Proveitos do alojamento turístico até outubro já ultrapassam todo o ano de 2019
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, 14 de dezembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), face a outubro de 2019, os proveitos totais aumentaram 27,2%, enquanto os proveitos de aposento subiram 27,8%.
Inês de Matos
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Em outubro, o setor do alojamento turístico contabilizou 497,7 milhões de euros de proveitos totais e 370,6 milhões de euros de proveitos de aposento, valores que representam subidas de 48,2% e 50,1% face a igual mês de 2021 e que, no acumulado desde janeiro, ultrapassam já o montante registado em todo o ano de 2019, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, 14 de dezembro, pelo INE, face a outubro de 2019, os proveitos totais aumentaram 27,2%, enquanto os proveitos de aposento subiram 27,8%.
Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se nos 61,2 euros, em outubro, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 101,2 euros, o que traduz subidas de 42,5% e 20,6% face a outubro de 2021, bem como de 21,8% e 20,1%, respetivamente, face ao mesmo mês de 2019.
No acumulado desde janeiro, os proveitos totais cresceram 126,9% e os relativos a aposento aumentaram 128,6%, com o INE a indicar que, face ao mesmo período de 2019, verificaram-se aumentos de 15,6% e 16,7%, respetivamente.
Por regiões, em outubro, a AM Lisboa concentrou 35,5% dos proveitos totais e 38,1% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (24,5% e 22,2%, respetivamente) e o Norte (16,4% e 17,2%, pela mesma ordem).
Já nos que diz respeito aos segmentos de alojamento, segundo o INE, “nos primeiros dez meses de 2022, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento”, uma vez que, face a 2019, os proveitos totais da hotelaria subiram 14,3% e os de aposento cresceram 15,5%, enquanto nos estabelecimentos de alojamento local registaram-se subidas de 13,1% e 14,0%. Já no turismo no espaço rural e de habitação os aumentos atingiram 64,0% e 61,6%.
“No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 61,2 euros em outubro, tendo aumentado 42,5% face a outubro de 2021 (+63,2% em setembro) e 21,8% em comparação com o mesmo mês de 2019. Os valores de RevPAR mais elevados foram registados na AM Lisboa (108,4 euros) e na RA Madeira (63,0 euros)”, acrescenta o INE.
O rendimento médio por quarto disponível “aumentou 75,8% desde o início do ano, com crescimentos de 77,8% na hotelaria, 88,4% no alojamento local e 18,6% no turismo no espaço rural e de habitação”.
Hóspedes e dormidas também recuperam
Em outubro, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram ainda 2,6 milhões de hóspedes e 6,8 milhões de dormidas, valores que traduzem subidas de 23,4% e 23,5%, respetivamente, em relação ao mesmo mês de 2021, bem como aumentos de 5,0% e 6,2%, respetivamente, face a mês homólogo de 2019.
Em outubro, o mercado interno contribuiu com 1,8 milhões de dormidas, tendo diminuído 2,7%, enquanto os mercados externos predominaram (peso de 72,7%) e totalizaram 4,9 milhões de dormidas, o que traduz um aumento de 37,3%.
Face a outubro de 2019, o INE diz ainda que se registaram “aumentos de 21,0% nas dormidas de residentes e de 1,5% nas de não residentes, correspondendo, neste último caso, ao maior crescimento mensal face a 2019”.
Desde o início do ano, foram ainda contabilizados 25,4 milhões de hóspedes e 68,5 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 90,9% e 90,3%, respetivamente, face ao mesmo período do ano passado.
Face a 2019, dormidas acumuladas desde janeiro aumentaram 97,3% (+23,7% nos residentes e +177,9% nos não residentes), ficando apenas 1,6% abaixo de igual período de 2019, principalmente por culpa “da diminuição das dormidas de não residentes (-6,0%) dado que as de residentes cresceram 9,0%”.
O INE diz ainda que “as taxas líquidas de ocupação-cama e de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (48,9% e 60,4%, respetivamente) foram ligeiramente superiores às de outubro de 2019 (48,4% e 59,6%, pela mesma ordem)”.
O INE refere ainda que a maior parte das dormidas provenientes do Reino Unido foram realizadas na na hotelaria, principalmente em unidades de cinco estrelas, que concentraram 1/3 das dormidas de não residentes, enquanto as dormidas de hóspedes alemães se concentraram no alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação.
Os dados do INE mostram ainda que os 10 principais mercados emissores para Portugal, entre janeiro e outubro de 2022, representaram 78,8% do total de dormidas de não residentes, sendo que quatro mercados concentram cerca de metade das dormidas de não residentes: Reino Unido (19,9%), Alemanha (11,5%), Espanha (10,7%) e França (9,5%).
Face a 2019, o maior acréscimo de representatividade registou-se no mercado norte americano (+1,8 p.p.), enquanto o mercado brasileiro foi o que mais perdeu face ao período pré-pandemia (-1,2 p.p.).