PortoBay Hotels & Resorts faturou 104 milhões de euros em 2022
O valor representa um crescimento de 18% face às receitas registadas pelo grupo em 2019.
Carla Nunes
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O grupo PortoBay Hotels & Resorts faturou 104 milhões de euros em 2022 na totalidade dos seus hotéis, um valor que representa um crescimento de 18% face às receitas registadas pelo grupo em 2019. Os valores foram adiantados em conferência de imprensa esta quarta-feira na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) pelo presidente do PortoBay, António Trindade.
O grupo fechou o ano com um total de cerca de um milhão de dormidas, com os hotéis do PortoBay em Portugal a registarem uma ocupação média de 83%. As unidades da Madeira e do Algarve foram as que mais contribuíram para este valor, seguidas pelas de Lisboa e do Porto. Já no Brasil, “a retoma do mercado internacional foi mais lenta, mas compensada por uma forte reação do mercado doméstico”.
Dados estes números, o grupo perspetiva crescer a faturação entre 5% e 10% este ano, um valor “fundamentado nos resultados do primeiro trimestre do ano”. No entanto, não esconde que “será um desafio” igualar “os resultados do verão passado na atual conjuntura”.
“O segredo do negócio é obter as melhores redes de distribuição”
No que diz respeito aos principais mercados emissores, António Trindade é claro ao afirmar que “o mercado inglês é o que tem maior representatividade para o PortoBay”, quer em Portugal, quer no Brasil.
“O facto de sermos um grupo europeu com hotéis no Brasil reflete que o segundo e terceiro mercado no Rio de Janeiro sejam o mercado inglês e o alemão, a seguir ao mercado brasileiro. Temos aprendido que levar uma marca para um destino leva também efetivamente a um outro tipo de relacionamento e a uma outra hipótese de fidelização [com o cliente]”, afirma o diretor do grupo.
Relativamente a reservas, o grupo dá conta que “os canais de distribuição direta tiveram um contributo importante nos resultados” do ano passado, sem no entanto referir em que percentagem. Certo é que, e de acordo com valores adiantados por António Trindade, “há dez anos, na Madeira, 20% da produção dos nossos hotéis era própria e 80% era operação turística”.
De acordo com o diretor do grupo, “a desconsolidação do negócio em si veio trazer novas oportunidades para todos os atores”, razão pela qual o grupo afirma estar a investir “em sistemas que potenciem a melhor relação de fidelização com a operação turística, os operadores online, os transportadores e a pequena distribuição”.
“É muito importante termos a consciência de que gerar ambientes em que queremos ser os grandes dominadores é negativo a médio prazo. A relação com o cliente final é muito importante, mas não podemos descurar esta relação com o intermediário privilegiado – não só tem a sua rede de distribuição, como tem as suas relações com os outros fazedores de negócio”, explica António Trindade, assegurando que “cada vez mais o segredo do negócio é obter as melhores redes de distribuição e o melhor relacionamento possível, seja ele feito numa base de B2B, seja numa base do B2C”.
Investimentos em remodelações, tecnologia e sustentabilidade na lista de prioridades
Para este ano, o grupo tem previsto um investimento de cerca de dez milhões de euros em renovações, principalmente nos hotéis Porto Mare, The Residence, The Cliff Bay e PortoBay Serra Golf, na ilha da Madeira. Em 2022, o investimento na remodelação de unidades do grupo foi de oito milhões de euros.
Estes fazem parte do plano de “investimento na qualidade” dos hotéis do grupo, que visa também a intervenção digital, com a implementação de tecnologia na área de Channel Revenue Management, Customer Relationship, Digital Communication e Wifi 6.
Outro dos objetivos do grupo passa pelo crescimento numa “componente de gestão e de investimento”, razão pela qual estão em carteira dois projetos de investimento: um no Funchal e outro em Lagos.
O primeiro projeto fica localizado “na zona velha do Funchal”, numa antiga fábrica de sidra que exportava para França e à qual “se irá juntar um projeto diferenciado na ordem dos 60 a 65 quartos”. Já o projeto de Lagos fica situado “num vale antes de chegar à praia Dona Ana”, próximo dos terrenos de um convento em ruínas que, “paradoxalmente, se chama o Convento da Trindade.
O grupo destaca ainda o seu “compromisso com a sustentabilidade”, dado que em 2022 o investimento nesta área representou cerca de 2% da faturação PortoBay Hotels & Resorts. De acordo com os valores adiantados em conferência de imprensa, nos últimos três anos foram alocados quatro milhões de euros em sustentabilidade – que resultaram na redução de cerca de 15% da pegada carbónica.
Já no campo da política social interna, o grupo indica ter realizado uma aposta “forte” na formação e desenvolvimento, com a criação de um departamento próprio de formação, a par da extensão de benefícios extrassalariais, com a oferta de passes sociais gratuitos aos colaboradores e a possibilidade de aderir ao Fundo de Pensões.
Este ano foram ainda atribuídos dois prémios em relação às equipas: o Prémio de Excelência e um Prémio de Resiliência no valor de 350 euros – este último oferecido a todos os colaboradores do PortoBay.
O grupo PortoBay é responsável por 15 unidades hoteleiras: 12 em Portugal (sete na ilha da
Madeira, uma no Algarve, duas em Lisboa e duas no Porto) e três unidades no Brasil (Rio de Janeiro, Búzios e São Paulo) com um total de 1680 quartos nos segmentos de 4 e 5 estrelas.