Para recrutar e reter talento “temos de fazer um rebranding da nossa indústria”
A afirmação é de Henrique Tiago de Castro, General Manager do Evolution Cascais-Estoril, que participou esta quinta-feira, 17 de novembro, no 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo para debater os desafios dos recursos humanos no setor.
Carla Nunes
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A afirmação é de Henrique Tiago de Castro, General Manager do Evolution Cascais-Estoril, que participou esta quinta-feira, 17 de novembro, no 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo para debater os desafios dos recursos humanos no setor.
Para o profissional, um dos principais desafios que encontra “em todas as equipas é a falta de compromisso”, com uma grande taxa de rotação de profissionais, que não hesitam em mudar de local de trabalho.
“Lembro-me de estudar cozinha e pastelaria há 15 anos, na Escola de Hotelaria de Lisboa e tinha de lutar por um bom estágio. Hoje em dia isto inverteu-se e os talentos é que escolhem as empresas”, explica.
Para Carina Oliveira, diretora executiva da Insignare, que também marcou presença no painel “Recrutar e reter talento: Missão (im)possível”, as gerações mais novas “procuram um propósito” e, mais do que decidir fazer “isto ou aquilo”, esta é a geração que quer fazer “isto e aquilo”.
Como Ricardo Costa, CEO do grupo Bernardo da Costa, afirma “esta geração tem expetativas e exigências que não estávamos habituados com as gerações anteriores”, valorizando “o impacto do seu trabalho na empresa, a diversidade de tarefas, a formação, a qualificação, a equidade e a participação nas decisões da empresa”, além de querer conhecer mundo.
No entanto, o profissional alerta que, apesar de o salário “já não ser tudo”, este “só deixa de ser importante a partir de um determinado nível”, sendo necessário “um desígnio nacional de para subir os salários”.
Já para Henrique, a estratégia para enfrentar este desafio passa por quatro pilares. Primeiro, assentar o ambiente de trabalho numa lógica de informalismo com profissionalismo, dado as novas gerações serem “bastante menos formais”: “Acho que criar um personal branding, quer para as marcas, quer para os líderes, funciona muito bem hoje”, defende.
Num segundo ponto, o profissional é da opinião que não se devem fechar as portas à imigração, tomando como base a sua própria experiência profissional em vários países. No entanto, acautela que é necessário “incluir as pessoas” no processo.
Refere ainda que é preciso fazer “uma campanha de rebranding do setor hoteleiro” para atrair profissionais, além de abraçar o digital.
“Lembro-me que onde trabalhei há dois trabalhos atrás dizíamos que não tínhamos resultados porque estávamos a apostar numa plataforma que já tinha passado de moda há cinco anos. Já estava tudo no Host, no LinkedIn e na Turijobs e nós ainda estávamos a anunciar numa plataforma que funcionou há cinco anos. Temos de ser muito mais dinâmicos. A partir do momento em que o CV entra temos de ser muito rápidos”, defende.
Numa sessão onde se falou da “sede” das novas gerações em não só encontrar o seu propósito, mas também viajar e conhecer novas realidades, Carina Oliveira exemplifica que, na Insignare, 10% dos alunos fazem projetos de Erasmus. No entanto, a instituição passou a dinamizar esses programas no segundo ano em detrimento do terceiro ano do curso, já que os alunos recebiam propostas no estrangeiro e não regressavam a Portugal.
“É importante voltar, mas também é importante que [os profissionais] tenham condições [quando regressam a Portugal]”, defende a diretora executiva da Insignare, exemplificando que muitas vezes os alunos competem diretamente com alguém que não tem formação.