“O negócio está a decorrer muito acima das expectativas”.
Francisco Moser, managing director da DHM – Discovery Hotel Management, faz um balanço da marca e fala sobre as unidades que integram o seu portefólio.
Patricia Afonso
AHP e SITESE assinam revisão das tabelas salariais do Contrato Coletivo de Trabalho para 2025
Consumo de água global nos empreendimentos turísticos do Algarve cai 16%
Eurofred passa a distribuir o Aquatank NEO da Daitsu
Líbere Hospitality Group investe em segundo empreendimento no Porto
Escolas do Turismo de Portugal ministram programa de formação e integração de migrantes no setor
Inquérito AHRESP: Alojamento turístico antecipa ocupações acima dos 80% para a Passagem de Ano
BTL assume nova identidade
Jupiter Hotel Group aposta em Carla Almeida para o cargo de Sales Manager
Universidade Portucalense lança novo programa executivo em Gestão e Retenção de Talento na Hotelaria
Bensaude Hotels Collection integra Caloura Hotel Resort no portfólio
Francisco Moser, managing director da DHM – Discovery Hotel Management, faz um balanço da marca e fala sobre as unidades que integram o seu portefólio.
Como está a correr a operação da DHM desde que foi lançada?
A DHM é uma parte do Fundo Discovery, que abrange uma enorme diversidade de ativos turísticos, gere cerca de 800 milhões de euros distribuídos por 40 activos. Neste momento, estamos numa fase de reestruturação das marcas por tipologias de activo, porque há alguma confusão sobre o que é a DHM.
De que forma é que está a ser feita essa reestruturação?
Temos hotéis mais do tipo boutique, unidades de resort, outros que são vilas e apartamentos e, depois, temos uma série de hotéis geridos por outras marcas, que também são monitorizados pela nossa equipa. Mas, neste caso, temos um contrato de gestão com a marca, que tem que nos reportar os resultados e vamos acompanhando este trabalho.
Respondendo à sua pergunta, genericamente está a correr bem. O Turismo, em geral, está a correr bem, temos estado a acompanhar a evolução da procura turística, um pouco melhor numas regiões, com mais dificuldades noutras.
Quais são as regiões com melhor evolução?
Temos uma boa performance no Algarve e nos Açores, embora uma das unidades só tenha sido aberta este ano [Azor Hotel]. Os hotéis quando abrem têm sempre um período de integração no mercado, portanto, não é imediato que comecem a funcionar de acordo com o mercado, mas tem tido comportamentos dentro do que era expectável.
Depois, temos hotéis no Centro e Norte, que têm corrido de acordo com a evolução da procura, não são hotéis em destinos tão fáceis, nomeadamente o Palácio da Lousã, Monte Real, Vila do Conde.
Já abriu o Villa C, em Vila do Conde?
Está a funcionar, vai fechar para obras, em princípio, em Novembro e, depois, reabre em Abril, já com um conceito dentro da nossa filosofia de Hotel Design, o tal DHM.
Imagem DHM
Quais são os principais desafios que a marca DHM tem encontrado na sua integração no mercado?
O primeiro grande desafio é uma reorganização geral das marcas, colocar as unidades dentro das áreas de negócio adequadas, temos hotéis collection, mais boutique, puramente apartamentos e vilas, outros de maiores dimensões e, portanto, temos que reorganizar um pouco toda esta lógica de agregação, de distribuição de marcas, para, depois, trabalharmos do ponto de vista das sinergias, do marketing, da distribuição, das parcerias, etc. No fundo, optimizar um pouco todas estas estruturas e o mercado perceber, também, que estamos organizados.
Depois, temos o desafio do mercado em si, de dar resposta a uma procura cada vez mais exigente, que quer inovação e acho que, aí, a nossa marca tem sido um exemplo de como colocar conceitos inovadores a funcionar.
Mas em termos de operação, está a decorrer de acordo com as expectativas?
Em termos de negócio, está a decorrer muito acima das expectativas, nomeadamente os hotéis DHM Design, o Praia Verde, Vila Monte, Furnas e Azor, do segmento boutique.
Vimos de ano e meio, dois anos de operação, os números do ano passado eram de início de operação. Portanto, se falávamos de um GOP [resultado operacional] de 200 mil euros num hotel, este ano estamos a falar de perto de um milhão, é nesse patamar de evolução que estamos. Se estávamos à espera de uma evolução tão rápida, não. Não estávamos à espera que os nossos produtos tivessem a aceitação e o sucesso que estão a ter em todas as suas dimensões.
Unidades hoteleiras
Quais os hotéis que existem actualmente sob a marca DHM?
Neste momento, temos o Azor e o Furnas, nos Açores; no Algarve temos o Praia Verde, Vila Monte, Éden, Crest e o Laguna, que reabrimos este ano em Vilamoura, um hotel de apartamentos.
Depois, no Centro, temos o Palácio da Lousã e o Monte Real; e, no Norte, o Villa C.
Depois temos dois projectos que vão entrar na marca DHM brevemente, o Caminhos de Santiago, que fica em Santiago do Cacém, e o Douro 41, este último um projecto a médio prazo. Esta unidade é uma propriedade nossa, actualmente gerida por terceiros, que vamos transformar num DHM. Neste momento, é gerido pela Eurostars e, provavelmente, vai passar a ser por nós a partir do próximo ano.
Em que consistem os projectos que têm para o Caminhos de Santiago, Douro 41 e o Villa C?
Venho de 30 anos de hotelaria, de empresas mais, ou menos, consolidadas no mercado, mas projectos de sucesso.
Há uma diferença em relação ao Fundo, nós herdámos dificuldades, produtos que vieram com muitos problemas, massas falidas ou coisas do género.
O nosso desafio é, não só tentar recuperar o funcionamento dessas unidades, mas dar-lhes qualquer coisa de diferente, um ‘plus’ que faça com que passem a ter alguma vida própria e rentabilidade. Temos alguns exemplos já a funcionar, como o Praia Verde, que ainda agora o ampliámos com mais 23 quartos, para um total de 65, e que reabriu em Junho. Aliás, este ano já lançámos quatro hotéis: o Azor, a reabertura do Praia Verde, Laguna e o Macdonald em Monchique, que é mais uma propriedade do fundo gerida por uma conceituada marca.
O desafio dos nossos hotéis é exactamente encontrar o conceito certo para eles. Apesar do contexto, que não podemos negar que é favorável, também há muitos mais hotéis a abrir. Não podemos só a olhar para a procura, a oferta também está a aumentar. Estamos neste mundo competitivo, onde temos que ter qualquer inovação agregada ao nosso serviço, e fazemos esse esforço em relação aos nossos produtos.
Mas qual é o conceito definido para estas unidades?
Vão integrar-se dentro do conceito actual do DHM, que são hotéis muito virados para um público mais ‘millennial’, uma gastronomia baseada na nossa marca de restaurante, A Terra. São pessoas que vêm à procura de valores autênticos, genuínos, de uma hotelaria sem grandes formalidades, algo mais descontraído.
Muito daquilo que tem sido uma evolução a que assistimos noutras cadeias, especialmente lá fora. Acho que a DHM soube interpretar e materializar isso muito bem e temos que capitalizar essa estratégia de inovação, olhar bastante para o tema da partilha de vivências e experiências. Hoje em dia, as pessoas procuram muito um ambiente familiar e nós conseguimos, através do design, da decoração e conceitos de serviço que implantámos, dar, de facto, essa autenticidade. É o exemplo do nosso lobby market, que é uma mercearia com produtos regionais.
É este o nosso espírito. Claro que, em algumas unidades, não é possível. Um cliente que venha à procura de um all inclusive não vai ter este serviço. Estamos a tentar adaptar os nossos produtos aos diversos mercados.
Quando é que vão começar estas obras?
Temos projectos para o período de Inverno, todos eles vão reabrir no próximo ano.
E qual é o investimento nestas obras?
O valor do investimento previsto para as unidades que serão requalificadas ronda os oito milhões de euros.
Na altura da BTL, o administrador da DHM falou numa unidade na ilha Terceira, nos Açores, que poderia vir a integrar a marca. Em que fase é que está este negócio?
Temos um activo na Ilha Terceira, o Terra Mar. É uma hipótese forte vir a ser um DHM pelo tipo de experiências que as ilhas dos Açores permitem. É para um tipo de público que, certamente, já é nosso cliente, e quantos mais hotéis desta marca tivermos distribuídos numa lógica geográfica, melhor, também para podermos fazer sinergias entre hotéis e optimizar as vendas.
Mas são produtos, mais uma vez, difíceis. Um destino que não é fácil, embora já tenha sido anunciado um incremento de voos para a ilha Terceira. Mas ainda não existe uma data definitiva, estamos a fazer os estudos e já fui visitar o activo. Temos vários projectos em pipeline, temos que priorizar.
Quais são os projectos nesse pipeline?
Os que já falei e estamos a trabalhar num projecto que já anunciámos, que é uma parceria com o Biggest Loser, no Monte Real, que vai continuar a ser gerido por nós, é um franchising de uma marca. O que pretendemos fazer, é que o hotel continue a funcionar como tem funcionado, é muito forte no segmento corporate e será forte quando as termas forem reactivadas. Mas, paralelamente, e também para lhe dar mais mercado, fizemos esta parceria, que é mais uma inovação. É o primeiro resort Biggest Loser [na Europa] e de certeza que vai trazer alguma notoriedade e procura.
No Palácio da Lousã, temos um projecto para fazer um adventure hotel, uma unidade dentro da marca DHM, mas que seja muito ligado à aventura: às bicicletas, ao tracking. Assim como no Caminhos de Santiago, onde estamos a pensar fazer um cooking experience hotel.
Digamos que são algumas alavancas que podemos ter nessas unidades, que não estão nos destinos mais procurados.
O nosso País também devia olhar muito para estes destinos. Temos um País lindo, uma oferta de Natureza ímpar, tudo muito próximo, acho que as entidades responsáveis deviam olhar para isto e promover a diversificação do destino. Portugal tem no seu interior um enorme potencial turístico. Nós vamos à procura do financiamento disponível dentro das linhas que existem, e existem algumas, e tentamos introduzir alguns conceitos que possam a vir ser interessantes.
Têm alguma coisa projectada para Lisboa e para o Porto?
Além do Altis Park Hotel, que também integra o portefólio do fundo, previmos a abertura de um hotel de 240 quartos no final de 2018, na Fontes Pereira de Melo que será gerido pela Mélia, num investimento previsto de cerca de 30 milhões de euros.
O Fundo vai adquirir mais activos?
Neste momento não é uma prioridade.
Quais são as perspectivas das unidades de gestão própria da DHM para este ano?
Temos um volume de vendas previsto de cerca de 20 milhões de euros, dos quais 9,5 milhões de euros dizem respeito aos design hotels, um crescimento de 50% em relação a 2015. As taxas de ocupação previstas são na ordem dos 55% /ano, um aumento na ordem dos dez pontos percentuais face ao ano anterior.
DHM – GESTÃO PRÓPRIA
Praia Verde Boutique Hotel (Praia Verde, Algarve)
Vila Monte Farm House (Moncarapacho, Algarve)
Eden Resort (Albufeira, Algarve)
The Crest (Vale Formoso, Algarve)
Laguna Resort Vilamoura (Vilamoura, Algarve)
Furnas Boutique Hotel (Furnas, Ilha S. Miguel, Açores)
Azor Hotel (Ponta Delgada, S. Miguel, Açores)
Palácio da Lousã Boutique Hotel (Lousã)
Palácio Hotel Monte Real (Leiria) [Parceria com Biggest Loser]
Caminhos de Santiago (Santiago do Cacém)
Villa C (Vila do Conde)