Airbnb já confirmou quase 300 mil características de acessibilidade nos alojamentos da plataforma
A Airbnb afirma já ter analisado e confirmado “quase 300 mil características de acessibilidade em casas de todo o mundo na sua plataforma”, como indica em nota de imprensa enviada às redações.
Carla Nunes
A Airbnb afirma já ter analisado e confirmado “quase 300 mil características de acessibilidade em casas de todo o mundo na sua plataforma”, como indica em nota de imprensa enviada às redações.
A análise advém de uma medida introduzida pela Airbnb em novembro de 2021, através da qual se comprometeu a fazer uma revisão de acessibilidade dos alojamentos disponíveis na sua plataforma. O objetivo passa por transmitir aos hóspedes “a tranquilidade de saber que os recursos de acessibilidade adicionados pelos anfitriões nos seus anúncios, como uma entrada sem degraus, barras de apoio fixas ou uma cadeira de banho ou duche, foram revistos e confirmados por agentes na plataforma”, refere a Airbnb.
Este processo de revisão obriga os anfitriões a submeter fotografias que comprovem a acessibilidade dos alojamentos, que são depois revistos manualmente por uma equipa especializada da Airbnb.
Em entrevista à Publituris Hotelaria, a Airbnb explica que “apenas as funcionalidades que tenham sido confirmadas pela equipa de especialistas poderão ser visualizadas pelos hóspedes – desta forma, os hóspedes podem ter a certeza de que as características listadas pelos anfitriões foram confirmadas”.
Até à data, a plataforma garante que “o número de anúncios na Airbnb com uma funcionalidade de acessibilidade aumentou mais de 140 mil alojamentos, cerca de 450%” desde que a revisão foi lançada em novembro de 2021.
Plataforma alarga número de filtros e cria categoria “Adaptado”
O filtro de pesquisa “acessível a cadeiras de rodas” também foi alargado para um número mais detalhado de filtros de pesquisa, de acordo com a Airbnb, passando a incluir características específicas de acessibilidade como “acesso a quartos sem degraus” e “lugar de estacionamento acessível”. A descrição “entrada ampla para o quarto” também foi alterada para “entrada do quarto mais larga do que 32 polegadas” (o equivalente a 81,28 centímetros).
Além destas revisões, a Airbnb explica que há seis meses lançou a categoria “Adaptado”, com “uma lista de alojamentos que contam com uma entrada sem degraus verificada e pelo menos um quarto e uma casa de banho, além de pelo menos uma característica de acessibilidade na casa de banho”. Como explica na mesma nota de imprensa, “cada anúncio é submetido a uma digitalização em 3D pela empresa de dados espaciais Matterport, que confirma as características”, além de produzir “uma planta 2D do espaço, por forma a dar aos hóspedes uma melhor compreensão da disposição”.
De momento, esta categoria inclui mais de 1100 alojamentos em todo o mundo. Desde o seu anúncio, a plataforma explica que “os anfitriões desta categoria ganharam cerca de 4,6 milhões de euros”, entre 16 de novembro de 2022 e 31 de março de 2023. No mesmo período, e de acordo com a Airbnb, “o anfitrião típico com anúncios da categoria ‘Adaptado’ a nível mundial ganhou uma receita média de quase quatro mil euros durante o mesmo período.
De lembrar que no número 193 da revista Publituris Hotelaria, numa reportagem dedicada a “Como atender hóspedes com deficiência pela voz dos próprios”, duas das entrevistadas davam conta de que quando pretendiam viajar, a primeira questão colocava-se logo na altura da reserva, por ser difícil perceber se os hotéis são ou não acessíveis. Como explicavam, apesar de os motores de reserva disponibilizarem um filtro relativo a acessibilidades, este não dá qualquer garantia, uma vez que alguns hotéis afirmam ser acessíveis sem o serem.
Por altura desta reportagem, Catarina Oliveira, criadora da página de Instagram Espécie Rara sobre Rodas, afirmava que a questão poderia ser contornada, obrigando “as instalações a colocar fotos da entrada sem obstáculos, ou com equipamentos facilitadores; das imediações do hotel; do quarto e da casa de banho adaptada”.
Em entrevista à Publituris Hotelaria, a Airbnb explica que caso a plataforma tenha conhecimento de “alguma incorreção no anúncio, incluindo no que diz respeito às características de acessibilidade, tem políticas e processos em vigor para tomar as medidas adequadas contra o anfitrião ou o seu anúncio”.
Acrescenta também que “se o anúncio for significativamente diferente do anunciado e o anfitrião não conseguir resolver o problema, a Airbnb ajuda o hóspede a encontrar um local semelhante” ou procede a um reembolso.
Alojamentos adaptados mais cobiçados da Airbnb incluem uma villa em Portugal
Além das medidas acima descritas, e como parte do Lançamento de Inverno de 2022, a Airbnb “implementou novas ferramentas para melhorar os controlos de acessibilidade, tornando mais fácil para os hóspedes que utilizam tecnologias de assistência, como leitores de ecrã, navegação por teclado ou software de acesso por interruptor para procurar alojamentos através de mapas”.
Adicionalmente, anunciou esta quinta-feira, 25 de maio, a lista de alojamentos mais cobiçados na categoria “Adaptado”, que incluem: a Casa na árvore em Grandview, Texas, Estados Unidos da América (EUA); Villa em Lake Worth, Flórida, EUA; Villa Laranjeiras na Comporta, em Portugal; Chalet em Nova Escócia, no Canadá; Villa no Egeu, na Grécia; Cabana de madeira em Bostic, Carolina do Norte, EUA; Casa ecológica em Nevada City, Califórnia, EUA; Cabana em Pilling, Lancashire, Reino Unido; Estúdio de ski em Breckenridge, Colorado, EUA; Casa Rural em Barga, Toscana, Itália.