Hotel 4.0: “A transformação digital será a melhor saída da crise na hotelaria portuguesa”
A AHRESP apresenta um novo projeto que vai promover uma série de iniciativas, até 2022, de forma a debater a digitalização dos hotéis.

Rute Simão
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A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) quer trazer a discussão sobre a digitalização nos hotéis para a praça pública. O ‘Hotel 4.0’ é o mote que vai sustentar think tanks, estudos, workshops e um ‘roadshow’ pelo país. A iniciativa da associação conta com a colaboração do Turismo de Portugal e do NEST – Centro de Inovação do Turismo e com o apoio das Entidades Regionais de Turismo (ERT) do Porto e Norte, do Centro e do Alentejo.
“A iniciativa Hotel 4.0 visa apoiar a transformação digital da hotelaria portuguesa através de uma estratégia coletiva inovadora, de forma a criar valor pela utilização de novos modelos e processos de negócio, suportados na transformação digital, permitindo assim aumentar a competitividade e o acesso a novos segmentos e mercados internacionais”, explica Ana Jacinto, secretária geral da AHRESP.
Entre 2021 e 2022, a associação irá promover um conjunto de iniciativas como estudos de ‘benchmarking’ estratégico internacional, think tanks e workshops de reflexão. O projeto terá ainda um ‘roadshow’ presencial, se a conjuntura o permitir. “Este roadshow procurará envolver neste diálogo os principais players públicos e privados, do setor do Alojamento Turístico, mas também fora dele, e conquistar aderentes para a implementação de uma estratégia ganhadora”, acrescenta Ana Jacinto.
Dividido em quatro eventos, este roadshow arrancará do Porto, no próximo mês de abril, seguirá para Coimbra em setembro deste ano e para Viseu, em novembro. Por fim, terminará em Évora, em março do próximo ano.
Caso a situação pandémica não permita a realização destes eventos, há uma série de webinars programados para plano B.
O projeto Hotel 4.0 culminará numa conferência internacional, cuja localização ainda não foi revelada, e que encerrará o projeto em 2022. Este encontro será, no fundo, um resumo deste trabalho que agora inicia. “Podemos adiantar que neste evento vão ser divulgados dados inéditos sobre o estado de arte da digitalização destes setores e, ainda, uma estratégia inovadora que seguramente ajudarão as empresas a adaptar-se a esta transformação imparável”, garante a secretária-geral da AHRESP.
Think Tanks juntam especialistas nacionais e internacionais
O pontapé de saída do Hotel 4.0 foi dado com a realização, via zoom, do primeiro Think Tank, no passado dia 11 de fevereiro. “O Desafio Estratégico do Hotel” foi o mote que juntou online uma série de intervenientes como o economista e gestor Francisco Jaime Quesado, o Presidente do Comité de Turismo da OCDE, Sérgio Guerreiro, a gestora de projetos da ACCIÓ na Catalunha, Anna Monjo, Luís Ferreira da Atlantic Birds e Marta Salvador innovation project manager da NEST. Na sessão, que durou perto de duas horas, marcaram também presença Raul Ferreira presidente da ADHP, Raul Filipe presidente ESHTE, Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, Luis Pedro Martins presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, e a economista Vera Gouveia Barros.
A AHRESP quer realizar os próximos cinco think tanks presencialmente no Porto, em Viseu, Viana do Castelo, Évora e Aveiro.
A “A Aceleração Digital no Hotel 4.0” é tema em cima da mesa que irá juntar novamente, no próximo mês de abril, um painel de vários especialistas. A calendarização destes think tanks estende-se até fevereiro de 2022.
Cada uma destas seis sessões dará origem a um ‘Policy Brief’ com uma síntese dos tópicos abordados e propostas apresentadas, que serão, posteriomente, consolidados e integrados num ‘Policy Paper’ final.
“A transformação digital será a melhor saída da crise na hotelaria portuguesa”
A ideia do Hotel 4.0 nasceu em 2019, altura em que sopravam os melhores ventos de sempre para o turismo nacional e em que a discussão se tecia à volta da sustentabilidade do crescimento no setor e da necessidade em inovar para aumentar a competitividade da hotelaria portuguesa. Hoje, a discussão é outra mas a tecnologia continua a ser o centro das atenções. “A pandemia e a profunda crise que se atravessa vieram dar ainda mais pertinência ao tema. Há a consciência que não será o mesmo turismo que nos trouxe até aqui que nos irá tirar desta crise. As infraestruturas e os produtos turísticos continuam válidos, bem como a notoriedade do destino Portugal mas será necessário atualizar modelos e processos de negócios, melhorar as propostas de valor e qualificar os profissionais”, alerta Ana Jacinto que acredita que esta é uma oportunidade para “fazer os “trabalhos de casa” e dotar “ as empresas hoteleiras nas dinâmicas da digitalização – a transformação digital será a melhor saída da crise na hotelaria portuguesa”, acredita.
Apesar de ainda não haver um estudo mais profundo sobre aquele que é o panorama a nível nacional, a AHRESP acredita que há dois cenários dominantes: por um lado, há já uma maioria que adotou soluções digitais “por vezes “forçados” pela alteração do contexto de operação”.
“É frequente observarmos sistemas que permitem uma gestão dinâmica da oferta e do negócio; nalguns casos há até uma concentração de tecnologia avançada nas instalações e o uso de vários interfaces para gestão da relação com o consumidor”, enumera a secretária-geral da associação que mete o dedo na ferida e alerta parta a falta de conhecimento sobre esta nova realidade, fruto de uma oferta musculada. “Em tempos de abundância tecnologia, escasseiam estratégias e soluções que respondam efetivamente às necessidades da hotelaria – e isto desmotiva e atrasa uma franja dos players do setor”, conclui.
Nota: A Publituris Hotelaria é media partner desta iniciativa.