Hotelaria mantém crescimento excepto nas dormidas de residentes
Em Junho, a Hotelaria nacional manteve o forte crescimento no número de hóspedes e nas dormidas, com excepção para as dormidas dos residentes, que desceram 0,2%.
Inês de Matos
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Em Junho, a hotelaria nacional manteve o forte crescimento no número de hóspedes e nas dormidas, contabilizando 2,1 milhões de hóspedes e 5,9 milhões de dormidas, subidas de 8,5% e 8,0%, respectivamente, com a excepção a serem as dormidas dos não residentes, que desceram 0,2% face a igual mês do ano passado, segundo dados revelados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados do INE mostram que se registou uma evolução no número de dormidas em hotéis, que cresceram 9,7%, representando 66,8% do total, seguindo-se as pousadas, com mais 10,9% de dormidas, os apartamentos turísticos (+9,4%) e os aldeamentos turísticos (+9,0%).
Relativamente à origem dos hóspedes, o INE mostra que o mercado nacional foi responsável por 1,5 milhões de dormidas em Junho, o que representa um decréscimo de 0,2% face a Junho de 2016, que foi compensado pelo forte aumento das dormidas dos turistas internacionais, que subiram 11,2%, para 4,4 milhões. No conjunto do primeiro semestre, as dormidas de residentes aumentaram 4,3% e as de não residentes 11,6%.
Os 13 principais mercados estrangeiros foram responsáveis por 86,1% das dormidas de turistas internacionais, com o INE a destacar a forte subida do mercado alemão, que representou 13,6% do total, crescendo 14,8% em Junho. No primeiro semestre, o crescimento deste mercado foi de 9%.
Apesar do forte crescimento alemão, o principal mercado continuou a ser o britânico, que representou 25,8% das dormidas de não residentes, crescimento de 4,6% em Junho. No primeiro semestre de 2017, este mercado apresentou uma subida de 5,8%.
O INE realça ainda os crescimentos nas dormidas dos turistas espanhóis e franceses, que 7% e 9,6% do total de dormidas de não residentes, resultando em crescimentos de 3,8% e 3,9% em Junho, respectivamente. No acumulado dos primeiros seis meses, o crescimento destes mercados foi de 4,9% e 4,4%, respectivamente.
Entre os principais países, destaque ainda para o crescimentos apresentado, em Junho, pelos mercados brasileiro (+55,0%), americano (+35,0%) e polaco (+19,0%), com o INE a revelar que “estes mercados, entre os principais, foram também os que mais aumentaram no primeiro semestre do ano (+55,4%, +31,4% e +35,6%, respectivamente)”.
Regiões
Segundo o INE, o crescimento das dormidas foi comum a todas as regiões, com destaque para os Açores (+18,6%) e Centro (+14,0%), ainda que o Algarve e Lisboa detenham as maiores parcelas, com as dormidas no Algarve a representarem 38,2% do total e 22,4% em Lisboa.
O INE revela que, em Junho, foram registadas mais 438,5 mil dormidas em comparação com o ano anterior, das quais 28,3% foram geradas pelo acréscimo de dormidas em Lisboa (124,1 mil dormidas adicionais) e 27,5% pelo acréscimo verificado no Algarve (120,6 mil dormidas adicionais).
Apesar das dormidas de residentes terem caído em Junho, o INE destaca o peso destas dormidas nos crescimentos verificados nos Açores, onde as dormidas de residentes subiram 14,2%, e no Alentejo, com uma subida de 7,7%. Pelo contrário, no Algarve as dormidas de residentes desceram 4,6% e em Lisboa a queda foi de 1,7%. Já no primeiro semestre do ano, todas as regiões apresentaram evoluções positivas, com enfoque nos Açores (+20,3%).
As dormidas de não residentes cresceram em todas as regiões em Junho, sobressaindo o Centro (+28,0%), os Açores (+21,5%) e o Alentejo (+18,6%), enquanto o Algarve (+8,6%) captou 41,0% das dormidas de hóspedes vindos do estrangeiro. Nos primeiros seis meses, o Centro demarcou-se com um assinalável crescimento de 28,2% nas dormidas de não residentes, secundado pelos Açores (+16,6%) e por Lisboa (+15,1%).
O INE indica também uma ligeira descida na estada média, decréscimo de 0,5%, para 2,89 noites, com o Alentejo a ser a região que maior decréscimo apresentou neste indicador, com menos 2,6% na estada média. Já no Algarve, a estada média subiu 3%.
A taxa de ocupação subiu 3,8 p.p., para 61,3%, com as ocupações mais elevadas a encontrarem-se na Madeira, com uma taxa de 79,2%, Açores, onde a ocupação subiu 8,9 p.p. para 67,5%, Algarve, com uma taxa de 66,7%, e Lisboa, onde a ocupação cresceu 6,1 p.p., para 66,2%.
Os proveitos totais atingiram os 350,4 milhões de euros e os de aposento 258,3 milhões de euros, acrescimentos de 18,3% e 20,3%, respectivamente, com os aumentos a serem comuns a todas as regiões, mas mais evidentes nos Açores, onde os proveitos totais subiram 27,8% e os de aposento 24,9%, e no Centro, com subidas de 24,3% e 24,1%, respectivamente.
Já o RevPAR foi de 60,2 euros, o que se traduziu num aumento de 19,4% em Junho, com o INE a sublinhar Lisboa e o Algarve, onde o RevPAR ascendeu a 82,0 euros e 68,6 euros, respectivamente. A evolução do RevPAR foi globalmente positiva entre as diversas tipologias, com realce para os hotéis-apartamentos (+20,5%) e hotéis (+19,6%), nos quais se destacou a categorias de três estrelas (+23,7%).