ararate: o sabor da Arménia nas ruas da capital portuguesa
A Publituris Hotelaria foi conhecer o primeiro restaurante arménio em Portugal, aberto há seis meses em Lisboa.
Rute Simão
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Quando um dia Carolina atravessou a Avenida Conde Valbom, junto à Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o peito encheu-se-lhe de alegria ao deparar-se com a porta trabalhada em madeira que ornamentava o número 70 daquela rua. “Quando vi escrito “ararate” tive de entrar logo para perceber o que se passava aqui”, conta. A agora atual empregada de mesa do primeiro restaurante arménio em Portugal reconheceu, de imediato, um dos símbolos mais característicos da sua cultura: o monte sagrado de Ararate, onde outrora atracou a arca de Noé, segundo reza a história bíblica.
Aberto há seis meses, o restaurante típico é fruto da veia empreendedora da arménia Karine Sarkisyan, já proprietária de dois espaços gastronómicos na capital: o restaurante O Gordo, especialista em comida tradicional portuguesa, e o bar de cerveja artesanal Cervetoria. As raízes levaram-na a apostar sem medos num conceito construído a partir das suas memórias de berço.
A sala, com capacidade para 68 pessoas, é elegante e sóbria transmitindo uma sensação de conforto e descontração. As mobílias de madeira desenham-se com traços simples e discretos contrastando com a irreverência dos candeeiros e das tapeçarias típicas, que imprimem cores vivas nas paredes onde se encontram expostas.
A fronteira entre o palato português e arménio é ténue e, apesar dos nomes quase impronunciáveis, a extensa ementa confessa, de imediato, uma familiaridade de sabores. Borrego, tomate, beringela, coentros e manjericão são alguns dos protagonistas que se apresentam à mesa depois de esculpidos pelas mãos do chef arménio Andranik Mesropyan.
Para entrada, o Khachapuri, um pastel de queijo, com ou sem ovo cru, é uma opção incontornável para inaugurar a refeição. Nos petiscos, há uma variada opção de sopas e saladas, quentes ou frias, como a salada de bulgur, feita deste cereal de trigo, muito semelhante em sabor ao cuscuz, e de tomate picado e salsa, servida em folhas de alface. A tábua de enchidos tradicionais é apresentada com lascas de peito de pato, língua de vitela, basturma (carne de bovino) e sudjuk (salsicha seca picante). O borrego é o rei das carnes e há várias opções para o provar: o Chacapuli, que consiste em carne de borrego estufada e ervas aromáticas, o Chanákh, um ensopado de borrego ou as tradicionais espetadas de borrego.
O Tjvjik, outro dos best-sellers do ararate, é um guisado de miúdos de cordeiro e vitela servido com cebola e tomate. Para os estômagos mais sensíveis, para além da vasta opção de saladas, há legumes grelhados, espetadas de cogumelos, caviar de beringela ou truta assada no forno com ervas aromáticas da Arménia.
Os sabores são intensos mas equilibrados e todos os pratos são enfeitados com alguns temperos que permitem que o cliente retoque o sabor a seu gosto.
Na hora da sobremesa, o pastel pakhlava, feito de uma pasta de nozes trituradas com cravinhos e canela, envolvida em massa filó e banhada em xarope ou o bolo de mel são duas das escolhas que não devem ser descuradas.
A visita não pode terminar sem degustar o típico café arménio servido na cafeteira de cobre.
O ararate está aberto todos os dias das 12h00 às 24h00 e, devido à forte adesão que tem tido, recomenda-se a reserva prévia para o 925 451 509 ou para o email [email protected].