Preços em Lisboa atrasam investimento estrangeiro
JLL Cobertura lança estudo semestral sobre mercado imobiliário e avança que a capital vai receber 23 novos hotéis entre 2017 e 2018.
Patricia Afonso
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Lisboa vai ter 23 novos hotéis, num total de 2175 quartos, entre 2017 e 2018, de acordo com o estudo da JLL sobre o mercado imobiliário na região. O investimento começa já a dispersar-se a nível nacional, com interessados, nomeadamente estrangeiros, a olharem para cidades secundárias como Coimbra e Aveiro, além do Porto, Lisboa, Algarve e Madeira.
Segundo os dados revelados esta quarta-feira pela consultora em conferência de imprensa, Lisboa tem 23 hotéis em pipeline, num total de 2175 quartos. Destes, 1536 deverão estar operacionais em 2017 e 639 no próximo ano.
Segundo o estudo, que cita o Observatório de Turismo de Lisboa, do pipeline para este ano, 707 quartos dizem respeito a unidades quatro estrelas, 419 a hotéis cinco estrelas, 215 a três estrelas e 101 a alojamentos de duas estrelas. Os restantes 94 quartos não estão especificados. Em 2018, de momento, os alojamentos de duas estrelas têm a maior representatividade (334 camas), seguindo-se os cinco estrelas (239) e os de quatro estrelas (6).
A nível nacional, o pipeline integra “entre 40 e 50” unidades, estima Karina Simões, directora da área de Hotelaria da consultora, revelando que já se assiste a uma dispersão da procura por espaços, com os investidores interessados, além de Lisboa, Porto, Algarve e Madeira, em cidades como Coimbra e Aveiro. Porém, ressalva a especialista, tratam-se de projectos mais “polivalentes”, que servem quer o cliente de lazer, quer corporate e de eventos.
Questionada sobre se o investimento estrangeiro na hotelaria tem aumentado, Karina Simões afirmou que o “o interesse tem crescido, mas a concretização é mais difícil” dado o crescimento “exponencial” dos preços. “Não só pela tão falada concorrência que o residencial faz aos projectos hoteleiros, mas temos vindo a assistir a esse crescimento do preço que inviabiliza do ponto de vista operacional a rentabilização de muitos hotéis e, então, estamos a assistir a um retrocesso não do interesse, mas da efectivação de transacções.”
Karina Simões ressalvou que as “marcas não desistem, mas olham para outras localizações não tão prime.”