Algarve preocupado com falta de mão-de-obra
AHETA fala na escassez de recursos humanos tanto a nível de qualidade, como de quantidade.
Patricia Afonso
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“A falta de mão-de-obra em quantidade e qualidade para responder às necessidades empresariais do sector hoteleiro e turístico constitui um dos maiores problemas estruturais do Algarve na actualidade”. É desta forma que começa o comunicado da AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, demonstrando a situação do sector em pleno início da época alta.
Na nota enviada às redacções, a associação foca o factor humano como determinante na actividade, relembrado aquela que é uma das grandes premissas do sector turístico: “Ser uma actividade de pessoas para pessoas“. É por esta razão que este factor assume “um papel muito mais crucial e decisivo do que em outras actividades económicas, nomeadamente no que se refere à qualidade dos serviços prestados”.
“Os estrangulamentos actualmente existentes nesta matéria resultam, em grande medida, da ancestral falta de mobilidade entre as zonas residenciais com maior concentração de trabalhadores e os respectivos locais de trabalho, localizados fora das áreas urbanas”, defende a associação, adiantando que “numa altura em que as Câmaras Municipais se preparam para rever os seus PDM´s (Planos Directores Municipais), a AHETA apela aos responsáveis autárquicos para a necessidade de implementar políticas de habitação activas a custos controlados, tendo em vista motivar e atrair mão-de-obra de outras regiões do País, mas também imigrantes oriundos de países terceiros”.
A AHETA refere, também, os “esforços” e “investimentos avultados” que o sector hoteleiro tem efectuado para contornar a falta de pessoal, mas alerta que estes, “apesar de muito importantes, não têm sido suficientes para resolver as enormes lacunas estruturais que a região enfrenta nesta área”.
A associação entende, ainda, ser “necessário estabelecer parcerias entre o sector público e o sector privado, com o objectivo de fidelizar os trabalhadores ao Turismo e às empresas, através, nomeadamente, de acções de formação contínua durante a temporada baixa, visando a criação de equipas estáveis e duradouras ao longo do ano, melhorando a qualidade dos serviços prestados e aumentando os seus níveis de produtividade e, por essa via, a rendibilidade das empresas e a competitividade turística regional e nacional”.
A AHETA faz, ainda, referência à legislação laboral e eventuais alterações, indicando que “o Direito do Trabalho não resolve, por si só, os problemas estruturais da falta de mão-de-obra, pelo que o regresso a um passado proteccionista em termos de legislação laboral, como pretendem algumas forças politicas e sindicais, não pode servir de desculpa para ultrapassar os estrangulamentos com que o nosso País em geral e o Algarve em particular se vêm confrontando nos últimos tempos, quer nesta quer em outras matérias”. Assim, a associação considera que “é por estes motivos que o Estado está obrigado, por um lado, à introdução de medidas que visem a melhoria da envolvente empresarial no sector do turismo e, por outro, à resolução dos problemas sociais e bem-estar das populações residentes”.
Por fim, a AHETA fala na importância da legalização mais célere de imigrantes, “tendo em vista a importação controlada de mão-de-obra estrangeira para trabalhar na economia em geral e no turismo do Algarve em particular”.