Créditos: Frame It
Opinião: O futuro da hotelaria é a independência nacional
Leia a opinião de Alexandre Marto Pereira, CEO da United Hotels of Portugal.
Publituris Hotelaria
Mercan Properties lança primeira pedra do futuro Lagos Marina Hotel
Holiday Inn Braga já abriu
Congresso AHRESP: Turismo Centro de Portugal assegura estar preparado “para receber mais turistas”
AHRESP exige ter voz ativa sobre taxas turísticas e pede reposição dos valores de IVA
Lagoa e região Porto e Norte vão receber os próximos congressos da AHRESP
Mário Centeno: “Mercado de trabalho tem sido a estrela do desenvolvimento económico”
Agosto coloca atividade turística novamente em máximos históricos
Nova edição: Entrevista a George Vinter e Lior Zach, fundadores da BOA Hotels
Pedro Machado prefere aumento do IVA turístico para evitar novas taxas
Six Senses Douro Valley aposta na diversificação de mercados
É hoje unânime que o futuro do turismo passa cada vez mais pela procura de experiências únicas, irrepetíveis, diferentes, locais e sustentáveis.
Essa circunstância tem levado a uma resposta das grandes cadeias que assenta na criação de cada vez mais marcas que pretendem apresentar conceitos distintos em busca de públicos diferentes, segmentados por motivo de viagem, idade, tipo de vivência ou outros fatores. Nessa voragem as cadeias apresentam dezenas de marcas que pretendem cada uma sublinhar um conceito singular.
Sendo globais, comunicam que são também locais e lutam por um posicionamento que parece ser uma contradição nos termos.
Por outro lado, a escala das cadeias é cada vez maior, e permite o acesso a ferramentas tecnológicas, de marketing e de distribuição como nunca antes visto.
Nesse contexto, as pequenas unidades independentes parecem estar condenadas ao fracasso, submersas pelo ruído mediático de uma miríade de marcas internacionais e incapazes de competir na selva da distribuição.
Creio, no entanto, que esse crescimento de marcas e conceitos pode não passar de uma busca desesperada do genuíno e do irrepetível. A escala obriga a repetição, a repetição obriga a estandardizar, e a estandardização é por definição a destruição daquilo que é genuíno.
Não há nada mais genuíno e irrepetível do que um hotel independente, que se define apenas por si mesmo, não respeitando um standard (por mais “criativo” que o tente ser) mas definindo-se pela própria identidade, tantas vezes colada à personalidade de um hoteleiro, de uma família ou de um diretor inspirado. O hotel independente é também um hotel mais próximo da comunidade, totalmente permeável ao que o rodeia e menos ao que está longe, por isso é totalmente local.
Um hotel independente pode reinventar-se todos os dias porque nenhum terceiro o obriga a uma definição pré-estabelecida. Pode aproximar-se do hóspede como um amigo, porque não é uma entidade grande demais para abraçar.
Os hotéis independentes portugueses são por isso parte daquilo que garantirá o futuro da hospitalidade genuína em Portugal e que contribuirá para o destino único que todos queremos.
O que é preciso então para lhes garantir esse futuro? Acesso às ferramentas de tecnologia, e de marketing (de revenue, promoção e distribuição) das grandes cadeias.
O espaço mediático não será difícil preencher: a verdade é sempre mais fácil de comunicar.
Alexandre Marto Pereira
CEO da United Hotels of Portugal
*Artigo de opinião publicado na edição 213 da Publituris Hotelaria