Margarida Almeida (Amazing Evolution): “Em termos de contratação, estamos fora do mercado por causa da questão fiscal”
A CEO da Amazing Evolution, Margarida Almeida, deixou claro que “temos gente muito boa e é um desperdício não conseguirmos reter essas pessoas”. Por isso, reconhece que “a questão fiscal tem de ser resolvida rapidamente”.
Victor Jorge
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A questão dos recursos humanos e a falta deste no setor do turismo em Portugal foi um dos pontos destacados por Margarida Almeida, CEO da Amazing Evolution, durante o 47.º Congresso da APAVT, reconhecendo que o nosso país “está fora do mercado por causa da questão fiscal”.
“As pessoas, atualmente, querem saber o que vão ganhar, o que levam, efetivamente, para casa”, frisou Margarida Almeida. “Pago quase dois ordenados, um a dia 20 ao Estado e outro ao final do mês às pessoas”, disse, destacando que “a diferença no bruto não é relevante, mas o que as pessoas levam para casa faz toda a diferença”, sendo essa uma das razões que faz as pessoas “irem para fora” e “faz toda a diferença nas operações”
“Temos gente muito boa e é um desperdício não conseguirmos reter essas pessoas”. Por isso, reconhece que “a questão fiscal tem de ser resolvida rapidamente”.
Já quanto à questão da subida de preços, Margarida Almeida admite que “esse é o caminho”, mas que terá de ser acompanhado por produto e o serviço, mas isso só se faz com pessoas”.
Ainda no tema custos, Eduardo Caetano, diretor-executivo da Portimar, vaticinou que “os custos de fazer férias vão aumentar” e que vai haver uma “redução do poder de compra das famílias”, admitindo, no entanto, que esta realidade “não tem de ser forçosamente má para Portugal”.
“As pessoas não dizem que não vão fazer férias, mas sim que vão reduzir o seu orçamento e aqui Portugal pode posicionar-se”, salientando ainda Eduardo Caetano que “os nossos concorrentes são mais caros” e que, por isso, “a opção das famílias pode recair sobre o destino Portugal”.
Para que isso aconteça, o diretor-executivo da Portimar frisou que é preciso “fazer ações de capacitação de marca”, reconhecendo que as regiões têm hoje, “produtos diferentes para apresentar”, mas que a manutenção do load factor é “uma das preocupações”.
Destacando que o Algarve “não é só sol e praia”, Eduardo Caetano apresentou o golfe como um dos ativos estratégicos que contribui para combater o efeito da sazonalidade, frisando, contudo, que “é preciso estruturar a oferta”. Exemplo disso, são os 200 quilómetros para cycling, mas para os quais concluiu “não temos infraestruturas”.