17 chaves para o mercado de emprego da atualidade
Loles Sala, People & Cultural Director para o ManpowerGroup, apresenta 17 chaves para o mercado de emprego, segmentando-as em quatro campos: mudanças demográficas, preferências individuais, adoção tecnológica e motores de competitividade.
Carla Nunes
Mário Centeno: “Mercado de trabalho tem sido a estrela do desenvolvimento económico”
Bolsa de Empregabilidade dinamiza feira TourismON para atrair estudantes para o setor
The Editory Collection Hotels procura profissionais para hotéis em Lisboa, Porto e Tróia
Mercan Properties lança primeira pedra do futuro Lagos Marina Hotel
AHRESP exige ter voz ativa sobre taxas turísticas e pede reposição dos valores de IVA
Lagoa e região Porto e Norte vão receber os próximos congressos da AHRESP
Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos
Loles Sala, People & Cultural Director para o ManpowerGroup, marcou presença no H&T, Salón de Innovación en Hostelería – um evento dirigido para os profissionais do canal HORECA e da indústria do turismo em Espanha – para apresentar aquelas que considera ser as 17 chaves para o mercado de emprego da atualidade.
Num mundo que se caracteriza cada vez mais como frágil, ansioso, não linear e incompreensível (BUNI, na sua sigla em inglês), Loles Sala explica que tanto empregadores como colaboradores têm de reter que “a aprendizagem deixa de ser uma coisa de crianças para ser algo de todos”, remetendo para a importância da formação ao longo da vida – seja ela nas escolas, universidades e centros de formação, ou fora das salas de aula, nas organizações.
Nesse sentido, a profissional apresenta 17 chaves para o mercado de emprego, segmentando-as em quatro campos: mudanças demográficas, preferências individuais, adoção tecnológica e motores de competitividade.
Mudanças demográficas
Revolução da geração Z: No âmbito das mudanças demográficas, Loles Sala aponta para a revolução da geração Z, que classifica como “muito crítica” em relação às empresas, exigindo-lhes cada vez mais um compromisso “com o impacto climático, a diversidade e a equidade e inclusão”. Uma vez que a profissional aponta que esta geração representará 27% da população ativa em 2025, urge as organizações a pensar nestas questões e a implementá-las nas empresas.
Ativismo corporativo: Neste ponto, Loles Sala incentiva as empresas a pensar em “propósito, pessoas e prosperidade”. A questão que os colaboradores colocam é a de se as empresas têm as mesmas preocupações que os próprios, razão pela qual a profissional indica que existe a necessidade de as empresas compreenderem antes de serem compreendidas.
Learnability, ou seja, a “capacidade e curiosidade para aprender num ambiente em mudança de maneira permanente”. Se isto pode ser feito “na universidade, centros de formação e nas escolas”, Lola Sala lembra que a aprendizagem também decorre “fora da sala de aula, nas nossas organizações”. Indica ainda que existem “duas novas competências que não sabemos dominar: a capacidade de compreender o comportamento humano e de assegurar vínculos com as pessoas” – aquelas que designa como heartskills).
Dizer sim ao talento sénior: A profissional lembra que, atualmente, “temos dificuldade em encontrar o talento necessário de forma exagerada, em comparação com as gerações anteriores”. Por essa razão, “precisamos de todo o talento disponível”.
Preferências individuais
Não a uma vida cheia de trabalho, mas a uma vida plena: Segundo Loles Sala, os millenials querem melhorar o balanço da sua vida pessoal com a profissional. Por essa razão deixa a questão: O que é que as empresas vão fazer para mudar modelos de negócio, para termos uma vida plena?
Flexibilidade, conexão pessoal e igualdade: A profissional indica que as mulheres são as que mais valorizam o aspeto social e a conexão, procurando mais estabilidade e oportunidades de aprender.
Menos horas, mais produtividade: “Os únicos modelos de negócio que vão funcionar são os que vão conseguir este equilíbrio”, de acordo com Loles Sala. Neste campo, a modalidade de trabalho de quatro dias por semana é a mais referida para conseguir balancear estes dois pontos, pelo que a profissional aconselha as empresas a ponderar qual o modelo que melhor as pode servir.
Menos pressão, mais empatia, com Loles Sala a apontar para o facto de os colaboradores referirem que “gostariam que os seus chefes reconhececem o esforço necessário para realizar a sua profissão”.
Os colaboradores procuram sentir-se realizadas, não só promoções: Loles Sala indica que atualmente “as pessoas procuram mais projetos do que uma promoção”. Como refere, “a esta nova geração importa pouco a hierarquia e os títulos”.
Adoção tecnológica
Criação de talento, uma oportunidade: A profissional indica que em 2025 haverá 149 milhões de novos empregos digitais em áreas como privacidade, cibersegurança, análise de dados, machine learning e IA, cloud e desenvolvimento de software. Por essa razão, aporta para a necessidade de os profissionais reverem e adquirirem novas competências. Como reforça, “num mundo que vai tão rápido e tecnológico, a educação é uma coisa de todos”.
Reumanizar, não desumanizar: Como Loles Sala explica, há cada vez mais a necessidade de avaliarmos “como estamos, o que faz falta”, procurando “ambientes onde a confiança faz parte do trabalho”. Como resume, “confiança é a chave do nosso tempo”.
Procurar a definição dos modelos híbridos: No entender da profissional “a pandemia tornou possível ser capaz de fazer ruir crenças limitantes”. Por essa razão, urge as empresas a pensar “qual o modelo saudável para a organização”, tendo em conta qual pode pontenciar maior interação social, uma colaboração mais eficiente e mais possibilidades de promoção.
Motores de competitividade
Talento não conhece fronteiras, pelo que é necessário “pensar além fronteiras” para cobrir postos de trabalho.
Risco e resiliência num mundo em mudança: Neste ponto, Loles Sala aporta para a necessidade de “gerir riscos geopolíticos e converter dados em informação”. Como explica, hoje existe a necessidade de “trabalhar os dados de forma brilhante para tomar decisões de forma rápida”. Aponta ainda para a importância da liderança responsável – “se não liderarmos por exemplo, não haverá ninguém que nos siga”, termina.
O H&T, Salón de Innovación en Hostelería decorre de 5 a 7 de fevereiro na FYCMA – Palacio de Ferias y Congresos de Málaga e contabiliza este ano a sua 16ª edição, num total de 26.000 metros quadrados de exposição, espalhados por três pavilhões. Para esta edição são esperados mais de 16.000 visitantes profissionais, mais de 400 empresas fornecedoras de equipamentos e produtos para o setor hoteleiro e turístico, mais de 250 empresas gastronómicas e 35 chefs de referência e estrelas Michelin.
*A Publituris Hotelaria marcou presença no H&T, Salón de Innovación en Hostelería a convite da Cámara de Comercio, Industria, Servicios y Navegación de Málaga.