“Não estamos contra o Alojamento Local. Queremos é que seja regulado”
Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fala sobre o estado do sector em Portugal, a relação com o Governo e a mais recente polémica com as taxas turísticas, desta vez, em Cascais. Saiba, ainda, que o novo Centro de Congressos de Lisboa está novamente na agenda; e o que a associação advoga na revisão dos diplomas do Alojamento Local e do RJET.
Patricia Afonso
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Raul Martins, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) fala sobre o estado do sector em Portugal, a relação com o Governo e a mais recente polémica com as taxas turísticas, desta vez, em Cascais. Saiba, ainda, que o novo Centro de Congressos de Lisboa está novamente na agenda; e o que a associação advoga na revisão dos diplomas do Alojamento Local e do RJET.
Quando tomou posse elegeu como bandeiras a qualificação do alojamento turístico, o reforço e reconhecimento do Turismo no Governo e Administração Pública, e uma maior dinamização nacional da AHP. Que balanço faz destes cinco meses e o que é que já está a ser feito neste sentido?
Sobre a regulamentação, estará revista até ao final do ano pela Secretaria de Estado do Turismo. Temos estado a acompanhar as consultas que têm sido feitas, temo-nos reunido com a secretária de Estado e encomendámos um estudo sobre Alojamento Local à Universidade Nova, que será oportunamente entregue.
No reconhecimento do Turismo no Governo e Administração Pública, o Turismo, em si, está naturalmente representado pela Confederação [do Turismo Português] e esta vem actuando nesse sentido. Enquanto associação de hotelaria, temos um diálogo com a Secretaria de Estado e, recentemente, estivemos presentes na reunião com o Primeiro-Ministro, o ministro do Emprego e o dos Negócios Estrangeiros, que estiveram com as associações representativas das 15 maiores actividades exportadores. Estas reuniões serão regulares e transmitimos os nossos problemas, entre os quais a extensão do Aeroporto de Lisboa. Com o ministro do Trabalho, falámos sobre a manutenção do banco de horas, que é uma situação muito importante para a actividade e tivemos da parte dele uma garantia de que se vai manter. Com o ministro dos Negócios Estrangeiros, por exemplo, chamámos a atenção para que os vistos que são pedidos nalgumas embaixadas não têm resposta atempada e, portanto, não temos, por vezes, turistas de origens mais diversificadas, como o Irão e a Rússia.
Acaba por ser um elemento dissuasor nas viagens para Portugal?
Pelo menos não são tantos os viajantes como seria desejável e é uma coisa relativamente simples. É uma questão de, em vez de ter um funcionário, ter dois. Sabemos que no Irão as coisas melhoraram imenso.
E em relação à dinamização da AHP?
Quanto à actividade da AHP, temos definidas as comissões de trabalho [Acessibilidade e Transporte Aéreo, Fiscalidade, Portugal 2020, Financiamento, RJET e Alojamento Local] que decidimos implementar, que têm estado a trabalhar e vão trazendo informação sobre as diversas áreas, nomeadamente a do Financiamento. Esta é uma área que nos preocupa porque a hotelaria passou cinco anos de crise, de 2008 a 2013, onde não só o preço médio baixou muito, mas também a ocupação foi o que foi. Só em 2013 é que esta situação se inverteu e em 2014, 2015 e, agora, em 2016, têm grandes crescimento.
Já chegámos a níveis anteriormente registados?
Este ano, pela primeira vez, Lisboa ultrapassou o preço médio de 2007. Só agora é que ultrapassámos o preço médio, sendo certo que há mais turistas e mais ocupação dos hotéis, mas este era um dos nossos objectivos. Creio que as empresas começam a recuperar daqueles cinco anos de crise e a fazer novos investimentos, naturalmente com o apoio do protocolo feito entre a AHP, o Ministério da Economia e diversos bancos. A requalificação dos hotéis é muito importante para os sócios da AHP e esse foi um dos vectores que foi conseguido.
Em termos de coisas menos quantificáveis, as estrelas voltaram a ser aplicadas, era uma das nossas preocupações fortes. Achamos que o excesso de liberalização traz, muitas vezes, distorções no mercado e este assunto podia não ter um valor muito grande, mas era relevante.
Temos tido bom entendimento da parte da Secretaria de Estado sobre a forma como apoiar a hotelaria. A história da requalificação é muito boa porque há muitos hotéis que nestes cinco anos não tiveram capacidade de endividamento e andaram, no fundo, a gastar as suas economias para sobreviver. Lembro-me que entre 2009 e 2011 a maior parte das empresas hoteleiras tiveram prejuízo em termos de exploração, não tinham sequer capacidade para se requalificarem. Agora, sabemos que o programa de requalificação está em cerca de 50% comprometido e pensamos que para o ano teremos a necessidade de ampliá-lo. Vamos insistir junto do ministro para que haja um novo programa de requalificação para o ano, porque a aplicação do COMPETE, com os parâmetros que tem, é de difícil utilização. As análises que têm sido feitas estão muito compartimentadas e fechadas por ter muito em conta a inovação e muita gente não sabe o que é a inovação nos hotéis. Com o COMPETE 2020 temos insistido no sentido de definir melhor esses parâmetros.
Diplomas legislativos
O que querem ver consagrado na revisão do diploma do Alojamento Local?
O Alojamento Local não é uma actividade hoteleira, mas de alojamento, como o próprio nome indica, e o que queremos é regulação. A falta de regulação provoca distorções, a primeira das quais fiscal, porque o alojamento local é taxado a 4% sobre as suas receitas e o habitacional é taxado a 28%. Há aqui um desequilíbrio que tem afectado, nomeadamente, a oferta de habitações para os locais e não queremos os habitantes contra o Turismo.
Outro factor relevante é que o Alojamento Local não é uma actividade residencial pura e simples, tem uma componente de serviços que cria conflitos na utilização. Quando, num edifício, temos uma habitação que se transforma em Alojamento Local, as pessoas que vão para lá não têm o mesmo tipo de comportamento que os residentes e isso tem criado alguma animosidade para com o turista e, aí, a hotelaria é prejudicada. Porque, depois, são todos vistos da mesma maneira, é ‘o turista’. Queremos que o Alojamento Local nos edifícios de habitação tenha que ter autorização do condomínio.
Pode advir daí a crítica de que há muitos turistas em Lisboa?
Não. Há alguns comentários de que o Alojamento Local tem feito aumentar o número de turistas. O que faz aumentar o número de turistas em Portugal é, por um lado, a oportunidade que se criou por uma questão de dificuldade de as pessoas se deslocarem para a bacia do Mediterrâneo, mas isso não acontece só connosco. E os aviões. Os aviões é que trazem as pessoas e elas, depois, utilizam os hotéis ou o Alojamento Local ou outro tipo de alojamento. Agora, o que é muito importante e continuamos a dizer que ainda precisamos, é que temos que ver o País todo, não pode ser só Lisboa, Porto, Algarve e Madeira. Também nos interessa que o Interior aumente a ocupação para se tornar rentável. Ainda temos zonas do Interior que são muito interessantes e, hoje, há turistas que querem Turismo de Natureza e Aventura, entre outros, e isso não inclui Sol & Mar. É esta progressão que precisamos de fazer e é isso a que estamos a dar relevo quando vamos, por exemplo, fazer o congresso nos Açores ou o nosso almoço mensal a Coimbra.
Mas o que responde quando ouve que Lisboa tem muitos turistas?
Se formos ver, ainda temos índices de utilização de Lisboa, face a uma Barcelona e na devida proporção, aquém disso.
O que temos que ver em Lisboa, ou no Porto, é que têm que ser criados locais onde os turistas estejam, para não estarem sempre no mesmo sítio. A criação da taxa turística em Lisboa, e segundo o acordo que a AHP fez com a Câmara de Lisboa, permitiu fazer investimentos em zonas que são fora do centro habitacional. É o caso da decisão em apoiar a conclusão do Palácio da Ajuda ou quando achamos que o Museu do Azulejo deve ser um polo de artificies, nomeadamente ligados ao azulejo, mas podem ser arquitectos, decoradores ou quem faça os azulejos no local.
O próprio centro de congressos, que agora pusemos outra vez na agenda. Os sítios que vemos, não sendo periféricos, não são totalmente no centro.
Que sítios serão esses?
Não podemos revelar, terá que ser o presidente da Câmara [de Lisboa]. Mas fizemos propostas de locais e há, pelo menos, dois que reúnem consenso. Agora vamos actualizar os estudos.
Apesar das polémicas, a hotelaria e o Alojamento Local podem coexistir pacificamente?
Claro! Já coexistem e vão coexistir. Não estamos contra o Alojamento Local. Queremos é que seja regulado.
Em relação ao RJET, já pediram a sua revisão? O que é que advogam?
Tem a ver com o número de unidades de alojamento, queremos que quando sejam em dimensões superior a nove tenham que ser enquadradas numa unidade.
A SET pediu aos diversos sectores o seu contributo para a próxima estratégia de Turismo, num horizonte a 10 anos. Quais são as propostas da AHP?
Temos participado nos laboratórios sobre essa promoção e o que vemos como muito importante é a diferenciação. Mostrar que Portugal, em termos de promoção, é diferente, o nosso primeiro argumento não pode ser que temos Sol & Mar, mas que somos diferenciadores.
Depois, muito importante, é o combate à sazonalidade, que se faz através da atracção de eventos e congressos. Há muita coisa por fazer, Portugal tem um clima privilegiado e é uma preocupação que tem que estar neste plano. Temos que ter soluções para preencher a época baixa e diminuirmos a sazonalidade.
Balanço
Como analisa os últimos números turísticos?
São bons, em todos os aspectos. E sabemos que para o ano vai ser melhor. Estamos muito confiantes na situação do Turismo e pensamos que o sector tem que ser cada vez mais olhado como a maior actividade exportadora. Às vezes damos relevo a outras actividades exportadoras, mas não há nenhuma que tenha a dimensão do Turismo. E, nesse aspecto, podemos ser uma forma de fazer crescer Portugal, melhorar o PIB.
E o Turismo tem uma vantagem muito grande sobre as outras actividades, por ser a mais transversal, utilizamos tudo, desde a parte de produção de bens e mobiliário até equipamentos, software, agricultura. Tudo isso se conjuga na hotelaria. Este Governo está a olhar para o Turismo de uma forma global e pensamos que o Turismo pode ajudar ao crescimento económico do País, melhor que qualquer outro negócio.
Esse crescimento é transversal ou assimétrico nas regiões?
Em termos de oferta, as coisas até têm andado de alguma forma, ora com requalificação, ora unidades novas. A Região Centro tem unidades novas com muita pujança e utilização. No Norte, o Porto mostrou-se; o Algarve voltou a estar na agenda das pessoas para passarem férias.
Acreditamos que as assimetrias se estão a esbater e essa é uma das grandes apostas que queremos ver na estratégia a 10 anos.
Como vê o parque hoteleiro nacional nos dias de hoje, quer em termos de oferta, quer no que respeita o hardware?
Desde há 10 anos a esta parte, o parque melhorou muito tem termos de qualidade porque fizeram-se unidades por todo o País de muita qualidade, nomeadamente no Porto, Lisboa e no Centro, e com inovação. Os hotéis que apareceram melhoraram muito e isso tem feito atrair os turistas, porque são coisas novas e diferentes.
Somos competitivos?
Somos, largamente. O nosso benchmarket com outros destinos é altamente favorável porque houve, nesse aspecto, uma situação que ajudou, a das low cost. Para todos os efeitos, Portugal está num extremo da Europa e para os europeus é sempre mais caro viajar ate cá. Com as low cost, deixou de ser. E veja-se o que tem sido a vontade dessas companhias em vir para Portugal. Na relação preço/qualidade, agora e sem que o transporte aéreo seja uma percentagem tão grande quanto era, passámos a ser muito mais competitivos. E a melhor justificação para isso é o aumento que temos tido de turistas.
Taxas turísticas
Sabemos que a AHP esteve presente na reunião entre a Associação Regional De Hoteleiros Da Costa Estoril Sintra e Mafra (ARHCESMO) e a Câmara de Cascais a propósito da taxa turística. Quais as conclusões retiradas?
Participámos, porque há associados da AHP que estão na zona e pediram-nos. Demos o exemplo de Lisboa, pensamos que é saudável que seja revelado onde os valores das taxas são aplicados. Depois da apresentação dessa aplicação pelo presidente da Câmara de Lisboa, vimos artigos e editoriais de imprensa dizerem que o exemplo é bom por todas as razões e mais uma. Além de o destino ser bom, estão a dizer nos onde vão aplicar esse dinheiro.
Penso que a transparência é fundamental e tentámos sensibilizar o presidente da Câmara e a ATC para a necessidade de haver essa transparência.
Que balanço faz desta taxa em Lisboa. Está a cumprir os objectivos delineados aquando a introdução?
A forma como a taxa em Lisboa foi apresentada não foi feliz porque estava ligada à construção do centro de congressos e dissemos que não sabíamos se ia ser sustentável. Mas foi possível, com o actual presidente da Câmara de Lisboa, estabelecermos um diálogo e começar a olhar para projectos que a autarquia entendia que eram para o Turismo. Aceitámos e também demos sugestões, como a sinalização turística de Lisboa e o Museu do Azulejo.
A componente de promoção também vai ser apoiada por este fundo. Deixou-se de pagar a quota suplementar que os hotéis pagavam na ATL e vamos buscar essa parte da promoção à taxa turística, como um aumento significativo, quase que duplica.
Quando estas situações são feitas de forma consensual, ganhamos todos, participamos com mais vontade e mais sugestões. No último caso que aconteceu, em Vila Real de Santo António, julgámos que não fazia sentido aplicar as verbas da taxa turística na construção de um gimnodesportivo e, de facto, a Câmara percebeu e, hoje, está a negociar com os hoteleiros o que faz falta, e onde, para a região ter mais atractividade.
Esperamos que Cascais siga esse exemplo.
Uma das críticas que tem ganho voz nos últimos tempos, é a falta de qualificação dos Recursos Humanos, mas são cada vez mais os alunos formados nas Escolas de Hotelaria. O que é que está a falhar?
Penso que pode não haver falta [de recursos]. O que há é uma grande migração de recursos entre hotéis. Quando aparece um hotel novo, vai buscar muita gente a outras unidades. Mas isso sempre foi assim. Temos que ir buscar novos formandos. É certo que os que são formados na Escola de Hotelaria, penso que tem praticamente o emprego assegurado. Haverá, talvez, a necessidade de fazer mais requalificação, nomeadamente em relação a alguns recursos que entraram no Turismo ou na Hotelaria e não eram qualificados. Temos que requalificar as pessoas e as Escolas de Hotelaria têm horários convenientes. Sabemos que, às vezes, é difícil fazer interessar a pessoa e dizer que queremos que vá reaprender alguma coisa e que é fora do horário de trabalho. Isso pode criar uma situação de resistência e, aí, poderá haver a necessidade de algum apoio da Secretaria de Estado, nomeadamente financeiro. Também porque às vezes há pessoas que trabalham num hotel e, depois, noutro sítio. Há algumas dificuldades que resultam também desta situação, mas acredito que precisamos de mais formação.
Congresso
O que é que espera deste congresso?
Tem uma localização que, no fundo, vem chamar a atenção para que Portugal não está num extremo da Europa, mas no meio do Atlântico. Os Açores, nesse aspecto, são a nossa guarda avançada. Estamos no meio do Atlântico e isso, no passado recente, foi compreendido pela nova TAP e era uma situação para a qual a hotelaria vinha a chamar a atenção. O mercado norte-americano estava praticamente esquecido. A TAP fez uma grande aposta no passado mais longínquo no Brasil com sucesso, mas se mercado retraiu um pouco, e o angolano também, os EUA são uma oportunidade muito interessante para Portugal.
Portanto, esta ida para os Açores é, no fundo, para dizer que, de facto, Portugal está no meio do Atlântico.
É essa a vocação atlântica…
É essa a tal vocação atlântica, que é histórica, não é do Turismo. Consubstanciada, neste caso, pelo crescimento dos Açores nos últimos dois anos. Não há melhor exemplo para esta centralidade do Atlântico que os Açores.
Depois, temos temas que servem para todos, como é o caso dos especialistas em novas formas de hotelaria, novos conceitos, que vão apresentar sugestões dentro da política de inovação que a AHP apoia. Temos painéis dedicados ao digital, à sustentabilidade económica e a ética.
Sector
Como é que hotelaria vai fechar 2016 e o que é que já se pode esperar do próximo ano?
2016 vai fechar com um crescimento superior a 10% de turistas e receitas. Como dizia há pouco, 2017 será melhor porque temos um congresso mundial e vários eventos, nomeadamente esta situação do Web Summit. O Centenário de Fátima também é muito importante. Temos boas perspectivas, mas temos que continuar com o objectivo de ter mais turistas em todas a regiões. Temos que ter esse objectivo para tudo o que é Turismo, não podemos ficar à espera.
Quando, às vezes, as pessoas comentam que estamos a beneficiar de alguma situação de instabilidade no Norte de África, é verdade, mas, então, é porque a nossa promoção era insuficiente. Se as pessoas só nos descobriram agora, estão a gostar e a voltar, é porque a nossa promoção era insuficiente. Não podemos descansar porque acreditamos que tudo isso venha normalizar, mais depressa ou mais devagar, a memória destas situações como os atentados não é assim tão grande. A promoção tem que continuar a ser um denominador comum e uma preocupação de todo o Turismo.
Quais são os nossos mercados mais fortes?
Por dormidas, o mais forte é o Reino Unido, depois a Alemanha, Espanha e França. O Reino Unido ainda está muito destacado, mas a Alemanha está numa posição muito boa. Sabíamos que num passado recente era a Espanha em segundo lugar.
Por mercado de hóspedes, o primeiro é o Reino Unido, depois Espanha, França e Alemanha.
Como vê a aposta da TAP nos EUA e, agora, o mercado chinês com as novas ligações directas?
A aposta nos EUA é muito importante, não porque tem estas novas rotas, mas porque tem o apoio da companhia associada que tem ramificações por todos os EUA e o Canadá. Esta situação da China, naturalmente que vai trazer mais turistas e investidores chineses. Hoje em dia, os chineses tinham que passar por outro sítio, e gastavam aí mais tempo e dinheiro. Por outro lado, é uma facilidade que vão passar a ter e, portanto, vamos ter mais turistas.
Isso vai requerer que a hotelaria também trabalhe nesse sentido. É um turista muito particular.
No aspecto da língua, há colaboradores que estão a aprender a falar Mandarim, por exemplo. É muito importante porque nem todos os turistas têm a facilidade do inglês. Depois, apesar de tudo, já temos alguma restauração chinesa, mas penso que vai haver mais oportunidade para termos este tipo de restauração nos hotéis.