Receitas da hotelaria a mínimos de 20 anos
É preciso recuar duas décadas para concluir que há 20 anos que não se faturava tão pouco no setor.
Victor Jorge
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A faturação dos estabelecimentos hoteleiros registou uma queda de 66,1%, em 2020, face ao ano anterior de 20219, com as receitas a ficarem nos 1.457 milhões de euros, sendo o valor mais baixo dos últimos 20 anos, revelam as estimativas do Estudo Setorial DBK da Informa D&B divulgado esta terça-feira (16 de março).
Para esta estimativa a DBK contabilizou hotéis, as unidades de alojamento local, os aparthotéis, os apartamentos turísticos, as unidades de turismo no espaço rural e de habitação, os aldeamentos turísticos, as Quintas da Madeira e as Pousadas.
Além das receitas, também, o número de hóspedes contraiu 61,3%, situando-se em pouco mais de 10,5 milhões, enquanto as dormidas (26 milhões) diminuíram 63%. Os estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação foram os que registaram a menor queda de dormidas (-36%), enquanto os hotéis, estabelecimentos que representam cerca de 56% do total, assinalaram uma descida de 65%.
Quanto aos visitantes dos espaços, os números divulgados pela DBK mostram que as dormidas realizadas pelos residentes em Portugal diminuíram 35%, enquanto a redução nos residentes no estrangeiro foi de 75%.
Entre os que visitaram o nosso país, as maiores quedas registam-se residentes provenientes dos Estados Unidos (-87,7%), Brasil (-76,1%) e Reino Unido (-78,5%). Os britânicos mantiveram-se como os clientes estrangeiros mais importantes, representando 8% das dormidas totais, à frente dos alemães e espanhóis.
O estudo da Informa D&B estrutura ainda o setor, revelando que a capacidade hoteleira em Portugal (considerando conjuntamente os hotéis, as unidades de alojamento local, os aparthotéis, os apartamentos turísticos, as unidades de turismo no espaço rural e de habitação, os aldeamentos turísticos, as Pousadas e as Quintas da Madeira) era de cerca de 443 200 camas, em 2019, o que representa um crescimento de 4,7% face ao ano anterior, mantendo o ritmo de crescimento iniciado em 2014.
A região que concentrava maior atividade deste setor era o Algarve, que representava cerca de 30% do total das camas em 2019, à frente da região de Lisboa, com cerca de 21%.
Por fim, analisando o melhor ano do turismo em Portugal, os dados da Informa D&B indicam que 51% do número total de camas correspondia aos hotéis, seguindo-se o segmento de alojamento local (20%), que foi o que mais aumentou a sua capacidade, com uma variação de cerca de 13%. Por sua vez, os aparthotéis, os estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação e as Pousadas também apresentaram uma evolução positiva da sua capacidade.