Opinião | Chegou o Verão
Leia a opinião de Gonçalo Garcia, head of hospitality da Cushman & Wakefield, publicada na edição de Julho da Revista Publituris Hotelaria.

Publituris Hotelaria
Estoril 8023 aposta em reposicionamento e dá lugar à Estoril Living
Páscoa deverá acelerar recrutamento na hotelaria de acordo com a Eurofirms
Horta da Moura em Monsaraz passa a ser explorada pela HUB SA
Constituição de novas empresas de alojamento e restauração em Portugal desce 4% face a 2024
Dom José Beach Hotel de portas abertas após remodelação total
Município de Albufeira dinamiza formações gratuitas em áreas do turismo
2024 regista novo recorde nas reservas no AL
Procura por alojamento na Páscoa em Portugal cresce 22,1% com tarifa média diária a subir 13,7%
Hyatt antecipa abertura de 14 novos hotéis lifestyle até 2027
L’AND Vineyards integra portefólio da Virtuoso
Parece que o Verão chegou sem vergonha desta vez. Os tradicionais sol e mar começam a fazer ouvir a sua voz e a puxar pela atividade turística. Os nossos destinos e aeroportos de entrada assistem ao regresso dos turistas repetentes e fidelizados, mas também a uma significativa leva de novos visitantes que vêm com o genuíno interesse de conhecer o tão bem-afamado Portugal.
Há uma generalizada sensação de otimismo, porém mais maduro e consciente, alicerçado no conhecimento dos ciclos económicos, e na irrealidade de se poder manter crescimentos a dois dígitos ano após ano. As noticias sobre o sector são homogéneas e coerentes na sua recorrência de crescimentos e abrandamentos da atividade. Se há meses em que anunciam crescimentos face a anos anteriores, meses há aqueles também em que registam abrandamento ou possíveis focos de concorrência direta internacional, como é o caso do levantamento das restrições de viagem para o Norte de África por parte do mercado britânico.
Este é o momento crítico em que se irá comprovar a efetividade de reposicionamento do destino Portugal, e sobretudo dos destinos de Sol & Mar. Demonstrar impactos diminutos na procura turística provocados pela retomada daqueles destinos, será um elemento de confirmação do reposicionamento que temos vindo a fazer.
E estes sinais são precisamente elementos de um processo em curso, e que deverão ser vistos com naturalidade. Reconheço igualmente que possam provocar alguma tensão junto dos players, porém não lhes deve abalar a confiança ou criar receios de recessão ou perda de mercado.
De um modo geral, os investidores continuam com interesse ativo e a materializar aquisições na Península Ibérica. O facto de plataformas de investimento globais com perfil “value add” ou oportunístico terem realizado operações recentes, é demonstrativo da confiança que têm no processo de reposicionamento que a Península Ibérica está a beneficiar. E um pouco por todo o mundo, o sector da hotelaria está a observar movimentos de consolidação, aquisições de portefólios de hotéis, ou participações sociais em cadeias globais, transmitem, aos meus olhos, a mensagem de que é momento de ganhar a posição em mercados e segmentos chave, onde o valor acrescentado seja materializado nos próximos 3 a 5 anos.
Se convencionamos que a robustez de mercado é o pilar principal para a confiança dos investidores, diria que este será a “prova dos nove” para um reposicionamento bem sucedido. Do lado do investimento continuamos a assistir a uma disponibilidade de capital e divida para apostar no reforço de posições no sector.
* O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico de 2015