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United Hotels of Portugal espera crescimento contínuo ancorado no mercado asiático
A United Hotels of Portugal espera crescer 15% no próximo ano em ocupação e preço, “ancorado principalmente no crescimento do mercado asiático”, naquilo a que chama um “crescimento contínuo”.
Carla Nunes
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A United Hotels of Portugal espera crescer 15% no próximo ano em ocupação e preço, “ancorado principalmente no crescimento do mercado asiático”, naquilo a que chama um “crescimento contínuo”.
A afirmação parte de Alexandre Marto Pereira, CEO da United Hotels of Portugal, que explica que este ano o grupo registou um aumento de 64% na ocupação em relação a 2019, sendo que este ano vão registar mais de 280 mil noites – dados que, relembra, “não são comparáveis”, já que o número de hotéis face a 2019 não é o mesmo, dada a recente integração do hotel Josefa d’Óbidos no grupo.
Relativamente aos oito hotéis em Fátima que integram o grupo, sob o chapéu do Fátima Hotels Group, vão ser atingidas 180 mil noites até ao final deste ano, “o que representa um crescimento em linha com o crescimento em Fátima”, de acordo com Alexandre Marto Pereira. O profissional reporta-se aos dados do INE do final de outubro deste ano, onde se dava conta de um crescimento de mais de 33% nas dormidas em Fátima face a 2022, com um milhão de noites – das quais “dois terços são internacionais”.
Quanto às receitas, e no caso do Fátima Hotels Group, as receitas deste ano estarão à volta de 40% acima das de 2022.
Mercados
Sobre os mercados dos hotéis em Fátima, Alexandre Marto Pereira afirma que “ao contrário de alguns destinos em Portugal que dependem muito de dois ou três mercados, Fátima tem mercados extremamente diversificados e tem historicamente um peso muito grande por parte da Ásia”, apontando que “em 2019, 100 mil noites eram de sul coreanos”. A este mercado seguiram-se os da América do Sul, “mais fundado no Brasil”, e o dos Estados Unidos da América (EUA).
Se em 2023 o mercado português representava cerca de 66% das dormidas nos hotéis em Fátima, Alexandre Marto Pereira antecipa que os mercados de 2019 que ainda não recuperaram “vão crescer a um ritmo muito superior ao mercado nacional, que provavelmente não vai crescer mais”.
“A minha expectativa é que o mercado nacional, fruto deste aperto do consumo que está a ser provocado pela inflação e pelo aumento da taxa de juro, faça com que a procura de lazer em Portugal estagne. No entanto, espero uma recuperação do mercado brasileiro, principalmente por força do aumento do número de voos, e depois dos mercados asiáticos, que estavam fechados completamente e vão começar agora a recuperar”, afirma o CEO da United Hotels of Portugal.
Quando questionado sobre o impacto do conflito entre Israel e Palestina na hotelaria de Fátima, Alexandre Marto Pereira refere que “ao ter o mercado de Israel encerrado, muitos dos decisores que fazem as peregrinações vão decidir vir para a Europa”, sendo que “houve algumas reservas que foram quase imediatamente transferidas para a Europa”.
Impacto da JMJ na capital
Em relação ao impacto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nos hotéis do grupo, principalmente em Lisboa, Alexandre Marto Pereira mantém um discurso otimista, admitindo ser “dos que contraria um pouco o discurso normal em relação às jornadas em Lisboa, porque os números em agosto em Lisboa foram muito bons”.
“Este mês de agosto foi particularmente forte em relação a todos os anos anteriores. A única diferença foi a expetativa que foi gerada. Em cinco e quatro estrelas foi melhor que o ano passado, nos outros também. O problema é que se gerou um discurso em relação à JMJ como sendo um evento que ia elevar ao infinito os preços e as ocupações em Lisboa e a natureza do evento não é essa”, defende.
Já em Fátima, o CEO da United Hotels of Portugal afirma que a jornada teve um impacto “extremamente bom”, já que existiram grupos que, “não podendo ficar em Lisboa por causa dos preços altos, utilizaram Fátima como base para se deslocar a Lisboa diariamente”.
Feitas as contas, Alexandre Marto Pereira considera que “a visibilidade que foi emprestada ao país pela JMJ vai fazer com que Fátima fique nos próximos anos no radar do turismo religioso mundial”. Depois de os turistas tomarem a decisão de visitar a região, “fazem um circuito em Portugal”.
Quando questionado sobre a possibilidade de novas unidades a integrar a United Hotels of Portugal em 2024, o CEO do grupo refere que está “todos os dias à procura e a analisar novos projetos, ou para a compra de hotel, ou de mera representação comercial”. Por enquanto, Alexandre Marto Pereira levanta apenas a ponta do véu para afirmar que tem “algumas coisas em vista em algumas cidades de Portugal”, sendo que o objetivo passa por se manterem no eixo de Lisboa até Porto.
A United Hotels of Portugal detém e opera dez hotéis independentes em Portugal, nomeadamente o Lumen Hotel & The Lisbon Light Show, em Lisboa, os oito hotéis do Fátima Hotels Group e, mais recentemente, o hotel Josefa d’Óbidos.