43% das pernoitas na UE em 2021 aconteceram em julho e agosto
Portugal foge um pouco à regra indicada pelo Eurostat, verificando-se que os meses com mais pernoitas, em 2021, foram agosto, setembro e outubro.
Victor Jorge
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De acordo com dado avançados pelo Eurostat, 43% das pernoitas em alojamentos no espaço da União Europeia (UE), ao longo de 2021, registaram-se nos meses de julho e agosto, admitindo a entidade estatística europeia que “a sazonalidade sempre teve um grande impacto no turismo”.
Certo é que, em 2021, os padrões habituais para as pernoitas em estabelecimentos de alojamento turístico aproximaram-se do ano 2019, frisando o Eurostat que “os efeitos da pandemia causaram uma ainda maior diferença em 2020”, concluindo que menos de 3% das pernoitas anuais foram registadas em abril e maio desse ano, enquanto em agosto esse valor subiu para 24%.
O Eurostat refere ainda que, em 2020, a pandemia causou uma quebra superior a 50% tanto nas chegadas como nas noites passadas em estabelecimentos de alojamento turístico, quando comparado com 2019. Já em 2021, apesar de um aumento superior a 25% face a 2020, o número das chegadas (-42%) e pernoitas (-37%) ficaram aquém dos níveis de 2019.
Segundo os dados do Eurostat, o total de noites registadas em estabelecimentos de alojamento turístico foi de 1.819 milhões na UE, com os meses de julho e agosto a assinalarem 19,4% e 23,6%, respetivamente.
Os meses mais fracos relativamente às pernoitas em estabelecimentos de alojamento turístico, em 2021, foram janeiro e fevereiro, com taxas de 1,6% e 1,9%, respetivamente.
Agosto e setembro lideram em Portugal
Portugal não foge à regra, embora os dados avançados pelo Eurostat mostrem que os meses de setembro e outubro registaram mais pernoitas que julho.
Assim, indica a entidade estatística europeia, o mês de julho foi responsável por 12,7% das pernoitas, enquanto o mês de agosto registou uma taxa de 21,3%. Já o mês de setembro foi responsável por 14,7% das noites passadas em estabelecimentos de alojamento turístico, descendo ligeiramente para 13,8% em outubro.
Em Portugal, os meses mais “fracos”, indica o Eurostat, foram fevereiro e março, com taxas de 1,4% e 1,8% respetivamente.
Na vizinha Espanha, o Eurostat assinala mais de 259 milhões de pernoitas em estabelecimentos de alojamento turístico, com os meses de julho e agosto a serem responsáveis por 16,3% e 21,9%, respetivamente.
O líder em pernoitas em estabelecimentos de alojamento turístico foi a França, com mais de 324 milhões, com os meses de julho e agosto a valerem 21,2% e 25,6% do total do ano.
Em segundo lugar neste ranking aparece a Itália, com mais de 280 milhões de pernoitas, com os meses de julho e agosto a assinalarem taxas de 20,8% e 27,4%, respetivamente.
Durante estes dois meses (julho e agosto de 2021), o Eurostat indica 782 milhões de pernoitas em estabelecimentos de alojamento turístico na UE, uma subida de 28% face às 610 milhões de 2020, mas menos 16% face às 926 milhões de 2019.
Uma análise por tipo de alojamento revela que, em 2021, as variações sazonais foram menos acentuadas nos hotéis do que noutros alojamentos turísticos, indicando, igualmente, que “o pico do verão está, em parte, relacionado com uma maior sazonalidade para alojamentos que não os hotéis e estabelecimentos similares, principalmente parques de campismo, que dependem muito mais do clima (e muitas vezes estão fechados no inverno)”.
Assim, em julho e agosto de 2021, o número de noites passadas em parques de campismo ficou muito próximo dos valores de 2019 (95% dos níveis de 2019). Por outro lado, os hotéis, bem como os alojamentos de férias e outros alojamentos de curta duração, ficaram mais distantes dos níveis pré-pandemia (78% e 89% dos níveis de 2019, respetivamente).