Créditos: H&T
Utilizar IA ao serviço do setor gastronómico e da experiência do cliente
Ignacio Estévez, sócio responsável pelo setor de distribuição da IBM España, aponta que a aplicação de inteligência artificial (IA) no setor gastronómico pode ser utilizada para melhorar a experiência do cliente. No entanto, o futuro vai exigir mais formação por parte dos trabalhadores para gerir esta tecnologia.
Carla Nunes
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Como é que a Inteligência Artificial (IA) está a ser utilizada no setor gastronómico? E como será utilizada no futuro? Para responder a estas questões, Ignacio Estévez, sócio responsável pelo setor de distribuição da IBM España, marcou presença no H&T, Salón de Innovación en Hostelería, um evento dirigido para os profissionais do canal HORECA e da indústria do turismo em Espanha que decorre de 5 a 7 de fevereiro em Málaga.
Numa apresentação na FYCMA – Palacio de Ferias y Congresos de Málaga, Ignacio Estévez apontou que a aplicação de IA no setor gastronómico pode ser utilizada para melhorar a experiência do cliente, através da análise de opiniões e comentários dos restaurantes, que permitem corrigir o que está em falta, ou ainda identificar padrões de consumo. A oferta de experiências culinárias virtuais é outro dos pontos indicados, com o profissional a colocar a IA no setor sempre como um potenciador de experiências, e não um substituto de pessoas.
“A aplicação de IA no setor permite automatizar tarefas repetitivas, para que [os profissionais] se possam dedicar a tarefas de valor. Não tem a ver com substituir pessoas”, explica Ignacio Estévez.
O futuro da IA no mundo gastronómico
Estimando o futuro daqui a três e cinco anos, Ignacio Estévez afirma que quando falamos da aplicação de IA no setor gastronómico, o aparecimento de papilas gustativas digitais será uma realidade, com a possibilidade de apreciar o sabor dos alimentos através de dispositivos. Como explica, uma vez que as papilas gustativas dos seres humanos funcionam como as impressões digitais, são diferentes para todos, isto permite criar comidas com sabores específicos para cada indivíduo.
Outra das realidades que aponta como possível para o futuro passa pelo surgimento de narizes digitais, capazes de emitir aromas através de dispositivos para abrir o apetite: “No final, tudo vai ser uma experiência melhorada em relação ao que temos agora. Daqui a dez ou 15 anos teremos os dispositivos a misturar imagem com olfato, gosto e tacto – uma experiência ampliada, melhorada”, afirma Ignacio Estévez.
Num terceiro e quarto pontos para o futuro deste setor, o profissional indica que este recai na robótica, com uma geração de robots melhorada para a cozinha e serviço de mesa – sendo que hoje os hotéis já podem atender de uma forma automática – e no fenómeno de foodtech, nomeadamente com “os grandes avanços que já se verificam na criação de proteína vegetal”.
Para todas estas inovações, e num mundo em mudança, Ignacio Estévez é taxativo ao afirmar que o desafio passará por ter pessoal formado para utilizar estas tecnologias.
“Há resistência à mudança em todos os setores. O que vai fazer falta é uma formação específica. Será necessário que os profissionais se adaptem ao uso destas tecnologias e saibam gerir esta inteligência artificial”, termina.
O H&T, Salón de Innovación en Hostelería contabiliza este ano a sua 16ª edição num total de 26.000 metros quadrados de exposição, espalhados por três pavilhões. Para esta edição são esperados mais de 16.000 visitantes profissionais, mais de 400 empresas fornecedoras de equipamentos e produtos para o setor hoteleiro e turístico, mais de 250 empresas gastronómicas e 35 chefs de referência e estrelas Michelin.
*A Publituris Hotelaria marcou presença no H&T, Salón de Innovación en Hostelería a convite da Cámara de Comercio, Industria, Servicios y Navegación de Málaga.