8% e +59,6%, pela mesma ordem.
No conjunto do ano de 2023, os maiores crescimentos nos proveitos totais e de aposento ocorreram nos Açores (+25,9% e +27,7%), em Lisboa (+24,5% e +25,7%) e no Norte (+24,2% e +25,5%, respetivamente). Comparando com 2019, os maiores aumentos nos proveitos totais e de aposento verificaram-se nas regiões autónomas (Açores com +60,3% e +62,3%, respetivamente, e Madeira com +60,2% e +72,3%).
Em dezembro, registaram-se crescimentos dos proveitos nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 87% e 85% no total do alojamento turístico, respetivamente) aumentaram 13,2% e 14,7%, respetivamente. Face a dezembro de 2019, registaram-se crescimentos de 38,7% e 43,1%, pela mesma ordem.
Nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9% e 11,1%, respetivamente), registaram-se aumentos de 16,5% nos proveitos totais e 14,7% nos proveitos de aposento. Comparando com dezembro de 2019, observaram-se crescimentos de 40,5% e 43,6%, respetivamente.
No turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,9% nos proveitos totais e de aposento), os aumentos foram de 25,1% e 21,8%, respetivamente. Face a dezembro de 2019, os proveitos neste segmento mais do que duplicaram (+112% e +110,4%, nos proveitos totais e de aposento, respetivamente).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 36,2 euros em dezembro, registando um aumento de 9,2% face a igual período de 2022 (+7,7% em novembro) e de 30,2% em comparação com dezembro de 2019.
Os valores de RevPAR mais elevados foram registados na Madeira (57,4 euros) e em Lisboa (56,3 euros).
Os maiores crescimentos ocorreram no Centro (+16,9%) e no Algarve (+15,8%), tendo os Açores registado o único decréscimo (-4,9%).
No conjunto do ano 2023, o RevPAR aumentou 15,4%, atingindo 64,8 euros. Neste período, este indicador registou crescimentos de 16,5% na hotelaria, 15,7% no alojamento local e 7,1% no turismo no espaço rural e de habitação.
Lisboa concentrou 1/5 do total de dormidas registadas em Portugal em 2023
No conjunto do ano 2023, do total de 77,2 milhões de dormidas (+10,7%) nos estabelecimentos de alojamento turístico, 73,3% concentraram-se nos 23 principais municípios.
Em 2023, o município de Lisboa concentrou 19,6% do total de dormidas, atingindo 15,1 milhões dormidas (+13,6%; +3,5% nos residentes e +15,6% nos não residentes). Este município concentrou 23,9% do total de dormidas de não residentes registadas no país em 2023 (23,8% em 2022).
Albufeira (peso de 10,1%) registou 7,8 milhões de dormidas em 2023, refletindo um aumento de 9%, que se ficou a dever ao acréscimo de dormidas de não residentes (+14,5%), dado que as dormidas de residentes decresceram (-9,1%).
O município do Funchal representou 8,1% do total de dormidas em 2023 (6,2 milhões), o que se traduziu num crescimento de 8,8% (-5% nos residentes e +11,5% nos não residentes).
No Porto, registaram-se 5,9 milhões de dormidas em 2023 (7,6% do total), representando um acréscimo de 21,9% face a 2022 (+8,8% nos residentes e +24,7% nos não residentes).
Neste período, destacou-se ainda o crescimento registado em Ourém (+33,6%; +9,9% nos residentes e +50,9% nos não residentes) e, em sentido contrário, os decréscimos nos municípios de Vila Real de Santo António (-4,1%; -12,9% nos residentes e +3,3% nos não residentes) e Lagoa (-0,2%; -13,4% nos residentes e +3,3% nos não residentes).
Face a 2019, os maiores crescimentos registaram-se em Vila Nova de Gaia (+32,5%), Porto (+28,0%) e Funchal (+24,2%), enquanto os maiores decréscimos ocorreram em Vila Real de Santo António (-15,4%) e Albufeira (-8,8%), que continuaram abaixo dos níveis pré-pandemia.