A história de Digby
O escolhido é o recém-aberto Digby, no Torel Avantgarde Hotel, que representa a estreia da Casa da Comida, com 40 anos de actividade, no Norte do País.
Patricia Afonso
E se fizemos uma ‘escapadinha’ ao Porto para escrever um Especial sobre a região nesta edição de Dezembro, faz apenas sentido dedicarmos esta Sugestão a um espaço na cidade. E o escolhido é o recém-aberto Digby, no Torel Avantgarde Hotel, que representa a estreia da Casa da Comida, com 40 anos de actividade, no Norte do País. Comeu-se muito e muito bem e saímos com a promessa de ser uma paragem obrigatória sempre que passarmos pelo Porto.
Aberto há apenas cerca de três meses, o nome Digby conta uma história centenária: Sir Kenelm Digby, diplomata inglês, foi o criador da garrafa de vinho translúcida, corria o ano de 1630. A Casa da Comida quis prestar uma homenagem ao artista e a nomenclatura transporta-nos, assim, para o mundo do vinho, que se assume como protagonista na carta, em particular o Vinho Verde, também pela proximidade à Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. É esta garrafa verde translúcida que marca, também, toda a decoração do espaço de restauração, cuja varanda debruçada sobre o Rio Douro permite usufruir de um ambiente único, pautado pelo design e arte, à semelhança do hotel onde o Digby está instalado.
A comida é portuguesa, como só poderia ser, numa carta assinada pelo chef executivo, Miguel Carvalho, e o chef residente, Pedro Garrido, que reinventam alguns dos pratos mais icónicos da cidade, como a ‘Francesinha, que, no Digby, vira uma sobremesa gelada. A não perder.
A carta é extensa e o nosso conselho vai para um dos menus de degustação: ‘Em passeio pela carta’ ou ‘Em loucuras pela carta’. O primeiro dá a provar iguarias como Perdiz de escabeche, Tamboril à Bulhão Pato, Bife à Portuguesa, Bombom de Pêra Bêbeda com espuma de Queijo da Serra e um Lusitano. Na segunda experiência, os sabores passam pela Vieira com amêndoa e aromas de trufa, Crocante de pato com puré de maçã, Suspiros de bacalhau com cappuccino de grelos e espuma de batata, Vinho verde com sorvete de morango e manjericão, Barriga de leitão com castanhas e favas caramelizadas, Abade de Priscos em ninho de ovos e Francesinha em gelado.
Ambos os menus de degustação podem ser acompanhados por uma harmonização vínica previamente definida. Aliás, como não poderia deixar de ser, a carta de vinhos é uma das bandeiras do Digby, que inclusive, disponibiliza exemplares da garrafeira privada de Rogério Alcântara. O vinho a copo é um dos pontos fortes desta carta.
Como tem sido apanágio neste tipo de artigos, não podemos deixar de recomendar alguns pratos por nós provados.
Portanto, a não perder: a Perdiz de escabeche e o Bife à Portuguesa. Como sobremesa, não deixe de provar a Pêra Bêbeda com Espuma de Queijo de Serra e a Francesinha em gelado.