Rendimento por quarto ocupado sobe 5% face a fevereiro de 2020
Os números começam a indicar uma melhoria no alojamento em Portugal. Apesar de ainda se verificar uma redução de 20% face a fevereiro de 2020, o segundo mês de 2022 mostra um aumento no número de hóspedes e dormidas face a janeiro de 2022.
Publituris Hotelaria
Em fevereiro de 2022, o setor do alojamento turístico registou 1,2 milhões de hóspedes e 2,9 milhões de dormidas, correspondendo a aumentos de 507% e 527,1%, respetivamente, superiores aos registados em janeiro passado, +182,3% e +185%, pela mesma ordem, revelam os dados mais recentes disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os níveis atingidos em fevereiro de 2022 foram, no entanto, inferiores aos observados em fevereiro de 2020, quando a pandemia ainda não impactava o setor do alojamento, com reduções de 21,2% nos hóspedes e 23,1% nas dormidas.
Em fevereiro, o mercado interno contribuiu com 1,2 milhões de dormidas e os mercados externos totalizaram 1,8 milhões, resultando numa diminuição, face a fevereiro de 2020, de 11,1% nas dormidas de residentes e de 29,2% nas de não residentes.
Os proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram, por sua vez, 153,7 milhões de euros no total, dos quais 111 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com fevereiro de 2020, os proveitos totais decresceram 20,9% e os relativos a aposento diminuíram 19,5%.
Já relativamente ao rendimento médio por quarto disponível (RevPAR), o INE refere que se situou em 24,3 euros em fevereiro (15,6 euros em janeiro), enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 68,3 euros em fevereiro (66,6 euros em janeiro), indicando estes números do INE uma diminuição de 15% no RevPAR face a fevereiro de 2020, enquanto o rendimento por quarto ocupado, medido através da relação entre os proveitos de aposento e o número de quartos ocupados, no período de referência, registou um aumento de 5,3%.
Mercados interno e externos continuam a crescer
O mercado interno contribuiu com 1,2 milhões de dormidas e aumentou 251,8%, enquanto os mercados externos predominaram (peso de 60,7%) e totalizaram 1,8 milhões de dormidas (+1.173,3%).
Nos primeiros dois meses do ano, verificou-se um aumento de 322,4% das dormidas totais (+168,3% nos residentes e +597,9% nos não residentes). Comparando com o mesmo período de 2020, as dormidas diminuíram 30,4% (-15,4% nos residentes e -37,9% nos não residentes).
Já quanto às regiões, em fevereiro, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões. Lisboa concentrou 29,2% das dormidas, seguindo-se o Algarve (20,3%), o Norte (18,1%) e a Madeira (13,5%).
Comparando com o mês de fevereiro de 2020, todas a regiões apresentaram diminuição do número de dormidas, com realce para a evolução no Algarve (-29,3%), Açores e Madeira (-26,5% em ambas). Relativamente às dormidas de residentes, a Madeira foi a única a registar aumento do número de dormidas (+17,8%), sendo de realçar o decréscimo no Algarve (-20,7%).
Em termos de dormidas de não residentes, verificaram-se diminuições superiores a 20% em todas as regiões, sendo mais notórias nos Açores (-45,4%) e no Centro (-35,8%).
Os dados divulgados pelo INE mostram, também, que, em fevereiro, Lisboa registou 647,2 mil dormidas (22% do total). Comparando com o mês de fevereiro de 2020, as dormidas diminuíram 25,2% (-12,9% nos residentes e -28% nos não residentes). O município de Lisboa concentrou 28,5% do total de dormidas de não residentes registadas no país em fevereiro de 2022.
Já no Funchal (10% do total), registaram-se 293,1 mil dormidas em fevereiro. Face a fevereiro de 2020, registou-se uma redução de 27,5% (+26,9% nos residentes e -33,2% nos não residentes).
As dormidas no município do Porto (7% do total) totalizaram 206,3 mil. Face a fevereiro de 2020, registou-se uma redução de 25,2% (-7,6% nos residentes e -30,4% nos não residentes).
Proveitos ficam 20% abaixo de fevereiro de 2020
Em fevereiro, os proveitos registados nos estabelecimentos de alojamento turístico atingiram 153,7 milhões de euros no total e 111 milhões de euros relativamente a aposento. Comparando com fevereiro de 2020, os proveitos totais decresceram 20,9% e os relativos a aposento diminuíram 19,5%.
Nos primeiros dois meses do ano, os proveitos registaram crescimentos de 408,5% no total e 393,2% relativos a aposento. Comparando com o mesmo período de 2020, os proveitos totais diminuíram 29,4% e os de aposento recuaram 28,6%.
Lisboa concentrou 32,4% dos proveitos totais e 34,4% dos relativos a aposento em fevereiro, seguindo-se o Norte (18,2% e 18,6%, respetivamente) e o Algarve (17,5% e 16,1%, pela mesma ordem).
Nos primeiros dois meses do ano, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento aumentaram 438,3% e 426,9%, respetivamente (peso de 86,4% e 84,2% no total do alojamento turístico, pela mesma ordem).
Considerando as mesmas variáveis, os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,6% e 11,6%) apresentaram subidas de 276,0% e 262,6% e o turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 4,0% e 4,2%) registou aumentos de 277,8% e 283,8%.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 24,3 euros em fevereiro, tendo aumentado 318,4% (+120,6% em janeiro). Em fevereiro de 2020, o RevPAR tinha sido 28,5 euros.
Os valores de RevPAR mais elevados foram registados em Lisboa (34,4 euros) e Madeira (33,8 euros).
Desde o início do ano, este indicador aumentou 203,0% e registou crescimentos de 216,9% na hotelaria, 157,2% no alojamento local e 109% no turismo no espaço rural e de habitação.