Ricardo Martins, CEO Turim Hotels| Foto: Frame It
Porto-Santo, Évora e PALOP na mira do Grupo Turim
Em Lisboa, onde o grupo tem a maioria dos seus hotéis, a estratégia passa por expandir a oferta das unidades existentes.
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2019 foi um ano de estreias para o grupo Turim Hotels. Depois da abertura do primeiro cinco estrelas do portefólio, o Turim Boulevard Hotel, em Lisboa, a expansão para a Madeira concretizou-se com a inauguração do Turim Santa Maria Hotel, na cidade do Funchal. Em andamento estão vários projetos entre aberturas e ampliações. Em Lisboa, o edifício do grupo na Avenida da República vai começar a ser recuperado no próximo ano. A unidade, que terá 100 quartos, está projetada para uma classificação de quatro estrelas, contudo, deverá assumir as cinco estrelas, seguindo o objetivo do Turim Hotels de aumentar a oferta nesta classificação. “A nossa estratégia passa por implementar hotéis cinco estrelas no eixo principal da cidade, como a Avenida da Liberdade, a Avenida da República e oTerreiro do Paço”, atesta Ricardo Martins, CEO do grupo português familiar.
O salto para os Açores também já está a ser preparado. É em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que o Turim Infante Hotel vai voltar a dar vida ao antigo Hotel D. Infante, na Avenida Dom Henrique, a paredes-meias com a marina. Com uma oferta de 120 quartos, a obra vai arrancar em 2020 e prevê-se a abertura em 2021. Além da reabilitação do edifício principal, será erguido um novo empreendimento adjacente. O hotel urbano estará orientado para o segmento de lazer e business. O quatro estrelas irá dispor de rooftop com piscina e sala de congressos, cuja capacidade ainda não está definida. “Para a marca se afirmar no destino, uma unidade não é suficiente e, por isso mesmo, estamos a olhar para outras ilhas, tanto nos Açores como na Madeira”, revela Ricardo Martins. No arquipélago madeirense, o CEO do Turim Hotels admite estar interessado em Porto Santo. “É um destino fora de série e não está fora dos nossos objetivos. Aqui apostaríamos num conceito balnear. É um mercado que nos agrada”, assegura. As novidades não ficam por aqui e, falando de novas unidades, o portefólio deverá expandir-se para o Alentejo. O grupo adquiriu um ativo em Évora e está, neste momento, a estudar a viabilidade da reconversão numa unidade hoteleira.
Remodelações e internacionalização
Da lista de remodelações constam o Lisboa Turim Hotel, primeira unidade do grupo na capital, e cuja intervenção, orçada em 22 milhões de euros, já arrancou em setembro e deverá estar concluída em 20 meses. O quatro estrelas verá a sua capacidade de alojamento aumentada de 56 para 200 quartos, através da criação de um novo edifício contíguo ao hotel. Ainda este ano será iniciada a ampliação do Turim Ibéria Hotel, que passará de 80 para 120 quartos, numa intervenção que se estima concluída no prazo de um ano. Também o Turim Europa Hotel e o Turim Alameda Hotel integram as prioridades do grupo no que às intervenções diz respeito.
“Queremos crescer de forma consolidada e estratégica em Lisboa porque, apesar de tudo, há que ter um limite. Ainda não estamos nesse limite, as taxas de ocupação, na altura em que o mercado viaja, continuam altas. Na capital, a estratégia passa por expandir as unidades já existentes, que têm espaço para crescer, de forma a criar sinergias a nível de custos e crescer de forma sustentada e consolidada”, indica o empresário.
O crescimento para fora-de-portas é assumido como um objetivo. “Claro que sim, o turismo é um negócio internacional. Estamos em Portugal, é o mercado que melhor conhecemos, onde melhor nos sentimos, mas o mercado internacional é um mercado para o qual olhamos com alguma atenção e está em pensamento o crescimento para o estrangeiro”, refere, indicando que os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) são os que mais suscitam interesse “pela proximidade que existe entre os países e porque as oportunidades de investimento serão mais viáveis de concretizar”, reflete. A dar um passo em frente, seria “sempre numa ótica de exploração, para conhecer o território primeiro”.
Do Porto ao Algarve
No Porto, a estreia do grupo está agendada para 2021, com o quatro estrelas Turim Oporto Hotel, de 100 quartos, localizado na Praça da Trindade. A Invicta é um destino sedutor para o grupo mas, com cautela, devido à especulação imobiliária que tem aquecido o mercado. “Queremos ter uma maior presença no Porto, mas a seu tempo. Iremos continuar dentro da classificação de quatro estrelas. Avançar com um cinco estrelas para já não está nos planos. Temos de conhecer bem o mercado primeiro. Os cinco estrelas têm de estar posicionados em locais muito estratégicos e ter um cinco estrelas no porto é muito caro”, elucida.
A passo lento, está a andar a obra do Turim Sintra Palace Hotel, cuja abertura tinha sido anunciada para 2019.
“Este projeto não está a andar ao ritmo que queremos. A nível de acessibilidades é uma obra que carece de muitos cuidados. Como tínhamos também, este ano, outros projetos a decorrer que careciam de uma aceleração maior, como o projeto na Madeira, acabámos por nos focar e atrasar este”, justificada Ricardo Martins que adianta que, a abertura do cinco estrelas em Sintra, está planeada para o final de 2020.
Em Portimão, onde o Turim tem três unidades, o objetivo é “otimizar o produto atual” devido à sazonalidade e à escassa procura na época baixa. Novas aberturas estão fora de questão, para já, mas as remodelações começam já no início do próximo ano com o Turim Presidente Hotel, que passará de uma oferta de 107 apartamentos para 160 quartos.
Operação
“2019 foi um ano de consciência turística. Foi um ano mais calmo, com taxas de ocupação ligeiramente mais baixas, mas com preços médios mais elevados”, analisa o CEO. A operação no Algarve registou um crescimento superior ao da capital. “Foi uma mudança estratégica daquilo que estávamos a fazer no Algarve. Abrimos o mercado de parceiros B2C, dentro do online, este ano fizemo-lo de forma mais assertiva”, prossegue.
A abertura do primeiro cinco estrelas, em Lisboa, foi, também, uma novidade. “Demorámos um pouco de tempo a colocar o avião na altitude que pretendíamos. Isto porque a oferta e diferente, são mercados distintos, a procura é menor. Mas, ao fim de quatro meses, o Turim Boulevard ficou posicionado e está hoje a trabalhar perfeitamente. É o início de um produto que queremos manter”, conclui.
*Artigo publicado na edição 166