BlueShift internacionaliza área de consulting
A área de consultoria da BlueShift está em expansão e nem a crise pandemia esta a travar o crescimento.
Carina Monteiro
Cabo Verde, Angola, Sul de Espanha, Sul de França e Bahamas. O que têm em comum estes destinos? São destinos onde a BlueShift desenvolveu projetos de consultoria para a área da hotelaria. Criada em 2016, esta área de negócios da empresa tem experimentado nos últimos anos uma procura acelerada. Primeiro em Portugal e depois no estrangeiro.
De acordo com Filipe Santiago, Filipe Santiago, managing partner – Consulting da BlueShift o processo de internacionalização aconteceu de forma gradual. “Não foi um processo planeado. A verdade é que, pouco a pouco, a BlueShift começou a ganhar notoriedade a nível internacional. Por exemplo, alguns dos maiores grupos hoteleiros internacionais começaram a convidar-nos para avaliarmos, em conjunto, projetos, numa lógica de franchise sob gestão “white label”. Trabalhamos muito, por exemplo, com a Marriott, a Hyatt e a Accor, e isso gera oportunidades para projetos de consultoria junto de investidores. Somos também muito procurados por fundos internacionais que querem investir em Portugal, mas acabam depois por pedir-nos ajuda também para projetos que têm noutras regiões”.
Numa fase inicial, a área de consulting da Blueshift desenvolveu projetos em Cabo Verde e Angola. “Neste último ano fizemos projetos no Sul de Espanha, no Sul de França e nas Bahamas. Estamos neste momento a iniciar um segundo projeto em França e acreditamos que o nosso “footprint” será cada vez mais internacional”, refere o responsável.
Em Portugal, a consultora desenvolveu “projetos muito variados”, dos quais Filipe Santiago destaca a concretização de planos estratégicos “para grupos líderes nos setores dos vinhos e da construção, ambas já presentes no turismo, mas com vontade de avançarem para uma estratégia mais integrada e ambiciosa”. “Criámos inúmeros conceitos e planos de negócio de hotéis, alguns altamente inovadores, e, em diversos casos acompanhámos a sua implementação nas mais variadas vertentes”, recorda. No último ano, “estivemos particularmente ativos no desenvolvimento de grandes resorts integrados, alguns com diversos hotéis e componentes residenciais. Além do desenvolvimento do conceito e programa, asseguramos normalmente as componentes de business plan, acompanhamento de projeto e contratação de marcas internacionais”, refere.
Questionado sobre as razões apontam para o crescimento desta área de negócio, Filipe Santiago afirma que “provavelmente o fator mais crítico para termos chegado onde chegámos foi nunca termos transigido na nossa visão de oferecer uma consultoria altamente profissional e com forte expertise hoteleiro, e não caindo na tentação de degradar os nossos preços. O nosso mercado é o cliente que percebe que não pode comprar um Mercedes pelo preço de um Fiat Panda”.
Filipe Santiago considera que o mercado de consultoria aplicada a turismo “era, e continua a ser, praticamente inexistente”. “Se deixarmos de fora a consultoria especializada no apoio candidaturas a financiamentos tipo PT2020, onde operam empresas generalistas e sem qualquer know-how hoteleiro, pouco mais existe. E as grandes consultoras internacionais não têm as competências específicas que são essenciais para acrescentar valor neste negócio. A BlueShift Consulting surge com uma proposta de valor única: combinar a abordagem e as ferramentas típicas das melhores consultoras internacionais com a experiência e track record específicos da hotelaria”.
Pandemia não trava negócio
As perspetivas para esta e outras áreas de negócio da BlueShift são animadoras para este ano, apesar da pandemia ter parado a atividade turística. “Até nós ficámos surpreendidos, mas estamos a ter o nosso melhor ano de sempre. Além dos projetos que já trazíamos do período pré-pandemia, continuamos a ser procurados e a receber novas adjudicações. Só esta semana estamos a arrancar com dois projetos novos e o pipeline para a frente mantém-se interessante”, afirma Filipe Santiago.
Na origem desta procura, estão dois tipos de motivação: “Por um lado, temos alguns clientes que nos procuram justamente porque percebem que o cenário vai tornar-se mais difícil e competitivo e querem ajuda para melhorar o seu conceito ou a otimizar a sua operação. Por outro lado, temos também muitos investidores que estão a ver nesta crise uma oportunidade para compra de terrenos para desenvolver ou de unidades em funcionamento para reconverter, e veem na BlueShift um parceiro para os apoiar nesse esforço”.
Filipe Santiago conta ainda que tem notado uma procura crescente, por parte de investidores e operadores, “de um aconselhamento estratégico em relação aos seus projetos neste momento de transição brusca de cenário”. Neste sentido, a Blueshift decidiu construir produtos baseados em workshops, algo que a empresa já fez no passado.
“O formato é uma sessão de duas horas com dois partners da BlueShift para analisar desafios estratégicos e identificar linhas de orientação para aumentar a performance no novo contexto mais competitivo. A documentação relevante é previamente partilhada e analisada pela BlueShift, de forma a assegurar a máxima eficácia da sessão. A diferença entre os dois produtos tem a ver com a fase em que se encontra o projeto do cliente. O Strategic Project Workshop (“SPW”) aplica-se a projetos ainda em fase de desenvolvimento, em que a preocupação é, por exemplo, validar ou melhorar o conceito, afinar o projeto de arquitetura ou fazer um reality check do business plan. O Strategic Operational Workshop (“SOW”) destina-se a unidades já em funcionamento em que se pretende otimizar o funcionamento a nível operacional ou comercial”, explica.
Os workshops têm a duração de 2 horas e têm um objetivo de orientação estratégica, podendo eventualmente dar origem a projetos específicos em áreas identificadas, caso o cliente pretenda. O preço da sessão é de 1900 € + IVA, sendo esse valor descontado nos honorários de eventuais projetos que decorram do workshop.