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CM Porto: “O país pôs-se em bicos de pé demasiado cedo, o jogo ainda vai a meio”

O vereador do Turismo da Câmara do Porto fala sobre a estratégia de gestão do turismo na cidade face à nova realidade.

Carina Monteiro

CM Porto: “O país pôs-se em bicos de pé demasiado cedo, o jogo ainda vai a meio”

O vereador do Turismo da Câmara do Porto fala sobre a estratégia de gestão do turismo na cidade face à nova realidade.

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Era um dos destinos que mais crescia antes da pandemia e um dos focos do investimento hoteleiro em Portugal. O Porto, à semelhança do resto do país, está a retomar a atividade turística, mas há desafios pela frente. Para Ricardo Valente, vereador com o Pelouro da Economia, Turismo e Comércio da Câmara Municipal do Porto, o ano de 2020 está perdido para o turismo e ainda é cedo para delinear um plano para dinamizar a atividade turística nos mercados internacionais, porque ainda não há certezas sobre quais os mercados de origem dispostos a viajar. Para o responsável é fundamental garantir a manutenção da oferta instalada, ou seja, não “deixar morrer os hotéis”. Porque, afirma, “o pior que podia acontecer era termos os turistas e depois não termos a capacidade de os servir bem”.

Face às enormes dificuldades que as unidades de alojamento enfrentam, devido à falta de clientes, qual deve ser o papel da câmara para mitigar estas dificuldades?
Do ponto de vista daquilo que é a estratégia do município do Porto, definimos sempre que o turismo é um vetor estratégico do desenvolvimento económico e social da cidade. Portanto, sendo esta crise pandémica sobretudo de mobilidade, impactou enormemente a atividade turística, de forma direta e indireta. O que significa que os ‘stakeholders’ do ponto de vista público, na minha perspetiva, têm, quando a crise sanitária estiver mais ou menos resolvida, encetar um conjunto de políticas muito ativas para voltar a dinamizar a atividade turística nos seus territórios.

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O Porto já está nessa fase, ou seja, de delinear uma estratégia de captação de turistas?
A captação de turistas e a promoção de um território depende muito do que é a política de mobilidade. Ou seja, não adianta nada estar a investir recursos em mercados de origem que estão fechados. Penso que ainda é muito cedo, aliás, vê-se pelas situações que temos hoje em Portugal com estas guerras internas na União Europeia, com fecho de fronteiras a alguns países. Portanto, ainda é muito cedo para termos uma estratégia fechada, porque uma estratégia tem de depender de quais são os mercados que estão abertos e prontos a ser mercados de origem efetivos do turismo em Portugal. Ainda para mais, vamos ter uma crise do ponto de vista de recursos públicos. O município do Porto não vai passar incólume a isso, o nosso orçamento vai encolher de modo significativo. O que significa que a afetação de recursos a estas atividades tem de ser muito mais seletiva. Sou muito contrário à lógica voluntarista em tentarmos resolver rapidamente um problema, sem sabermos exatamente ainda qual é a nossa real capacidade de delinearmos uma estratégia que seja depois efetiva do ponto de vista de resultados. Julgo, muito sinceramente, que 2020 é um ano perdido. Vamos estar muito dependentes daquilo que é o sentimento dos mercados de origem e a capacidade das pessoas para viajarem. 2021 vai ser fundamental do ponto de vista daquilo que é a indústria turística nacional e o turismo no território do Porto e Norte.

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Ao nível fiscal e de custos de contexto, que medidas a câmara já tomou ou prevê tomar que tenham impacto nas empresas de alojamento?
O município do Porto encetou um conjunto de medidas do ponto de vista de toda a atividade económica da cidade, que inclui a hotelaria. Isentou todas as taxas municipais relacionadas com a atividade económica na cidade do Porto para todo o ano de 2020, tais como licenciamentos, esplanadas, etc. O que é que não fizemos? Mantivemos a taxa turística, porque a taxa não é um custo da hospedagem, é pago pelo turista. Somos completamente contrários à ideia que, é pelo facto de retirarmos um ou dois euros, que as pessoas virão ao destino. Porto e Lisboa já decidiram que não vão retirar a taxa turística, ao contrário de outras regiões do país. Foi uma decisão conjunta das duas cidades, e o que vão fazer é reduzir os custos de contexto. O IMI, por exemplo, para todos os hotéis no centro histórico no Porto é zero. Esses hotéis representam 70% da hotelaria da cidade. Por outro lado, o Porto tem um conjunto de novos hotéis que ainda estão com a isenção dos cinco anos. Se me perguntar se mesmo assim estaria favorável a uma redução do IMI? Digo já que não. Sou completamente contrário à redução do IMI porque isso também nos levaria a ter que reduzir o IMI em todas as atividades económicas, porque todas vão sofrer o impacto desta pandemia.

Qual a razão por que revogaram o projeto de Regulamento do Alojamento Local (AL) na cidade? Podem voltar a abrir unidades de AL nas zonas de contenção?
É um mito urbano dizer que nas zonas de contenção há proibição total. Zona de contenção, como o nome indica, significa conter, não significa proibir. Do mesmo modo que Lisboa tinha exceções no seu regulamento à não cedência para AL, nós também tínhamos. O que está no decreto-lei é que a zona de contenção dura dois anos no mínimo e que pode durar menos em casos excecionais. O que entendemos é que, neste momento de fortíssima crise, não faz sentido nenhum estarmos a criar constrangimentos do ponto de vista de licenciamentos de AL. Esta é a primeira razão. A segunda razão é uma questão de equidade fiscal na cidade do Porto. Ou seja, o Orçamento do Estado de 2020, aprovado na especialidade com base numa proposta do Bloco de Esquerda, colocou as pessoas individuais que exploram AL nas zonas de contenção com um aumento enorme da sua tributação. Na cidade do Porto, 48% do AL é detido por pessoas individuais. Mais ainda, estávamos prestes a aprovar em regulamento, que ao contrário de Lisboa, que define áreas de contenção por freguesia, nós limitámos dentro de cada freguesia. Por exemplo, tínhamos o lado direito da Rua do Almada como área de contenção, e o lado esquerdo não era zona de contenção. Se levássemos a cabo o regulamento, o que iria acontecer é que iríamos ter na cidade do Porto alojamentos locais em frente um ao outro com diferentes tributações. Entendemos que é aprofundamento injusto, somos completamente contra esta lógica de alteração das regras a meio do jogo e entendemos que esta austeridade sobre a atividade económica num momento de crise é completamente contraproducente. O que fizemos foi revogar o regulamento do AL, o que na realidade é uma suspensão, porque não vamos deixar de regular o AL, o que vamos fazer é eliminar as áreas de contenção, neste momento. Mas iremos certamente apresentar uma proposta de regulação do AL na cidade do Porto ainda durante este ano.

Crise não trava novos hotéis

O investimento em hotelaria e alojamento local no Porto parou com a pandemia? Qual é o retrato atual e o que se perspetiva no futuro?
Em termos de projetos hoteleiros não sentimos nenhuma alteração. Os que estavam em obras continuam e mesmo aqueles projetos que tínhamos licenças para início de construção vão continuar. Do ponto de vista do AL, a situação é diferente. Temos cerca de 1/5 dos detentores de AL a tomarem a decisão de fecharem o negócio ou de alterarem o seu negócio de short term rental para o mercado de arrendamento tradicional. É compreensível que, face à tipologia de agentes económicos que exploram o AL (mais pequenos, não têm uma lógica de grupo, nem uma marca a defender), estejam a passar por uma situação mais complicada. Aí diria que a quebra é significativa.

Existe intenção dos promotores de hotéis alterarem os projetos para habitação?
Não temos sentido isso. Não tivemos nenhuma aproximação do ponto de vista de projetos em curso serem alterados para usos diferentes. Porque também é preciso ter em conta que a cidade do Porto tem uma capacidade hoteleira relativamente pequena. Acredito que noutros mercados mais maduros, com outra capacidade, isso possa estar a acontecer. Aqui não está a acontecer.

No início deste ano quantos projetos estavam em curso?
Em termos de licenças, temos 35 projetos em curso para hotéis na cidade do Porto.

Que medidas implementou a câmara para simplificar o investimento no Porto?
A câmara aprovou o REURB 2020, que é um sistema de apoio a todo o investimento imobiliário no Porto que se consubstancia em dois objetivos: uma redução em 50% de todos os custos de licenças e taxas urbanísticas; e a redução dos prazos de aprovação das licenças para metade. O que quisemos fazer foi, por um lado, acelerar a decisão e reduzir os custos deste tipo de licenças. Está em discussão pública mas parece-nos pacífico e muito brevemente será aprovado.

Taxa turística
Vão propor uma moratória para o pagamento da taxa turística pelos empreendimentos turísticos e alojamentos locais, permitindo o pagamento da dívida de forma faseada. Antes da pandemia a taxa turística revertia para mitigar a pegada turística na cidade do Porto. Como agora não há turistas, a verba angariada pela taxa pode ter outros fins?
Como sabe as taxas turísticas não podem ser consignadas. O que entendemos é que este conjunto de verbas que entra no orçamento do município deve ser utilizada para contrabalançar a pegada turística e assim continuará.

Não poderá ser alocada para promoção, face a esta nova realidade?
Já investimos milhões de euros em promoção. Se há cidade no país que investe em promoção turística é a cidade do Porto. A cidade colocou, nos últimos anos, na Associação de Turismo do Porto e Norte mais de um milhão de euros por ano. Qual é a cidade do país que investe mais de um milhão de euros por ano na sua associação de turismo?

Mas estamos numa nova realidade em que não há turistas e em que todos os destinos turísticos estão a competir pelos turistas. Pode haver necessidade de um esforço maior na promoção.
E vai haver. Não podemos é desvirtuar. O nosso entendimento é este: as pessoas não podem querer tudo e o seu contrário. As pessoas dizem que querem cidades que não tenham ‘overtourism’, mas depois as cidades, que já recebem milhões, ainda investem em trazer mais turistas, o que é contraditório àquilo que é a sustentabilidade do crescimento da atividade turística. Sempre dissemos, e acreditamos firmemente nisto, que o turismo de cidade é diferente de tudo o resto. Ou seja, não podemos ter na lógica do turismo da cidade do Porto, a mesma lógica que um destino como o Algarve que é tipicamente uma zona onde não há grandes metrópoles. Não podemos confundir as coisas e tratar o turismo na cidade do Porto do mesmo modo que tratamos o turismo no Algarve. Não podemos, nem devemos fazê-lo, porque o turismo tem de ser complementar. O Porto vai continuar a ser uma cidade turística, mas fundamentalmente uma cidade. É isso que atrai turistas à cidade do Porto. No dia em que transformarmos as cidades em resorts, é o fim do turismo em cidades. Somos muito claros: enquanto cá estivermos, o turismo tem de ser sustentável, tem de dar parte à comunidade local. O Porto é a única cidade do país que tem um fundo de apoio às lojas históricas. O município do Porto investe meio milhão de euros por ano a apoiar as lojas históricas e este dinheiro vem, em grande medida, da taxa turística. É a taxa turística que permite aportar verbas a este apoio ao comércio tradicional. O que quero no fundo transmitir é isto: a promoção é autónoma da taxa turística, não vamos nunca querer ligar as duas coisas. Se pergunta se o município do Porto vai investir muito na promoção nos próximos tempos, a resposta é claramente positiva.

Acessibilidades
Têm estabelecido contacto com companhias aéreas? Qual o feedback?
Tem sido relativamente positivo. Temos companhias com muitos constrangimentos do ponto de vista daquilo que podem fazer, sobretudo, aquelas que foram alvo de apoio estatal. Se me pergunta sobre a Ryanair e a easyJet, é claríssimo que a aposta destas companhias no Porto continua. As companhias que foram alvo de apoio estatal, nomeadamente o Grupo Air France/KLM e a Lufthansa têm um conjunto de normas a cumprir. Aliás com a TAP vai passar-se o mesmo. Implica cortes de slots em aeroportos, rotas, pessoal. Portanto, vamos ser claros: vai ter impacto na cidade do Porto, porque as companhias vão ter reduzir a sua dimensão. O que é relevante é que as rotas que se mantêm, corram bem. A questão fundamental é que o destino mostre capacidade de absorver a oferta que é criada num determinado momento. A partir daí, vai criar ele próprio a capacidade de auto sustentar o seu crescimento. Significa que, se tenho uma rota que tem um ‘load fator’ muito grande, é evidente que outras companhias vão perceber que há espaço para ser ocupado e vamos atrair outras companhias. Penso que este crescimento vai ser gradual. É muito importante que o arranque seja feito com muitas boas condições. Como num jogo de futebol, o que interessa é como o jogo acaba. Em Portugal há esta tendência. Aliás foi o erro do país com esta gestão do Covid-19 e estamos agora a pagar caro do ponto de vista da imagem internacional. O país pôs-se em bicos de pé demasiado cedo, o jogo ainda vai a meio e já estamos a dizer que ganhámos. A questão fundamental é garantirmos que aquilo que estamos a fazer vai correr muito bem, porque isso vai garantir segurança aos turistas e vai significar que as companhias aéreas que confiaram no país vão ter bons resultados. É um erro crasso não cuidarmos do que é essencial e estarmos com campanhas massivas para atrair turistas e depois correr tudo muito mal. É uma perda dupla.

O que é essencial para garantir esta imagem?
Mostrar um excelente trabalho do ponto de vista do controlo sanitário efetivo. Fomos muito rápidos a confinar e apostámos muito na lógica, enquanto cidade, de testar o mais possível. É muito importante que o país continue a testar muito. A outra questão fundamental é a garantia da manutenção da nossa capacidade instalada, ou seja, a garantia que não vamos deixar morrer os hotéis, os operadores turísticos, que não vamos deixar morrer este setor de atividade. Porque o pior que podia acontecer era termos os turistas e depois não termos a capacidade de os servir bem. O que temos de garantir é que a experiência no destino Portugal, e em concreto no Porto, pós-pandemia seja uma experiência tão boa como era antes. Este é o maior desafio.

Eventos
Os eventos e o MICE já são um segmento importante para as cidades. Que perspetivas de retoma pode ter este segmento?
Estou muito preocupado. Tenho alguma esperança, porque foi anunciado que o Web Summit vai acontecer. Percebo que Web Summit é importante, porque alguém que recebe 11 milhões de euros para fazer um evento, tem de fazer o evento porque tem um cheque de 11 milhões de euros à espera. Independentemente de considerar ridículo tudo o que se gasta no Web Summit, considero que vai ser o pontapé de partida para abertura do mercado eventos. Nas cidades, o turismo de negócios é fundamental. Estamos imensamente preocupados por não ter havido, tanto da Direção Geral de Saúde, como da tutela, na nossa perspetiva erradamente, uma postura tão assertiva relativamente a esta componente da atividade económica como houve para outras. Não conseguimos compreender como é que é possível haver concertos com duas mil pessoas, mas não é possível haver congressos com 500 pessoas.
Portugal tem duas cidades muito bem posicionadas, Porto e Lisboa, no ranking da ICCA, é relevante que muito rapidamente a questão dos congressos e eventos seja devidamente tratada, pela DGS e pela tutela.

Quando estima que possa haver uma recuperação do turismo?
Sou muito cauteloso. Neste momento o problema-chave é a incerteza. É verdadeiramente o nosso maior desafio. Temos de concentrar esforços nas variáveis que controlamos. Aí temos que ser muito exigentes: hotéis e restaurantes abertos, toda a atividade aberta e servirmos bem os turistas. Não tenho dúvidas nenhumas que, se as pessoas que vierem ao Porto, chegarem ao fim da viagem e disserem que o Porto está fantástico e sempre esteve, temos a guerra ganha. Se isto acontecer, vencemos a pandemia. Se a pandemia tiver o efeito das pessoas virem ao Porto e sentirem-se desiludidas vamos ter muito mais dificuldades.

Leia a entrevista na íntegra aqui.

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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) mais uma vez chegaram a acordo e assinaram a revisão das tabelas salariais do Contrato Coletivo de Trabalho (em vigor desde dezembro de 2021, após revisão de fundo), para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2025.

A AHP destaca que, “em junho de 2023 já havia ocorrido uma atualização de 6,7% nas tabelas salariais, e um ano depois, em junho de 2024, foi definido um novo aumento médio de mais de 7% das mesmas tabelas salariais”.

O aumento agora negociado – seis meses depois do último- “não só respeita o aumento do salário mínimo nacional, como estende esse aumento (6,1%) aos diversos níveis até ao salário médio. Acresce que, desse patamar para cima, o que agora se firmou antecipa o previsto no Acordo Tripartido sobre Valorização Salarial e Crescimento Económico para 2025-2028 (fechado no âmbito da Concertação Social entre o Governo e Parceiros Sociais)”, refere a AP, em comunicado. Nesse sentido, o CCT que vincula a hotelaria representada pela AHP, garante um aumento mínimo de 4,7% nos salários médios.

Adicionalmente ficou também pré-estabelecido o aumento do subsídio de refeição em 4,7%, a partir de julho de 2025 (um ano após o último aumento, que, recorda a AHP, foi de 15%).

Finalmente foi ainda acordado que, no último trimestre de 2025, as partes se voltarão a sentar à mesa, em torno da ponderação da matéria salarial.

AHP destaca “o sentido de responsabilidade que as empresas hoteleiras que representa demonstram, reconhecendo a relevância e respeito pelos trabalhadores da hotelaria” bem como ”a longa relação que mantém com o SITESE e o seu vincado empenho na procura de um acordo equilibrado e evolutivo para o crescimento e sucesso contínuo do setor”.

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Consumo de água global nos empreendimentos turísticos do Algarve cai 16%

Até novembro, os empreendimentos turísticos do Algarve reduziram o consumo global de água em 16%, sendo que o consumo específico (por dormida) diminuiu 15% no mesmo período.

Os empreendimentos turísticos do Algarve reduziram o consumo global de água em 16%, até novembro, tendo o consumo específico (por dormida) diminuído 15%, no mesmo período. Os números constam do 4.º relatório de monitorização do consumo de água e da aplicação de medidas de eficiência hídrica elaborado pela Agência para Energia (ADENE), no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve.

Os melhores resultados na redução consumo de água registaram-se nos sistemas de rega, seguindo-se as melhorias no sistema de gestão e manutenção e, em terceiro lugar, nos equipamentos. No final de novembro, estavam em vigor 2652 medidas para a redução do consumo de água, sendo que quase metade (46%) estão classificadas como estruturantes. Este plano é coordenado pela Região de Turismo do Algarve, em articulação com o Turismo de Portugal e ADENE.

André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, considera que “a evolução registada é muito positiva, com a redução do consumo global a aumentar de 13% para 16% nos dois últimos meses. Os resultados agora conhecidos são um contributo setorial relevante para mitigar o problema de escassez hídrica no Algarve, e representam uma poupança financeira direta para os mais de 100 empreendimentos turísticos aderentes ao selo ‘Save Water’, que no próximo ano será alargado também ao Alojamento Local, assim como a outras áreas de atividade do setor turístico regional”.

Recorde-se que o Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve decorre de uma resolução do Conselho de Ministros do passado mês de fevereiro e implica a adesão voluntária dos empreendimentos turísticos para a concretização de um plano de ação, visando a implementação de medidas de eficiência hídrica, entre imediatas e estruturantes, a monitorização dos consumos de água e do progresso alcançado na aplicação das medidas. Aos empreendimentos turísticos aderentes ao compromisso é atribuído o selo “Save Water”.

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Eurofred passa a distribuir o Aquatank NEO da Daitsu

A Eurofred, empresa dedicada a soluções de climatização, aerotermia e qualidade do ar interior, está a expandir a sua gama aerotérmica para climatização e fornecimento de água quente sanitária de alta eficiência.

Nesse sentido, lançou o Aquatank NEO da Daitsu, um depósito de armazenamento de AQS criado para “maximizar o desempenho das instalações de bombas de calor”, como refere em nota de imprensa.

O Aquatank NEO é construído com um permutador do tipo serpentina (tubular), concebido para funcionar com as bombas de calor aerotérmicas. Esta configuração, em conjunto com a sua disposição e grande superfície de permuta, “garante o máximo desempenho ao otimizar o caudal e o salto térmico da bomba de calor, melhorando a eficiência energética da instalação e também o seu desempenho”.

Desta forma, o aparelho permite aumentar em 30% o volume de inércia disponível nos modelos atuais.

A empresa assegura ainda que o novo depósito Daitsu permite poupar na manutenção, ao dispor de uma proteção anódica e catódica, graças a um ânodo de magnésio substituível que prolonga a vida do equipamento.

Acresce que o depósito de aço laminado a frio incorpora uma dupla camada de esmalte vitrificado (GLASS) cozido a 860°C, de acordo com a norma DIN 4753. Para maximizar a retenção de calor e a eficiência, o sistema Aquatank NEO utiliza um isolamento de poliuretano expandido, que minimiza a perda de calor.

O novo modelo cumpre com a norma EN- 16147, exigida em bombas de calor de elevados padrões de eficiência e sustentabilidade.

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Líbere Hospitality Group investe em segundo empreendimento no Porto

Após um investimento de 12 milhões de euros, maioritariamente assegurados pela Urbanitae, a Líbere Hospitality Group espera abrir em julho de 2026 o seu segundo empreendimento no Porto.

A Líbere Hospitality Group (LHG), operador espanhol de alojamento de curta e média duração, anunciou uma nova unidade no Porto, desta feita no bairro da Boavista, alvo de um investimento de 12.000.000 euros.

Após ter anunciado um empreendimento de 21 apartamentos junto à Ponte D. Luís, com data de abertura prevista para 2025, a LHG volta a apostar na cidade com um novo ativo na Boavista, na Rua Júlio Dinis 604.

O futuro aparthotel terá 58 unidades de alojamento, sendo que a estruturação da operação foi realizada em conjunto com a equipa da Ureno Real Estate Advisory LDA, responsável por todo o controlo da execução do projeto.

A operação foi realizada com a contribuição da Urbanitae como parceiro financeiro, que forneceu 85% do capital total.

A abertura deste novo projeto está prevista para julho de 2026, elevando a presença da LHG no Porto para 79 unidades de alojamento.

“Portugal tem sido um mercado transformador para a Líbere Hospitality Group desde a nossa chegada há apenas dois anos. O nosso crescimento no país, e particularmente no Porto, reafirma o nosso compromisso de oferecer alojamento alternativo de alta qualidade em locais-chave. Com este novo projeto na Boavista estamos não só a expandir a nossa presença, mas também a consolidar a nossa visão a longo prazo de liderar o mercado em Portugal”, afirma Antón de la Rica, Co-CEO da LÍbere Hospitality Group.

Atualmente, a LHG conta com um portfólio com mais de 1.700 unidades entre Espanha, Portugal e Grécia.

Leia também: Líbere Hospitality Group aposta em nova abertura no Porto

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Escolas do Turismo de Portugal ministram programa de formação e integração de migrantes no setor

Com um investimento de 2,5 milhões de euros por parte do Turismo de Portugal, o programa de formação e integração de migrantes é composto por quatro meses de formação, incluindo um mês de estágio. As inscrições já estão disponíveis, existindo vagas para mil formandos.

Já estão a decorrer esta quinta-feira, 19 de dezembro, as inscrições para o “Programa de Formação e Integração de Migrantes e Beneficiários de Proteção Internacional no Setor do Turismo”.

O programa será ministrado na Rede de Escolas de Hotelaria e Turismo do Turismo de Portugal e vai envolver mil formandos em quatro meses de formação, incluindo um mês de estágio em empresas parceiras. O projeto resulta de uma parceria entre o Turismo de Portugal, Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

O objetivo deste programa passa por “contribuir para a melhoria das condições de integração dos migrantes e beneficiários de proteção internacional e prepará-los para uma integração no setor do turismo, posicionando Portugal como uma referência internacional no acolhimento destes públicos”, como referido em nota de imprensa.

Fruto de um investimento de 2,5 milhões de euros por parte do Turismo de Portugal, o programa “disponibiliza apoio personalizado aos formandos, bolsa de formação, subsídio de transporte e alimentação”.

A formação pretende desenvolver competências profissionais que habilitem os futuros profissionais a trabalhar em empresas de hotelaria e restauração, através de metodologias de formação prática de learning by doing, incluindo formação nas áreas da comunicação, línguas e cultura portuguesa.

Desenvolvido em cooperação com as associações empresariais, o programa promete “assegurar a realização de estágios remunerados ou de contratos de primeiro emprego”, visando também contribuir para o reforço da “responsabilidade social das empresas do turismo e o desenvolvimento da multiculturalidade da força de trabalho”.

Para se candidatarem ao programa, os migrantes e beneficiários de proteção internacional têm de ter a sua situação regularizada, serem maiores de idade e ter residência habitual em Portugal.

Este programa foi oficialmente apresentado no Centro Cultural de Belém, numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Economia, Pedro Reis, do Secretário de Estado Adjunto da Presidência, Rui Armindo Freitas, o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, o presidente da AIMA, Pedro Portugal Gaspar, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, e a vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Catarina Paiva.

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Inquérito AHRESP: Alojamento turístico antecipa ocupações acima dos 80% para a Passagem de Ano

As 15 delegações físicas da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) realizaram, entre 12 e 13 de dezembro, um inquérito rápido para averiguar o desempenho dos setores do alojamento turístico e da restauração em 2024 e avaliar as expectativas para a época festiva.

No que diz respeito ao alojamento turístico, mais de metade das empresas inquiridas reporta um desempenho superior ao de 2023 e cerca de um quinto refere que o ano foi pior do que o anterior. Para a Passagem de Ano, 52% das empresas espera atingir ocupações superiores a 80%.

De acordo com o inquérito rápido, o perfil dos clientes do alojamento turístico revela a predominância de turistas nacionais no Natal e na Passagem de Ano. No mercado internacional, destacam-se Espanha, Estados Unidos e França como principais emissores, seguidos pelos Países Baixos, Bélgica e Canadá.

Na restauração e similares, 41% das empresas afirma que 2024 foi melhor do que 2023, enquanto metade refere que foi pior ou igual ao ano anterior – com a associação a referir em nota de imprensa que, neste caso, “fica evidente que os negócios localizados em áreas de maior fluxo turístico têm registado desempenhos mais favoráveis”.

As expectativas para a época festiva nos setores da restauração e similares são “moderadas”: 40% das empresas esperam uma procura equivalente à de 2023, enquanto 24% estão otimistas, aguardando um aumento.

Quanto ao volume de negócios, 38% esperam um desempenho positivo, com 58% dos inquiridos a acreditar que os resultados serão suficientes ou que ficarão aquém das expectativas criadas.

“Os resultados do inquérito reforçam que levar mais turistas a todas as regiões do país é a solução para equilibrar o desempenho dos setores de alojamento turístico e da restauração e similares. As regiões com menor atratividade turística precisam de iniciativas estratégicas que as promovam e que fomentem a procura, a única forma de assegurar a sustentabilidade das empresas”, afinca a associação em nota de imprensa.

No mesmo documento, a AHRESP refere que “de um modo geral, 2024 foi avaliado de forma ligeiramente positiva, sobretudo no alojamento turístico. Contudo, os resultados mostram setores marcados por contrastes, dependendo da localização e do tipo de operação”.

Sobre este tema, a associação volta a vincar que “sem alívios na carga fiscal, que permitam promover um ambiente mais amigável e incentivar a fixação de pessoas e de empresas nos territórios de menor atratividade turística, especialmente os que estão localizados longe do litoral, poderá vir a agravar-se ainda mais as assimetrias regionais e a sustentabilidade do alojamento turístico e da restauração e similares”.

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BTL assume nova identidade

A BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa evolui para BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market.

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A 35ª edição da maior feira de turismo de Portugal, promovida pela Fundação AIP, assume uma nova identidade: cai a Bolsa de Turismo de Lisboa, surge a BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market.

Em comunicado, a organização da feira refere que a marca “evolui agora para uma identidade verbal mais alinhada com o compromisso que se começa a fazer sentir em todo o setor com um turismo de melhor qualidade, assente em valores como a sustentabilidade, autenticidade, inclusão e responsabilidade social”.

Além disso, a nova identidade “reforça o posicionamento internacional” da BTL que pretende “aumentar a sua oferta B2B e B2C”.

“A BTL reafirma o seu papel como um dos eventos de referência no panorama europeu, combinando uma oferta diversificada com um nível de qualidade que a diferencia e eleva no sector do turismo. É essa excelência que atrai, ano após ano, profissionais e visitantes de todo o mundo, com a ambição de continuar a promover experiências e oportunidades únicas tanto no mercado nacional como internacional”, afirma Dália Palma, gestora-coordenadora da BTL.

A nova identidade da marca BTL, desenvolvida pela Ivity, pretende traduzir essa visão inovadora e alinhada com as tendências atuais do setor. “A BTL é a marca onde Portugal se encontra com o melhor de Portugal e é onde Portugal se mostra ao mundo, naquela que é a indústria mais identitária do país”, refere Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp.

A 35.ª edição da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, organizada pela Fundação AIP, realiza-se de 12 a 16 de março de 2025, na FIL – Parque das Nações.

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Jupiter Hotel Group aposta em Carla Almeida para o cargo de Sales Manager

A profissional conta com experiência hoteleira nos grupos MGM Muthu Hotels, 3HB Hotels & Resorts e VidaMar Hotels & Resorts.

O Jupiter Hotel Group contratou Carla Almeida para a função de Sales Manager, como anunciou na sua página de LinkedIn.

Formada em Comunicação pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a profissional começou o seu percurso na hotelaria no Monte Santo Resort, como assistente de vendas e marketing. Seguiram-se experiências nos MGM Muthu Hotels, enquanto assistente de e-commerce; nos 3HB Hotels & Resorts, enquanto assistente de vendas e gestão de marketing.

Antes de assumir o mais recente cargo no Jupiter Hotel Group, Carla Almeida trabalhou no grupo VidaMar Hotels & Resorts nos cargos de Sales Manager, Sales Executive e E-Commerce and Revenue Manager.

“A Carla traz consigo uma sólida experiência na área comercial e uma paixão contagiante pelo setor hoteleiro, que, sem dúvidas, contribuirá para fortalecer ainda mais a nossa presença no mercado e proporcionar experiências memoráveis aos nossos clientes”, refere o Jupiter Hotel Group em publicação no LinkedIn.

Recorde-se que o Jupiter Hotel Group conta atualmente com três unidades no Algarve e uma em Lisboa: o Jupiter Algarve Hotel, na Praia da Rocha; o Jupiter Marina Hotel – Couples & SPA, em Portimão; o Jupiter Albufeira Hotel – Family & Fun e o Jupiter Lisboa Hotel.

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Universidade Portucalense lança novo programa executivo em Gestão e Retenção de Talento na Hotelaria

O programa executivo funciona em regime presencial e pós-laboral, com 81 horas de formação ao longo de três meses. As inscrições decorrem até 13 de janeiro de 2025.

A Universidade Portucalense, através da Portucalense Business School e do Departamento de Turismo, Património e Cultura, lançou um  novo programa executivo em Gestão e Retenção de Talento na Hotelaria.

Em nota de imprensa, a instituição refere que esta nova formação pretende “responder aos desafios de liderança e gestão de pessoas num setor em constante evolução”.

Com início a 20 de janeiro de 2025, o programa, em regime presencial e pós-laboral, oferece 81 horas de formação ao longo de três meses, abordando temas como liderança para alta performance, gestão da diversidade e inclusão e bem-estar no trabalho. Destina-se a gestores, profissionais de recursos humanos e líderes no setor da hotelaria e turismo.

Coordenado pela professora doutora Marília Durão e por Mário Rodrigues, o curso conta com parcerias com empresas externas, como é o caso da Factorial.

As candidaturas decorrem até 13 de janeiro de 2025. Para mais informações, os interessados podem aceder ao website da Universidade Portucalense (www.upt.pt) ou colocar questões pelo email [email protected].

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Bensaude Hotels Collection integra Caloura Hotel Resort no portfólio

O hotel localizado na costa sul da ilha de São Miguel conta com 80 unidades de alojamento. Com esta integração, a Bensaude Hotels Collection passa a contar com dez unidades hoteleiras nos Açores, além de uma unidade em Lisboa.

O Grupo Bensaude chegou a um acordo para a integração do Caloura Hotel Resort no portfólio da Bensaude Hotels Collection.

O acordo estabelecido entre as entidades Caloura Hotel Resort, S.A e Bensaude Turismo, SGPS “reforça a presença hoteleira do grupo nos Açores, onde agora detém seis unidades hoteleiras na ilha de São Miguel, duas na ilha Terceira e uma na Ilha do Faial”, como refere em nota de imprensa.

Localizado na costa sul da ilha de São Miguel, na baía da Baixa da Areia, o Caloura Hotel Resort situa-se numa área natural protegida, com acesso direto ao mar e às piscinas naturais. Dispõe de piscina exterior, ginásio, sauna, campo de ténis, restaurante e 80 unidades de alojamento, entre quartos duplos, familiares e suites, todos com vista para o mar.

Em comunicado, o grupo refere que “ao adquirir o Caloura Hotel Resort, a Bensaude Hotels Collection assume o compromisso de preservar o legado da unidade, bem como a continuidade das suas equipas, elemento central do seu projeto de desenvolvimento futuro”.

Recorde-se que além das unidades no arquipélago dos Açores, a Bensaude Hotels Collection também está presente na capital com o Hotel Açores Lisboa.

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