Highgate quer continuar a expandir em Portugal
Atualmente, a Highgate Portugal conta com um portefólio de 18 unidades hoteleiras (Porto, Lisboa, Algarve e Sesimbra), mas a estratégia é continuar a expandir no país, principalmente nos grandes destinos portugueses onde já está presente, até porque, este grupo de gestão, segundo o seu CEO, Alexandre Solleiro, em entrevista ao Publituris, tem um grande know-how em tecnologia e gestão hoteleira.
Carolina Morgado
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Atualmente, a Highgate Portugal conta com um portefólio de 18 unidades hoteleiras (Porto, Lisboa, Algarve e Sesimbra), mas a estratégia é continuar a expandir no país, principalmente nos grandes destinos portugueses onde já está presente, até porque, este grupo de gestão, segundo o seu CEO, Alexandre Solleiro, em entrevista ao Publituris, tem um grande know-how em tecnologia e gestão hoteleira.
Texto: Carolina Morgado | Fotografia: DR
Em entrevista ao Publituris, o CEO da Highgate Portugal, Alexandre Solleiro, dá conta dos objetivos e estratégias deste grupo internacional de gestão hoteleira presente desde o início do ano no nosso país, e fala também da evolução turística em Portugal, destino atrativo, mas que ainda precisa de alguns ajustes.
O que é este projeto aqui em Portugal?
Houve um grupo de investidores liderado pela Davidson Kempner que adquiriu os ativos que estavam em fundos geridos pela ECS e a Highgate ficou com a missão da gestão do portefólio hoteleiro, a nível de management dos hotéis. Então, a Highgate criou em Portugal uma plataforma que denominamos HG Portugal e criámos uma pequena equipa para liderar o processo, completada pelas equipas que já existiam nos hotéis.
Havia uma plataforma já bastante consistente e que trabalhava com uma boa sinergia, que era a dos Hotéis NAU, mas temos uma série de outros hotéis que eram geridos de forma independente, e o que nós iniciamos desde janeiro, foi a constituição de uma plataforma única de gestão do portefólio dos 18 hotéis.
A pequena equipa que a Highgate Portugal constituiu, que comigo, somos oito, tem as competências essenciais para a gestão do portefólio – operações, recursos humanos, finanças, designer construction (departamento que está a gerir todos os projetos de renovação que estão e vão ser feitos nos hotéis), Revenue Management e Issue Management, e agora estamos na fase de desenvolvimento da plataforma global de gestão dos hotéis.
São unidades que têm várias marcas, e da mesma forma que a Highgate faz já nos EUA (gestão de hotéis multimarcas), a ideia é desenvolver as competências necessárias trazendo todo o know how e toda a tecnologia que disponibiliza para destravar o potencial de crescimento dos resultados dos hotéis.
Refizemos completamente os sistemas de Revenue Management, que ajudou que os resultados já tivessem crescido de uma forma acima daquilo que era inicialmente esperado quando fizemos as primeiras projeções para o portefólio para este ano de 2023.
Estamos agora a criar o resto das plataformas. O dos recursos humanos está feito – temos um sistema único de Payroll instalado nos hotéis, o próximo passo é o sistema de backoffice da contabilidade para que, a partir de janeiro de 2024, todos os hotéis estejam na mesma plataforma e, em paralelo, estamos a fazer todos os projetos de renovação e de reposicionamento das unidades, e a preparar o projeto para a construção do novo hotel em Vale de Lobo (Algarve). Esse é o grande trabalho que tem sido feito deste o início deste ano. Um trabalho interessante porque talvez a Highgate seja a única empresa internacional de gestão de hotéis multimarca presente em Portugal. Isto é importante porque, com este know-how ao nível tecnológico de gestão na área do Revenue, comercial e Marketing, com essas marcas e acordos privilegiados com operadoras turísticas internacionais, faz com que o grupo seja capaz de elevar o potencial de cada um dos hotéis e encontrar a marca mais adequada para cada um.
Nesse capítulo, e no que vejo nestes oito meses que estamos cá, é que existe um interesse das pessoas em conversar connosco pelo facto de saberem aquilo que temos feito lá fora, a nossa experiência na gestão multimarca e de encontrar a marca mais adequada para cada hotel. Acho que vamos poder ajudar investidores hoteleiros em Portugal no desenvolvimento dos seus hotéis.
Alguns dos hotéis vão mudar de marca após renovação
Os hotéis que já incorporaram são unidades que já têm história. A ideia é manter a identidade de cada um dos 18 hotéis?
Existem alguns hotéis que, certamente, vão mudar de marca. Vamos fazer um investimento para a renovação dessas unidades e achamos que, em relação à sua localização, ao potencial mercado e ao segmento, uma marca nova poderá ser mais útil. Estou-me a referir aos três hotéis nos Salgados e, ao São Rafael Atlântico. Vamos trazer marcas internacionais para essas quatro unidades e já estamos a finalizar as negociações. Acredito que nos próximos dois a três meses já poderemos anunciar as marcas que vão passar a ostentar. Vamos fazer o investimento necessário para adaptá-los às marcas e para reposicioná-los ao nível da decoração, de ofertas de Spa e de restauração, e para trazê-los para um patamar diferente daquilo em que estão hoje, adequando-os aos mercados para essa localização, melhorar os resultados e o seu posicionamento.
Noutros casos, como o de Sesimbra e o Palácio do Governador, eventualmente, não vamos colocar uma marca, mas sim manter os nomes. O que pretendemos fazer é um soft brand de forma a qualificá-los a nível internacional e elevar o seu potencial. Ou seja, vamos usar diferentes estratégias de branding e acompanhar com investimentos para os colocar com o conceito das marcas ou do hotel, e melhorar os resultados.
Isto é para começar quando?
Já. Ainda este ano iniciaremos a renovação do hotel de Sesimbra. Também vamos fazer uma primeira renovação no São Rafael Suites no final deste ano e, no início de 2024 esperamos fazer algumas remodelações no Palácio do Governador. No Algarve, nos quatro hotéis que já falei que vão ter rebrandings mais “pesados”, vamos começar as obras no final do próximo ano. Estamos a desenvolver os projetos e esperamos fechar o pacote dos investimentos até ao final de 2024.
Em relação ao Cascade, é um resort já bem estabelecido. Não estamos a pensar trocar a marca do hotel, mas ajudá-lo através de um soft brand. Esta unidade já tem uma imagem muito forte e está muito bem estabelecido no mercado wellness e desportivo porque recebe equipas de futebol que chegam do mundo inteiro para estágios, pois está muito bem equipado com os dois campos de futebol. É um tema que continuamos a estudar.
Quanto é que vão investir nessas renovações? São vocês que investem?
São os proprietários que investem. Não estou em condições de dizer quanto porque ainda não está definido o montante que vamos investir.
E incorporar novos hotéis?
A ideia é continuar a expandir em Portugal. A própria Highgate também investe em hotéis juntamente com outros grupos investidores, e continuamos ativamente à procura de novas possibilidades de desenvolver a Highgate Portugal através de aquisição de novos hotéis ou de contratos de gestão com hotéis que hoje, pertencentes a outros investidores, poderão ter interesse em juntar-se à nossa plataforma, encontrar uma marca internacional ou não para o hotel, porque somos capazes de trazer sinergias e tecnologias aos hotéis, que as unidades independentes não têm. Estou a falar a nível de Revenue Menagement, das compras, dos sistemas de informação e de recursos humanos. Trazer um hotel para a plataforma da Highgate significará potenciar os resultados. Por isso é que, mesmo estando há pouco tempo em Portugal, há um interesse e estamos a receber bastantes contactos de investidores e atuais proprietários de hotéis que querem conversar connosco para estudar eventuais parcerias para o futuro.
Crescer nos grandes mercados em Portugal
Qual é o perfil de hotéis que procuram?
Os grandes mercados em Portugal são, sobretudo, Porto, Lisboa, Algarve e a Madeira, embora existam alguns lugares, fora dessas grandes localidades, onde haja resorts que poderão ser interessantes pelo seu tamanho e localização. São essas localizações que procuramos porque também nos permite potenciar aquilo que temos hoje: três unidades no Porto, uma em Lisboa, uma em Sesimbra e 13 no Algarve. Portanto, ao pretender desenvolver nessas regiões estamos a criar mais sinergias e podemos potenciar esses novos desenvolvimentos. Somos mais eficazes na hotelaria de quatro e cinco estrelas e acima dos 100/150 quartos.
E o luxo? Portugal é um destino de luxo?
Portugal está nesse caminho, mas não adianta só construir hotéis de luxo, o destino tem de acompanhar. Lisboa já tem muitas componentes de hotelaria e de destino de luxo, o Porto está a começar a ter, e o Algarve precisa de mais investimentos a nível das diferentes componentes que vão fazer o luxo do destino. Isso vai-se construindo com o tempo. Mesmo assim, já começaram a aparecer no Algarve hotéis de elevadíssima qualidade, lojas, restaurantes, as marinas estão a evoluir no bom sentido, resorts, também o aeroporto. Neste sentido, a qualidade está a aumentar e aí vai chegar ao ponto em que a qualificação do luxo vai lá chegar.
E Madeira, ainda não têm…
Ainda não, mas é um tema que iremos também estudar, até porque é um destino espetacular e, logicamente que iremos estar.
Vão ter um hotel de raiz em Vale de Lobo. Como vai ser?
Vai ser um belo hotel de cinco estrelas, muito bem localizado, junto do campo de golfe e que, certamente, vai continuar a contribuir para que aquela região seja de elevada qualidade. Estamos a fazer o projeto e vamos avançar com a construção dentro de ano e meio. Estamos a estudar que marca internacional vai ostentar. Será um resort com 150 quartos e terá a componente Spa e lazer. Em termos de novos projetos é só este, o resto é renovar os hotéis existentes e estar atentos com vista ao crescimento em Portugal.
Estão a pensar em alguma coisa no interior do país?
O interior ainda não, mas tudo vai depender do tipo de projeto que nos for apresentado. Neste momento estamos mais a tentar ver projetos nas regiões onde já temos hotéis. Lisboa é só o Palácio do Governador, mas estamos ativamente à procura de mais.
Portugal como pontapé de saída para a Europa
Esta vinda para Portugal pressupõe a expansão da Highgate na Europa, uma vez que estão no continente estão presentes apenas no Reino Unido?
O grupo pretende desenvolver-se na Europa. A Highgate tem dois hotéis em Londres, mas está ativamente à procura de continuar o seu desenvolvimento europeu. Esta plataforma portuguesa foi a primeira oportunidade que se concretizou e constitui uma boa entrada para a Europa. É um bom caso também porque permite que os outros investidores na Europa olhem para o que está a acontecer em Portugal e digam, porque não avançarmos juntamente com a Highgate noutros países?
Portugal é um destino apetecível para investimentos, mas tem algumas desvantagens. Que entraves se colocam, na sua opinião, ao desenvolvimento do turismo?
Como se sabe estive fora de Portugal nos últimos sete anos, mas vinha regularmente ao país. O que eu vi é que Portugal deu um salto impressionante na qualidade do turismo, porque deu um salto impressionante na qualidade da oferta. A hotelaria portuguesa e as diversas outras atividades turísticas – restaurantes, animação, a própria qualidade dos destinos e a renovação das cidades, fizeram com que isso acontecesse.
Os novos projetos hoteleiros que vieram para Portugal também são de um nível acima do que se fazia no passado. Portanto, Portugal está no caminho certo de criar um destino cada vez mais qualificado para atrair aqueles mercados que podem gastar dinheiro nas suas férias, mas que são exigentes naquilo em que gastam dinheiro. Não é só ser caro por ser, é preciso dar a qualidade que é necessária.
Existem ainda ajustes a serem feitos, um deles indispensável é o novo aeroporto de Lisboa, um problema que se arrasta há demasiado tempo. Por muito investimento que tenha sido feito no aeroporto de Lisboa, nota-se que está saturado, e há momentos em que é complicado nas chegadas e nas saídas. Há demasiado tempo que se está a falar de um novo aeroporto, mas de qualquer forma mesmo que amanhã de manhã se decida sobre a sua localização, só daqui a 10/15 anos é que estará pronto. Entretanto, é necessário continuar a trabalhar para melhorar essa parte da qualidade, porque o turista de boa qualidade aceita menos os problemas que podem acontecer à entrada e à saída do destino. Mas, mesmo assim, as coisas funcionam bem no geral.
A outra grande situação que temos de continuar a resolver e encontrar soluções é dos recursos humanos. A quantidade de novos hotéis e de restaurantes que se criaram, que acompanham a evolução do turismo, precisa de estar equiparado à evolução dos recursos humanos, não só em qualidade como também em quantidade necessária. Hoje existe uma escassez de recursos humanos com a qualidade necessária. Então o investimento nos recursos humanos vai ser um dos temas fundamentais para o futuro, já o é em muito lugar na Europa e no mundo, e continuará a ser um problema. Vamos ter de continuar a trabalhar todos, não só o Governo, porque não encontra soluções para tudo. Nós empresas hoteleiras e os atores do turismo vão ter de continuar a encontrar soluções para que seja cada vez mais atrativo trabalhar na hotelaria, para formar e treinar as pessoas, para que o nível de qualidade e a quantidade de recursos humanos sejam adequadas.
Acha que é necessário um debate sério sobre este tema?
Não sei se falta debate. Estes últimos anos mostraram que há um problema, mas também que é necessário encontrar soluções, que passam talvez por agilizar os processos de vistos temporários para que possamos ter pessoas que residem fora do país e querem vir trabalhar para Portugal durante seis/sete meses. Pode ser uma solução. Existe este mercado e é preciso acelerar esse tipo de vistos e acordos especiais.
É encontrar soluções em conjunto para que isso aconteça, e as associações, nomeadamente, a AHP está a lidar com esse problema e a dar os passos necessários. A própria AHETA também tem esse tema como uma das suas prioridades. Nunca acontece com o ritmo e a velocidade que gostaríamos, mas se continuarmos a trabalhar e a dar prioridade a esses temas vamos conseguir resolvê-los.
Incentivos ajudam a solucionar escassez dos recursos humanos
Estando em final de época alta, como é que o grupo resolveu ou solucionou este problema?
Nós tivemos um verão muito bom, acima das expectativas, mas ficámos 10% aquém do número de colaboradores do que seria ideal, ou seja, do número de pessoas que precisaríamos para completar as equipas para esta temporada, mas correu bem porque adotámos algumas soluções nesse sentido. A maior parte das pessoas voltaram a trabalhar connosco porque existia um bom relacionamento entre os hotéis e esses profissionais, e depois tomámos algumas medidas para diminuir os problemas laborais com a iniciativa de disponibilizar meios de transporte para as pessoas poderem chegar ao local de trabalho. Igualmente, fomentámos prémios que demos às equipas para trazerem amigos e conhecidos para trabalhar connosco. Isso foi um passo importante que nos ajudou. Mesmo assim, ficámos um pouco aquém daquilo que seria o ideal.
Em termos de resultados, agora que está a terminar a época alta, que balanço faz dos hotéis que ficaram sob vossa alçada?
As coisas no Algarve não estiveram mal. Em julho e agosto o Algarve teve uma ocupação um pouco abaixo face ao ano passado, mas sobretudo porque 2022 foi muito bom, pois houve toda a euforia de regressar às férias após a pandemia. No entanto, os nossos hotéis, no geral, comportaram-se lindamente. É um facto que tivemos menos clientes portugueses, mas para mim não é alarmante porque o mercado internacional funcionou bem. O mês de setembro foi bom e o outubro está com um bom volume de reservas, portanto, reafirmo que Portugal continua a ser atrativo, as pessoas continuam a procurar Portugal e, agora temos de trabalhar para que isso se mantenha para o futuro.
O Porto surpreendeu pela positiva
O Porto surpreendeu-o?
O Porto tem duas situações que são importantes, mas surpreendeu pela positiva porque a cidade evoluiu muito bem. A questão é como é que o Porto se vai comportar caso de concretizem todos os projetos que estão em carteira, em hotéis e número de camas. Pode ter havido no Porto uma certa falta de previsão do crescimento. Acho que a oferta está a crescer mais rápido do que a procura, mas em todo o caso, os nossos hotéis naquela cidade não se estão a comportar mal. Dizemos que estamos a olhar para o futuro com alguma expectativa de saber se todos os projetos que estão previstos se vão concretizar ou não. Então é um dos temas que temos de olhar com atenção.
O aeroporto do Porto tem feito um belíssimo trabalho, há cada vez mais voos internacionais e cada vez mais da América do Norte, o que é ótimo. Portanto, o Porto tem evoluído de forma espetacular, o Douro tem evoluído muito bem, e o Porto é a porta de entrada para o Douro.
A ideia de vários projetos hoteleiros, em sua opinião, poderá ser uma bolha? Há turistas para tantos hotéis?
O ideal é que o crescimento da oferta acompanhe o crescimento da procura, mas normalmente isso não acontece. De vez em quando há um desfasamento, a procura, e foi o que aconteceu nos últimos anos, cresceu e não havia quartos de hotéis e toda a gente começou a dizer que era preciso mais. Então é possível que cheguemos ao momento em que o crescimento da oferta seja superior ao da procura. Num ciclo que dois/três anos vai haver problemas até voltar-se a encontrar o equilíbrio. Poderá haver problemas, mas não creio que seja uma bolha definitiva, pode ser apenas algo temporário.
Não descurar a promoção e a diversificação dos mercados
Em relação a mercados internacionais, acha que a promoção deve manter-se na mesma linha?
Sem dúvida que Portugal tem de estar aberto a esses mercados (norte-americano, brasileiro, asiático, nomeadamente, chinês), e é evidente que não podemos ficar demasiado dependentes de alguns mercados. Quanto mais Portugal estiver aberto a um leque de diferentes mercados, menos o destino sofrerá num momento de problema de um deles.
Ver crescer o mercado norte-americano é fundamental, sendo que é um dos maiores mercados turísticos do mundo. Era pequeno no passado em Portugal, está a começar a ter o seu peso e, é fundamental mantê-lo, e isso consegue-se tratando-os bem quando cá estão, deixando-os contentes, mas sobretudo, mantendo o fluxo e as ligações aéreas diretas. De relembrar que nos últimos anos tem havido um enorme crescimento das ligações aéreas diretas entre Portugal e diferentes cidades dos EUA, mas também do Canadá.
O Brasil é um mercado natural para Portugal, e o brasileiro viaja muito e gasta bastante dinheiro nas suas deslocações ao estrangeiro, portanto, temos de o manter também. Ele está mais maduro, poderá haver variações, mas ele pode continuar a crescer para Portugal porque, o Brasil continua a evoluir positivamente, e cada vez há mais gente com dinheiro para viajar para o estrangeiro.
O mercado europeu sempre foi tradicional para Portugal e é mantê-lo. Há ainda o asiático e, assim que a China reabrir as portas definitivamente e, quando conseguirmos aumentar os fluxos vamos sentir a recetividade desse mercado, mas precisa de ser muito mais trabalhado. As perspetivas são boas e compete-nos a nós fazer esse trabalho, nas nossas empresas, juntamente com o Turismo de Portugal para fomentar os diferentes mercados.
O país cresce a ritmos diferentes. Vemos ainda poucos investimentos no interior. Como é que interpreta isso?
Eu não diria dois ritmos. Não podemos pensar que que todos os destinos, que todas as localidades portuguesas podem ser um destino turístico. Um destino tem de ter a sua atratividade, então, a diferenciação de investimentos vai existir sempre. O que acho é que existem regiões onde é necessário trazer outras atividades, para além do turismo, para que sejam regiões mais estáveis a nível da atividade económica e social e não sejam demasiadamente dependentes do turismo. O Algarve, por exemplo, quanto mais pessoas residirem permanentemente, quanto mais atividades económicas houver na região, mais estabilidade vai ter e mais permitirá desenvolver o turismo. É nisso que o país tem de continuar a apostar.